Share the post "Hiperatividade: uma patologia que afeta crianças e adultos"
Na sala de aula não param quietos, tiram o lápis ao colega, levantam-se porque lhes falta a borracha, outros estão sossegados mas “no mundo da lua”. Em casa, enquanto fazem os trabalhos, levantam-se a cada cinco minutos, são desobedientes e esgotam os pais e quem os rodeiam. Não, não são malcriados. São hiperativos.
De que se trata afinal?
PDAH pode ser uma sigla desconhecida para si, mas é importante saber que é a denominação que corresponde à Perturbação de Défice de Atenção e Hiperatividade, um dos distúrbios de desenvolvimento neurológico mais comuns na infância, mas que também afeta os adultos.
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Caraterizada por falta de atenção, excesso de atividade em relação à idade, e baixo controlo da impulsividade, esta perturbação deve-se à interação de fatores genéticos com fatores ambientais.
A hiperatividade interfere com a vida social e académica de uma pessoa. Insucesso escolar e dificuldades de relacionamento com colegas, professores e pais são problemas comuns numa criança hiperativa.
Já o adulto habitualmente experimenta dificuldades em áreas como a organização no trabalho e no estudo, a gestão do tempo e do dinheiro, a toma de medicação e as relações interpessoais.
3 Sinais de alerta mais frequentes
1. “Parece que tem bicho carpinteiro”
É a queixa comum a todos os pais com crianças com PHDA. No entanto, esta condição pode apresentar-se com sintomas variados. Todas as pessoas que sofrem desta perturbação têm défice de atenção, mas nem todas são hiperativas, nem impulsivas.
Para além disso, dentro da PHDA há diversos índices de gravidade, ou seja, há pessoas com sintomas mais ligeiros e outras com sintomas mais graves.
2. Comportamentos inesperados
No que diz respeito à hiperatividade, esta pode ser motora, verbal ou cognitiva. As crianças hiperativas parecem movidas por uma fonte de energia inesgotável, correndo, saltando e trepando de forma excessiva e inapropriada em situações em que tal comportamento não é esperado.
3. Mãos e pés sempre em movimento
Quer se trate de adultos ou crianças, as pessoas hiperativas mexem constantemente as mãos e os pés, as pernas costumam estar irrequietas por baixo da secretária e, especificamente no caso dos mais novos, não conseguem manter-se sentadas na sala de aula ou em outras situações em que é exigida a posição formal de sentado.
Os adultos também costumam manifestar uma atividade mental incessante, sensação de inquietação e incapacidade para se envolver em atividades calmas ou sedentárias.
Importância do diagnóstico precoce
É muito importante que seja feito o diagnóstico adequado e o mais precocemente possível.
A PHDA é habitualmente diagnosticada na idade escolar porque nessa altura passa a existir uma maior exigência de controlo do comportamento e de persistência nas tarefas. No entanto, isso não significa que não possa ser identificada mais cedo, por volta dos 4-5 anos, ou mais tarde, já na idade adulta.
Para se falar deste transtorno numa criança, é preciso que os sintomas persistam pelo menos 6 meses, aparecendo em dois ou mais contextos, como por exemplo, em casa e na escola.
Como não há um teste definitivo que permita fazer o diagnóstico, as crianças devem ser submetidas a vários testes psicológicos e, para validar a suspeita clínica, os pais e professores devem responder a questionários comportamentais.
Na maioria dos casos, os sintomas de PDAH persistem na adolescência e idade adulta tornando-se até mais problemáticos.
Que tratamentos existem?
O objetivo do tratamento é reduzir a frequência e a intensidade dos sintomas, melhorando o desempenho escolar ou profissional (no caso do adulto) e as relações interpessoais. Não existe nenhum tratamento que cure efetivamente a doença.
Os principais tratamentos passam pela toma de medicação e por apoio educacional ou comportamental. É fundamental que crianças e adultos hiperativos aprendam a resolver as dificuldades decorrentes da sua hiperatividade e encontrem estratégias que os ajudem na sua vida quotidiana.