A Hepatite C consiste numa doença infecciosa que afeta sobretudo o fígado e é causada pelo vírus da hepatite C (VHC). A maior parte dos indivíduos portadores de hepatite C não manifesta sintomas durante vários anos, podendo nem sequer saber que estão infetados pelo vírus.
Estima-se que, em todo o mundo, 130 a 200 milhões de pessoas estão infetadas com hepatite C.
O que é a hepatite C?
A hepatite C é uma infeção viral que provoca a inflamação do fígado e raramente manifesta sintomas. A maioria das pessoas portadoras do vírus não sabe que o é, muitas vezes descobre através da realização de análises de rotina, ou quando os sintomas de doença do fígado começam a aparecer e, normalmente, isto só acontece décadas depois.
Quais são as suas causas de hepatite C?
A hepatite C é provocada pelo VHC e sua transmissão é feita através do contato com sangue contaminado. Atualmente, a principal via de transmissão do vírus é através do uso de drogas injetáveis com partilha de seringas.
O vírus também pode ser transmitido por via sexual, através do transplante de órgãos de dadores infetados, hemodiálise, acidentes em ambiente hospitalar, tatuagem, body piercing e transmissão perinatal.
Quais são os sintomas de hepatite C?
A hepatite C apresenta-se em dois tipos: aguda e crónica. A maior parte dos portadores do VHC só manifestam sintomas anos após a infeção, quando a maior parte começa a desenvolver cirrose hepática.
Hepatite C aguda
Cerca de 20% dos infetados com o vírus apresenta um quadro de hepatite C aguda que surge cerca de 2 a 3 semanas após a infeção. Os seus sintomas são:
- Mal-estar geral;
- Náuseas e vómitos;
- Icterícia;
- Comichão pelo corpo;
- Cansaço;
- Dor abdominal (por baixo das costelas à direita).
Estes sintomas podem durar entre 2 a 12 semanas.
Hepatite C crónica
Considera-se que a infecção é crónica quando o vírus se mantém presente no organismo 6 meses após a contaminação. Se após esses 6 meses, o sistema imunitário não conseguiu eliminar o vírus, a probabilidade de cura espontânea posterior é muito baixa.
Os sintomas começam a surgir cerca de 20 a 30 anos após a contaminação. Cerca de 30 a 50% dos doentes desenvolverão cirrose hepática e, desses, alguns podem desenvolver cancro do fígado.
Portanto, os sintomas devem-se ao desenvolvimento da cirrose e falência hepática
- Dor abdominal;
- Inchaço abdominal;
- Cansaço;
- Febre;
- Comichão;
- Icterícia;
- Perda de apetite;
- Náuseas e vómitos.
Como é feito o diagnóstico da hepatite C?
Em indivíduos que têm risco de entrar em contacto com o vírus podem ser realizadas análises sanguíneas de forma a determinar se este tem hepatite C e, se necessário, iniciar o tratamento do mesmo ou aconselhar alterações no estilo de vida que podem atrasar os danos no fígado.
Os exames de sangue também permitem avaliar a carga viral, isto é, a quantidade de vírus, e fazer o genótipo do vírus para ajudar a decidir a melhor opção de tratamento.
O médico também pode aconselhar a realização de uma biópsia hepática, para ajudar a determinar o estádio da doença e definir as opções de tratamento. Durante a biópsia ao fígado, é inserida uma agulha através da pele até ao fígado para recolher uma pequena amostra de tecido.
Qual é o tratamento para a hepatite C?
Nem sempre é necessário tratamento. O médico decidirá o melhor mediante a especificidade da situação. No entanto, mesmo que não seja necessário o tratamento, são realizados exames sanguíneos regularmente.
Noutros casos, é essencial o tratamento para prevenir futuras complicações. A infecção é tratada através de uma combinação de medicamentos anti-virais que tem como objetivo eliminar o vírus do corpo do indivíduo infetado.
Durante todo o tratamento é avaliada a resposta do doente aos medicamentos administrados. Se o fígado foi gravemente danificado pela ação do VHC, a realização de um transplante pode ser uma opção. Num transplante de fígado, o fígado danificado é removido e substituído por um saudável.
No entanto, o transplante de fígado não é considerado uma cura para a hepatite C. Depois do transplante, o tratamento com anti-virais geralmente continua, pois a infecção pode voltar a danificar o novo fígado.