A insulina é uma hormona produzida pelo pâncreas e interfere com o metabolismo energético do nosso organismo através da utilização de glicose. A insulina é, portanto, a responsável pela entrada de glicose nas células para que estas possa ser utilizada como fonte de energia ou armazenada sob a forma de gordura ou glicogénio para posterior utilização pelo organismo.
Quando a produção de insulina pelo organismo não é suficiente ocorre uma concentração de glicose no sangue, levando a uma situação de diabetes, existindo a necessidade de implementar terapêuticas adequadas.
Na diabetes tipo 1 verifica-se uma ausência da produção de insulina devido à destruição das células produtoras desta hormona, enquanto que na diabetes tipo 2 poderá existir uma diminuição progressiva da produção de insulina ou uma resistência à ação desta, muitas vezes encontrada em indivíduos obesos. Assim, é necessário promover a sua administração de forma a otimizar a concentração de glicose no sangue (glicemia).
Tipos de insulina
Existem dois tipos principais de insulina:
- A Insulina Basal: a sua produção mantem-se constante ao longo do dia;
- A Insulina Pradial: produzida em resposta à ingestão alimentar.
No caso da diabetes tipo 1 é necessário recorrer à administração destes dois tipos de insulina de forma a mimetizar o efeito fisiológico, sendo que é preciso ter especial atenção à alimentação, atividade física, ao momento e à dose aplicada.
A administração da dose de insulina pradial é ajustada de acordo com a quantidade de hidratos de carbono ingeridos aquando da refeição.
No que concerne ao tempo de ação podemos ter insulinas de ação rápida, intermédia ou prolongada:
- A insulina de ação rápida: estas insulinas são usadas como bolus de insulina à hora da refeição, tendo um inicio de ação em 15 minutos um pico de atividade entre os 60 a 90 minutos após a administração;
- A insulina de ação intermédia: apresenta o início de ação cerca de 2 horas após a administração e um pico de ação entre as 6 e as 10 horas;
- A insulina de ação prolongada: a administração destas insulinas resulta num fornecimento constante e sem pico ao longo de 24 horas. São usadas para mimetizar o efeito da insulina basal.
O tipo e o horário de administração de insulina devem ser individualizados, considerando os hábitos alimentares e de exercício físico, bem como as concentrações sanguíneas de glicose.
Quanto ao local de administração, a insulina deve ser administrada preferencialmente na região do abdómen, braços, coxas ou nádegas.
Possíveis complicações do uso de insulina
A complicação mais comum da administração de insulina, muitas das vezes de forma errada, é a hipoglicemia.
A hipoglicemia é uma condição em que os valores de glicose no sangue caem para valores abaixo dos recomendados, causando sintomas como a sudorese, nervosismo, tremores e palpitações podendo em casos mais graves causar confusão, fraqueza, dores de cabeça, alterações na visão, convulsões e coma.
Nota final
Assim, o tratamento da diabetes tipo 1 passa pela utilização de insulina assim como pela prescrição dietética e de exercício físico adequados. No que se refere ao tratamento da diabetes tipo 2, este deve passar por uma associação concertada entre fármacos, a dieta e o exercício físico. Sendo que se a dieta e o exercício inicialmente recomendados não forem suficientes, é necessário recorrer a hipoglicemiantes orais, agonistas do GLP-1 (fármaco injetável), insulina ou uma combinação destes fármacos.
Portanto, nutricionistas, enfermeiros e médicos contribuem para o estabelecimento de regimes terapêuticos que auxiliem o diabético a manter o melhor controlo metabólico possível.
Preservar o controlo glicémico e adequar a insulina ao mesmo é fundamental. Procure ajuda junto do seu médico antes de proceder a alterações na dosagem de insulina administrada.
Artigo originalmente publicado em Dezembro de 2019. Atualizado em Outubro de 2022.