Share the post "Gripes e constipações: como distinguir os sintomas e como tratá-los"
A transmissão dos vírus que provocam gripes e constipações é sempre interpessoal, designadamente, através da tosse, dos espirros, das mãos ou do contacto direto com superfícies ou objetos partilhados com uma pessoa doente.
Conhecer as semelhanças e as diferenças entre ambas poderá permitir uma melhor prevenção e um adequado tratamento.
Para contrair gripe existe uma única causa: a infeção pelo vírus Influenza. É uma doença aguda viral e que afeta especialmente as vias respiratórias.
A constipação comum resulta também de infeção viral, mas pode cursar com diversos agentes – nomeadamente, rinovírus, adenovírus, coronavírus, entre outros – que podem coexistir ou agir isoladamente. Esta doença é, por norma, ligeira, causando infeção das vias respiratórias superiores.
O facto das gripes e constipações serem mais frequentes nas épocas de outono/inverno está relacionado com a maior predisposição para ficarmos em ambientes fechados, pouco arejados e em maior proximidade uns com os outros, facilitando, assim, o contágio.
SINTOMAS: DISTINÇÃO ENTRE GRIPES E CONSTIPAÇÕES
Inicialmente, as gripes e constipações atingem sempre as vias aéreas superiores, ou seja, o nariz e a garganta.
Só em complicações da gripe é que poderão ser atingidas também as vias aéreas inferiores, isto é, os brônquios e pulmões.
Como perceber se está perante uma gripe ou constipação?
SINTOMAS | CONSTIPAÇÃO | GRIPE |
Dores de garganta | Frequentes | Ocasionais |
Espirros, nariz congestionado e pingo nasal | Queixas frequentes e acentuadas | Ocasionais |
Tosse com ou sem expetoração | Ligeiras a moderadas | Frequentes e acentuadas |
Febre | Rara. Caso ocorra é, geralmente, abaixo dos 38ºC | Acima de 38ºC, durante 3 a 4 dias |
Dores de cabeça | Incomuns, caso ocorram são ligeiras | Frequentes e, por vezes intensas |
Dores no corpo | Raras, caso ocorram são ligeiras | Frequentes e, por vezes intensas |
Fadiga (falta de força) | Rara, caso ocorra é ligeira | Ligeira a intensa, durante 2 a 3 dias |
Falta de ar | Inexistente | Caso ocorra, é necessário excluir pneumonia ou outra complicação |
Grau de gravidade | Muito baixa | Variável. Em pessoas com o sistema imunitário fragilizado pode ser grave ou, em casos mais raros, fatal |
COMO SÃO TRATADAS AS GRIPES E CONSTIPAÇÕES?
Medidas não-farmacológicas
A terapêutica inclui medidas não-farmacológicas direcionadas ao controlo dos sintomas (congestão nasal, tosse, garganta irritada, febre e dores de cabeça):
- Ingerir muitos líquidos;
- Evitar bebidas alcoólicas, cafeína e tabaco;
- Humidificar o ambiente (Tª 18-20oC; humidade 60-80%);
- Fazer inalações e gargarejar com água salgada morna;
- Beber chá de limão com mel;
- Chupar rebuçados emolientes;
- Evitar esforçar a voz;
- Tomar banho com água tépida (morna) e aplicar compressas frias na cabeça;
- Repousar.
Medidas farmacológicas
As medidas farmacológicas consistem na administração de substâncias direcionadas igualmente aos sintomas: anti-histamínicos, descongestionantes nasais, antitússicos, mucolíticos e expetorantes, broncodilatadores, anti-inflamatórios não-esteroides, analgésicos e antipiréticos.
QUANDO CONSULTAR O MÉDICO?
Perante uma gripe ou constipação comum não se deve recorrer aos serviços de urgência, nem vale a pena ir imediatamente ao médico de família.
A atitude mais acertada é tentar contactar o médico de família pelo telefone, ir à farmácia ou ligar para a linha Saúde 24.
Para a esmagadora maioria dos casos, os cuidados aconselhados telefonicamente ou por um farmacêutico serão suficientes para debelar a doença em casa, sem necessidade de uma consulta médica presencial. Muitos dos medicamentos para tratar as gripes e constipações, como o paracetamol e o ibuprofeno, entre outros, são de venda livre, ou seja, não requerem prescrição médica e podem ser adquiridos mediante conselho farmacêutico. Deste modo, evita-se o frequente contágio de outras pessoas que se encontrem nas salas de espera dos hospitais e centros de saúde.
No entanto, caso verifique que os sintomas persistem por mais de 3 ou 4 dias, ou que agravam apesar da toma da medicação, nomeadamente, se a febre não baixar, então sim, deverá consultar um médico.