A hiperpigmentação, ou pigmentação desigual da pele, é um problema que afeta tanto homens e mulheres e que pode trazer alguns problemas de auto-estima, quando não é aceite como um pormenor único de cada pessoa.
É um problema de pele que se traduz no aparecimento de manchas mais escuras em diversas zonas do corpo, mas que pode ser evitado ou pelo menos “camuflado”.
O importante é conhecer este problema e saber quais as duas principais causas e formas de prevenção.
Afinal, o que é a hiperpigmentação?
Este problema está, na maior parte dos casos, relacionado com a exposição solar, sendo que quando as células cutâneas ficam expostas à luz solar, acabam por produzir maiores quantidades de melanina, o que dá a pele um aspeto desigual e pouco uniforme.
Esta produção desigual de melanina provoca um escurecimento ou bronzeamento da pele, com as tais manchas escuras típicas da hiperpigmentação. Muitas destas manchas podem também serem chamadas de sardas.
Esta pigmentação irregular é mais comum em pessoas com tez clara, quando os melanócitos produzem mais melanina que o habitual e aparecem maioritariamente no rosto e nas mãos, sendo que podem aparecer também noutras zonas expostas regularmente ao sol.
Que tipos de hiperpigmentação existem?
As áreas da pele com pigmentação desigual podem ser classificadas de diferentes formas e distinguem-se maioritariamente em 3 tipos. Veja de seguida.
Lentiginas
As lentiginas são por vezes chamadas de manchas hepáticas ou senis e têm normalmente uma forma oval e plana na pele, com uma tonalidade entre o castanho-claro e o castanho-escuro. Estas podem ser de dois tipos diferentes: solares e não solares.
As lentiginas solares, tal como o nome indica, derivam da exposição solar e são as mais comuns. Normalmente aparecem na meia-idade e vão-se intensificando com o passar dos anos. Têm a particularidade de serem benignas, no entanto o risco de desenvolvimento de melanoma nestas pessoas, é maior.
Já as lentiginas não solares, relacionam-se com doenças hereditárias raras, como por exemplo Síndrome de Peutz-Jeghers, Xerodermia pigmentosa ou Síndrome de Lentiginas múltiplas.
Melasma
Este tipo de hiperpigmentação é mais comum em mulheres do que em homens e desencadeia-se devido a alterações hormonais. Cerca de 15% dos casos ocorrem em mulheres grávidas e/ou mulheres que tomam contracetivos orais.
Hiperpigmentação pós-inflamatória
Por último, este tipo de mancha ocorre aquando a cicatrização de uma lesão cutânea, originando uma área plana e descolorada. É mais comum em doentes que sofrem (ou sofreram) de acne, ou como consequência de procedimentos cosméticos como a dermabrasão, laser ou peelings químicos.
Quais as suas principais causas?
Tal como já foi referido anteriormente, a hiperpigmentação resulta de um aumento da melanina. E, apesar desta ser um componente natural da pele, existem alguns fatores que podem desencadear um aumento da sua produção.
Exposição solar
A exposição solar é a causa mais associada a este problema, uma vez que a luz solar é o maior desencadeante da produção de melanina.
Se esta produção é benéfica, uma vez que a melanina funciona como um filtro solar, protegendo a pele dos raios ultravioleta nocivos, quando ocorre em exagero, leva ao desenvolvimento das tais manchas pigmentadas.
Manchas estas que têm tendência a pior cada vez mais com a exposição solar, o efeito “bola de neve”, sejam estas manchas da idade, melasma ou outro tipo.
Influências hormonais
Tal como já foi dito, esta influência hormonal é particular em casos de hiperpigmentação do tipo melasma.
Ocorre maioritariamente em mulheres e está relacionado com os níveis de estrogénio e progesterona. Como estes níveis são alterados na gravidez, menopausa e aquando da toma de contracetivos orais, mulheres que passam por isto são mais suscetíveis.
Também certos tratamentos hormonais podem ter este problema como efeito colateral.
Idade
O envelhecimento da pele é também uma das causas mais comuns do excesso de pigmentação em determinadas áreas. Assim, à medida que as células produtoras de melanina diminuem, as outras aumentam de tamanho e aumentam a sua distribuição o que gera uma pele menos uniforme.
Lesões cutâneas
Sempre que a pele sofre algum tipo de agressão, seja ela através de cortes, produtos químicos, queimaduras, acne ou doenças como a psoríase, esta acaba por desenvolver diferentes tipos de pigmentação na pele, verificando-se na maior parte dos casos, um escurecimento da pele em determinadas zonas, dando este efeito de manchas na pele.
Doenças e medicamentos
Nem todas as doenças têm sintomas visíveis, mas existem alguns distúrbios onde este problema é um dos sinais de alerta.
Em casos de doenças auto-imunes gastrointestinais, distúrbios metabólicos ou deficiências vitamínicas, a pele acaba por ser uma das principais áreas afetadas.
Como pode atenuar a hiperpigmentação?
De forma a atenuar estas manchas, já existem alguns tratamentos que melhoram a aparência da sua pele. No entanto, é importante que consulte um dermatologista, de forma a analisar a pigmentação da sua pele e aconselhá-lo sobre o melhor tratamento.
É possível evitar este problema?
Nem todos os tipos de hiperpigmentação ocorrem devido a maus cuidados de pele ou descuido, no entanto, a exposição solar é um dos principais responsáveis, e esta sim pode ser prevenida. Assim, o primeiro passo de prevenção começa precisamente pela proteção solar.
Na altura da primavera e do verão, quando o sol se torna mais intenso, é importante usar um protetor solar diário, especialmente um que cubra as áreas expostas, como o rosto, peito e braços. A utilização de cremes diários com FP (no mínimo 30) garantem uma proteção eficaz contra os raios UVA e UVB prevenindo ainda a formação adicional de manchas mais pigmentadas induzidas pelo sol.
Uma ação muito importante ainda sobre a exposição solar, é evita-la nas horas de maior calor (entre as 12h e as 16h) ou, quando inevitável, utilizar vestuário adequado, como o chapéu e óculos de sol. Assim estará a proteger a sua saúde, em especial a sua pele.