Share the post "Índice de Apgar: conheça este indicador de vitalidade do recém-nascido"
O índice de Apgar é o primeiro exame do bebé e, apesar de ser uma forma bastante rápida de avaliar o estado do recém-nascido, não deixa de ser muito importante. Assim sendo, interessa entender melhor em que consiste.
Índice de Apgar: o que é e o que nos indica?
O índice de Apgar avalia o estado do recém-nascido ao 1º, 5º e 10º minutos após o nascimento. Esta avaliação é feita por um profissional de saúde habilitado para o efeito (enfermeiro; médico) que verifica a coloração, a frequência cardíaca, a resposta ao toque, o tónus muscular e a respiração do bebé.
Neste primeiro exame:
- Os bebés que obtenham entre 7 a 10 pontos, estão perfeitamente bem.
- Os bebés que obtêm entre 4 e 6 pontos, muitas vezes necessitam de reanimação, que geralmente inclui a sucção das vias respiratórias e a administração de oxigénio.
- Os bebés que obtêm menos de 4 pontos necessitam de técnicas de reanimação mais drásticas.
De acordo com a maioria dos estudos, o índice de Apgar só é considerado preocupante se for menor que 7 ao 5º minuto.
De forma simples, podemos dizer que o índice de Apgar permite avaliar o sofrimento do bebé ao nascer e assume-se como importante para a tomada de decisões de emergência médica relativamente ao bebé.
Este método da avaliação tem provado ser muito prático como guia para a necessidade de observação atenta ou prestação de cuidados na sala de partos ou na enfermaria.
Assim, apesar de poder ser considerado subjectivo, dado que depende da observação/avaliação feita por um profissional de saúde, é ainda o indicador da vitalidade do bebé ao nascer usado na maioria dos países (1, 2).
Quais os fatores que podem influenciar o índice de Apgar?
Como vimos, de acordo com a maioria dos estudos, o índice de Apgar só é considerado preocupante se for menor que 7 ao 5º minuto de vida. Alguns estudos têm-se debruçado sobre possíveis fatores de risco preditivos de scores de Apgar menores que 7 ao 5º minuto. Eis alguns deles:
- Obesidade materna: apresenta associado um risco maior de fetos grandes para a idade gestacional, algo que incrementa a ocorrência de asfixia ao nascimento.
- Extremos de idade materna.
- Mãe fumadora.
- Tipo de parto: a distocia, cesariana prévia, nascimento durante o período noturno e apresentação fetal pélvica foram apontados como fatores.
- Prematuridade e baixo peso ao nascer: associado a possível falta de maturidade pulmonar e necessidade de ventilação artificial (3).
Em suma
Importa reter que o índice de Apgar é um método de avaliação global do estado do bebé à nascença, que se foca em determinados parâmetros clínicos característicos e fáceis de detetar.
Mais ainda, tem a enorme vantagem de ser um método que, de forma simples, eficiente, indolor e rápida, permite avaliar situações de suma importância (por exemplo, se o bebé necessita de ajuda para respirar ou se apresenta alguma complicação cardíaca).
Importa ter sempre em mente que cada bebé tem o seu próprio ritmo, logo, é perfeitamente natural e comum que alguns bebés requeiram mais tempo para se ambientarem à vida extra-uterina, o que pode justificar a obtenção de um valor de Apgar inicial mais baixo.
Por fim, importa acrescentar que resultados mais baixos ao 1º minuto são relativamente comuns em determinadas condições (bebés prematuros; bebés nascidos de uma gravidez de alto risco; bebés nascidos através de um parto prolongado e complicado) e não têm valor prognóstico futuro, ou seja, não indicam a presença de problemas de saúde no futuro (1, 2, 3).
- Murkoff, H., Mazel, S. (2017). O que esperar quando está à espera de bebé. 1ª edição. Casa das Letras.
- Teixeira, G. (2010). Agressividade e índice de Apgar. Disponível em: https://recipp.ipp.pt/bitstream/10400.22/734/1/DM_GuiomarTeixeira_2010.pdf
- Costa, T. (2016). Fatores Preditivos de Apgar < 7: Podemos Alterar o Rumo dos Acontecimentos? Disponível em: https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/90739/2/173641.pdf