Nas hemorroidas de grau dois já poderá ser visível sangue vermelho vivo, indolor, que pinga na sanita ou suja o papel, no final do esforço defecatório. Este é o fator que mais frequentemente motivam a procura de aconselhamento especializado, sendo que poderá ou não estar presente neste grau em particular.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS MAIS COMUNS DAS HEMORROIDAS DE GRAU DOIS?
As queixas mais frequentemente associadas às hemorroidas de grau dois são:
- Hemorragia;
- Dor;
- Prurido (comichão) anal;
- Prolapso hemorroidário – as hemorroidas de grau dois têm como característica principal o prolapso com o esforço e posterior redução espontânea após o mesmo.
O diagnóstico de hemorroidas de grau dois pode ser realizado pela simples observação, caso este esteja em prolapso no momento da observação, caso contrário tem que se recorrer a métodos de diagnósticos mais invasivos, tais como, anuscopia (efectuado com um pequeno espéculo rígido, o anuscópio, inserido poucos centímetros no interior do ânus), uma retosigmoidoscopia flexível (exame endoscópico de imagem realizado através da observação direta do interior do canal anal, reto e cólon e porção final do intestino grosso) ou mesmo uma colonoscopia.
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COMO TRATAR AS HEMORROIDAS DE GRAU DOIS?
São geralmente tratadas de maneira conservadora com medidas anti-obstipantes, como a dieta rica em fibra, suplementos de fibra e líquidos.
O aumento da motilidade intestinal no período pós refeição é estimulado pelo consumo de fibras e a ingestão de água torna as fezes mais moles, facilitando a sua evacuação. Assim, tais hábitos devem servir de estímulo para defecar de manhã e após as refeições.
Os sintomas como o prurido e desconforto anal podem ser controlados com agentes tópicos como os protetores da pele (creme gordo) após a defecação ou anestésicos contendo benzocaína, cloridrato de lidocaína, Cloridrato de Cinchocaína, entre outros.
Pomadas com corticoides tópicos, como a hidrocortisona são seguras e podem aliviar o prurido e a inflamação, no entanto não devem ser utilizadas por grávidas nem durante períodos prolongados (não mais que 3 a 4 dias).
Os venotrópicos como a diosmina micronizada em altas doses (2 a 3 g/dia) e os derivados da ginkgo biloba podem ser utilizados por curtos períodos no tratamento das manifestações da doença hemorroidária interna (hemorragia, prolapso e dor).
A utilização de uma solução de lavagem adaptada é também benéfica, uma vez que potencia o alivio imediato dos sintomas.
Tratamento Instrumental para as hemorroidas de grau dois:
As hemorroidas internas com sintomas refratários aos tratamentos acima referidos devem ser tratadas com procedimentos instrumentais simples realizados em regime ambulatório, como a laqueação elástica ou a injeção de esclerosante.
A laqueação elástica é um tratamento com bons resultados para as hemorroidas internas de grau 1 a 3. É aplicada uma pequena banda elástica de borracha na base da hemorroida que interrompe o aporte de sangue e provoca a sua necrose.
Ao fim de alguns dias a hemorroida destaca-se, junto com o elástico; a ferida cicatriza no prazo de uma a duas semanas. É uma técnica eficaz (associada a uma taxa de cura em 80% dos casos), pouco dispendiosa, que não requer anestesia e em que as complicações são raras (estimam-se em cerca de 8%). Quando associada a alterações da dieta (aumento da ingestão de fibra) a resolução do problema a longo prazo aumenta.
No tratamento por esclerose é injetado localmente nos vasos hemorroidários um produto esclerosante que interfere com a vascularização da hemorroida e provoca a sua necrose. Usa-se principalmente em hemorroidas internas de grau um e dois, em alternativa à laqueação elástica, mas a sua eficácia é inferior.
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