Share the post "Lagarta do pinheiro: um perigo iminente para a saúde dos animais"
É o inseto que mais desfolha pinheiros e cedros em Portugal e que se revela como muito perigoso. A Thaumetophoea Pityocampa, conhecida como lagarta do pinheiro ou processionária é uma espécie perigosa para pessoas, animais e até para os próprios pinheiros.
O grande problema da lagarta do pinheiro é o facto de libertarem milhares de pelos que são uma ameaça à saúde pública, pelo que é necessária uma vigilância constante em ambiente urbano. Os pelos provocam alergias ao homem e animais domésticos, sendo que as reações alérgicas dão-se normalmente ao nível da pele, do globo ocular e do aparelho respiratório, que, em situações extremas, até pode levar à morte.
Como todos os insetos, o desenvolvimento da processionária passa por diferentes fases:
- Ovo;
- Lagarta;
- Pupa ou crisálida (casulo);
- Inseto adulto (borboleta).
A lagarta do pinheiro possui 8 recetáculos com cerca de cem mil pelos urticantes, que se vão libertando à medida que o animal se vai movendo e que são altamente intoxicantes, agindo quase como agulhas, que injetam substâncias tóxicas na pele ou mucosas.
As crianças e os cães por cheirarem ou morderem as lagartas movidos por curiosidade natural, são os principais afetados, e, para tal, não é sequer necessário entrar em contacto direto com animal, bastando entrar em contacto com o rasto por ele deixado.
Lagarta do pinheiro: como prevenir?
Principalmente entre janeiro e abril, a lagarta do pinheiro abandona a árvore para se enterrar no solo, algo que faz parte do seu ciclo de desenvolvimento, fazendo em fila, como se fosse uma procissão (daí o nome pelo qual é conhecida).
Assim, caso tenha pinheiros em casa, ou seja habitual frequentar zonas com pinheiros, deverá ter alguns cuidados, para evitar problemas graves de saúde, e tomar medidas para acabar com a lagarta do pinheiro e os respetivos ninhos, bem como realizar tratamentos para prevenir a sua proliferação.
Existem quatro formas de acabar com o problema:
- Armadilhas sexuais: antes do final da Primavera instale armadilhas com feromonas que atraem a lagarta do pinheiro e evitam que ceguem ao solo. O animal fica preso no sistema de controlo de pragas e depois poderão ser eliminadas mais facilmente;
- Inseticidas: devem ser aplicados nos primeiros estádios de desenvolvimento, geralmente entre setembro e novembro, mas o ideal é que seja uma empresa adequada a resolver o assunto, dado que estará mais habilitada a lidar com os produtos químicos adequados, que surtam efeito e que não danifiquem as árvores e não coloquem em perigo outras espécies nem o meio ambiente;
- Destruição mecânica: deve ser feita até finais de dezembro, antes do animal sair do ninho e começar a descer as árvores e implica arrancar os ninhos e queimá-los para evitar que os insetos se espalhem, ou disparar contra eles com uma espingarda de munição especial para depois colocar fogo no ninho;
- Barreira física: colocar cones de plásticos ou anéis em redor dos pinheiros, que impeçam a lagarta do pinheiro de descer a árvore e se espalhar.
Lagarta do pinheiro: reações adversas
Além das crianças, os animais são também muito afetados pelos ataques da lagarta do pinheiro. Assim, deve evitar-se que os animais andem junto de pinheiros, dado que a alergia provocada pela processionária pode levar à amputação da língua ou, em casos mais graves, provocar a morte.
Deve estar atento a qualquer sinal de inchaço e levar o animal ao veterinário de imediato, principalmente na zona da boca, pois o mais grave é mesmo a ingestão ou o contacto com a língua, podendo haver obstrução das vias aéreas, logo risco de asfixia, e até e provocar, inclusivamente, necrose na língua, obrigando à respetiva amputação.
As reações após o contacto com a lagarta do pinheiro ou o seu rasto manifestam-se quase de imediato, por isso fique atento e atue de forma preventiva, evitando passear o seu animal em zona de pinheiros, nos períodos mais perigosos.