Catarina Milheiro
Catarina Milheiro
06 Set, 2024 - 15:12

Jejum intermitente: benefícios e riscos associados

Catarina Milheiro

O jejum intermitente tem benefícios e riscos inerentes. Saiba em que consiste e entenda se esta prática é verdadeiramente benéfica.

Já ouviu falar em jejum intermitente, mas não sabe quais são os benefícios e riscos que estão associados? Atualmente, é uma das tendências de saúde e nutrição mais populares à volta do mundo.

No fundo e ao contrário do que muitos possam pensar, o jejum intermitente não se trata de uma dieta, mas sim de um padrão alimentar. Ou seja, consiste em ficar algumas horas do dia sem ingerir alimentos.

A verdade é que este tipo de jejum tem vindo a tornar-se cada vez mais conhecido através das redes sociais, da televisão e até nas conversas sociais entre amigos. E são várias as pessoas que recorrem a este método para perder peso e até para reduzir o stress.

Mas será esta prática realmente benéfica? O que acontece ao nosso corpo quando optamos por fazer jejum intermitente? Fique connosco e saiba tudo.

Jejum intermitente: os benefícios e riscos desta prática

Será o jejum intermitente um aliado do peso ou um autêntico vilão para a saúde? Serão os benefícios mais relevantes do que os riscos que estão associados? As questões sobre este tema são várias – explicamos tudo.

O que é o jejum intermitente?

De uma forma geral, fazer jejum intermitente significa parar de comer durante algumas horas ao longo do dia. E se refletirmos bem, o jejum não é nada mais, nada menos do que um estado fisiológico normal que acontece diariamente desde o momento em que nos deitamos até ao dia seguinte quando voltamos a comer.

Por isso, o jejum intermitente é uma prática que consiste em alternar períodos de várias horas sem comer com períodos de ingestão de alimentos.

Além disto, saiba que para fazer este tipo de jejum deve estar, no mínimo, 12 horas seguidas sem ingerir qualquer tipo de alimento todos os dias.

Apesar de ser colocado em prática por várias pessoas com o objetivo de perder peso, o jejum intermitente não pode ser considerado como uma dieta. Afinal, o conceito de dieta está associado diretamente ao consumo de bebidas e alimentos de forma regrada.

Já o jejum intermitente acaba por ser uma método que pode ser utilizado para dar resposta a diferentes necessidades e objetivos que cada um tem delimitados para si. Falamos da redução do stress, perda de peso ou até mesmo uma filosofia de vida.

Na prática, como funciona o jejum intermitente?

Se ainda não conhece a o jejum intermitente saiba que nesta prática não são especificados os alimentos que podem ser ingeridos, mas sim quando se deve ou não comer. Quando esta prática é utilizada com o objetivo de perder peso, por norma a pessoa não come durante várias horas a cada dia ou semana.

Sempre que fazemos jejum, estamos a obrigar o corpo utilizar as reservas de gordura como fonte de energia, em vez dos açúcares (tal como acontece quando comemos). Para além disto, quando restringimos os períodos nos quais podemos comer, a tendência é para consumirmos menos calorias por dia.

Existem várias possibilidades para se fazer o jejum intermitente. No entanto, a ideia geral em qualquer uma das versões é comer normalmente alguns dias da semana e reduzir drasticamente as calorias nos restantes dias. Reunimos algumas das abordagens mais comuns a este tipo de jejum.

Jejum intermitente 12h/12h

Nesta prática, a pessoa deve ficar sem comer durante 12 horas, todos os dias. No início pode parecer difícil, mas aproveitando as horas em que está a dormir torna o processo mais simples.

Neste caso, a última refeição será o jantar que, quanto mais cedo melhor para que seja potenciar os benefícios do jejum. Por exemplo: se jantar as 20h00, só poderá voltar a comer às 8 horas.

Jejum intermitente em dias alternados

Este é o tipo de jejum mais rigoroso. Consiste em restringir demasiado a ingestão de calorias em vários dias da semana. Nesses dias a pessoa só pode fazer uma única refeição na qual ingere entre 500 a 800 calorias, dependendo do seu peso e constituição física.

Neste tipo de jejum, os intervalos dos dias de restrição devem ser intercalados com os dias em que pode comer à vontade, mas de forma equilibrada.

Jejum intermitente 16h/8h

Este tipo de jejum consiste em ficar sem comer durante 16 horas. Aqui, as refeições são distribuídas pelas restantes 8 horas do dia e caso opte por este método, saiba que conseguirá potenciar ainda mais os benefícios do jejum.

Pode optar por fazer as refeições entre as 13h00 e as 20h00 e ficar sem comer até às 13h00 do dia seguinte, por exemplo.

Quais são os benefícios e os riscos do jejum intermitente?

Benefícios

Há ainda quem refira que são necessários mais estudos para que o jejum intermitente possa ser recomendado de forma mais vasta. Contudo, há também evidências científicas que demonstram alguns dos seus benefícios. Tome nota:

  • diminuição da incidência de algumas doenças;
  • aumenta a longevidade;
  • melhora a função cardiovascular;
  • potencia a regeneração das células;
  • aumenta a concentração;
  • impulsiona a resistência ao stress;
  • reduz os níveis de açúcar no sangue;
  • aumenta os níveis de energia;
  • melhora a função neurológica;
  • ajuda a reduzir os níveis de colesterol;
  • reduz a inflamação.

Riscos

Ainda que os benefícios possam parecer aliciantes, o jejum intermitente tem também alguns riscos e consequências associadas:

  • fome;
  • dores de cabeça;
  • irritabilidade;
  • azia;
  • sensação de acidez no estômago;
  • náuseas;
  • dificuldade em manter a concentração;
  • cansaço;
  • sensação de fraqueza;
  • insónias;
  • cãibras musculares;
  • dificuldade em absorver alguns medicamentos;
  • prisão de ventre.

Todos estes efeitos no seu organismo podem ser temporários, sobretudo se estiver no período de adaptação. Contudo, também se podem prolongar para além daquilo que é o tempo esperado.

Por isso mesmo, é crucial que se informe devidamente com o seu médico de família e com o nutricionista para que cumpra um plano adequado aos seus objetivos.

Mantenha-se sempre atento aos sintomas e aquilo que sente ao longo do período de adaptação e se for necessário, ajuste alguns hábitos e rotinas.

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