Share the post "Leite materno e asma: amamentação para menos problemas respiratórios"
São muitas as opiniões em torno da amamentação, o que a torna num assunto algo polémico. Todavia, sob a temática “leite materno e asma” surge, agora, um novo estudo realizado Meghan Azad, professora adjunta de Pediatria e Saúde Infantil da Universidade de Manitoba (Canadá), que concluiu que a alimentação exclusiva do bebé com leite materno durante pelo menos os primeiros seis meses de vida, poderá reduzir até cerca de 33% os casos de respiração ofegante ou pieira. Este número duplica no caso de mães asmáticas.
Assim, defende-se a ideia de que o leite materno protege realmente os recém-nascidos das doenças pulmonares, favorecendo ainda o correto desenvolvimento do aparelho respiratório. Este é um fator extremamente importante para o crescimento saudável do bebé, tendo em conta que as pieiras são um fator de risco no desenvolvimento da asma, que é uma doença sem cura que afeta cerca de 1,1 milhão de pessoas em Portugal, o que corresponde a 10,5% da população, sendo que 5% são crianças.
Ligação entre o leite materno e asma
Para o estudo que aborda a temática do leite materno e asma, foram analisadas crianças entre os 0 e 5 anos, das quais entre cerca de 20% a 50% dos recém-nascidos experimentaram pelo menos um episódio de respiração ofegante até atingirem um ano de idade.
É sabido que as pieiras infantis são uma das principais causas de hospitalização. Esta problemática consiste em episódios de dificuldade respiratória, durante pelo menos 15 minutos, produzindo um silvo no peito a cada inspiração. E o prolongamento da alimentação com leite materno poderá minimizar esta a outras condições respiratórios.
Além disso, os bebés cujas mães sofram de asma são aqueles que mais podem beneficiar de uma alimentação exclusiva com leite materno. Nestes casos, os episódios de respiração ofegante reduzem a uma média de 1.40 a 0.33 por bebé e por ano. Este fator verifica-se pela maior importância face ao componente genético desta doença.
Por outro lado, o estudo revela ainda que os bebés que abandonam o aleitamento previamente ou o combinam com outro tipo de alimentação, como o leite de fórmula, podem experimentar o dobro de episódios de pieiras e padecer de maiores dificuldades respiratórias, pelo menos até ao primeiro ano de vida.
Face aos factos científicos, tornam-se vital contar com programas que apoiem o aleitamento materno, dado o importante impacto que este tem na saúde das crianças e adultos, refletindo-se, ainda, num menor gasto económico em tratamentos médicos contra a asma e outras doenças respiratórias. Esta é, aliás, uma opinião já defendida pela Organização Mundial da Saúde, que reconhece que manter o aleitamento materno exclusivo durante os primeiros seis meses, no mínimo, é altamente benéfico.
Problemas respiratórios: outros fatores de risco
O estudo em causa apurou ainda que os bebés e crianças do sexo masculino têm uma maior predisposição para sofrer de pieiras e estima-se que podem necessitar quase o dobro de atenção médica do que as raparigas.
Existem ainda outros fatores sociais e ambientais que podem provocar um maior risco para os bebés, nomeadamente a idade da mãe, a etnia ou a existência de hábitos pouco saudáveis, como o tabagismo.
Sobre a Medela
Fundada em 1961, a Medela leva a cabo investigações básicas em colaboração com grupos científicos, profissionais, médicos e universidades para desenvolver produtos de aleitamento líderes em todo o mundo.
Os resultados desta investigação foram apresentados no XIII Simpósio Internacional de Aleitamento Materno da Medela, que decorreu em Paris, a 22 e 23 de março.