A gripe canina é uma infeção do sistema respiratório dos cães, à semelhança do que acontece na gripe dos humanos. É bastante contagiosa, pelo que se transmite facilmente de um cão para outro, e não tem nenhuma época do ano em que seja mais prevalente.
O vírus foi inicialmente identificado em 2004 na Florida em galgos de corrida, e pensa-se que a estirpe canina terá tido origem na estirpe que afetava cavalos.
Gripe canina: fatores importantes
Etiologia e transmissão
A gripe canina é causada pelo vírus da influenza canino, similar ao das pessoas. Este vírus tem duas estirpes conhecidas por afetar canídeos: a H3N8 e a H3N2. Não é conhecida a sua transmissão aos humanos.
Devido ao facto de ser uma infeção altamente contagiosa, os grandes surtos são mais comuns em locais onde haja uma grande concentração de cães e que estes estejam em contacto próximo, como é o caso, por exemplo, dos canis, hóteis caninos e parques.
A transmissão do vírus dá-se pelas secreções respiratórias (tosse, espirros, ladrar), objetos contaminados (gamelas de água, trelas) e nas mãos e roupas de pessoas que tenham estado em contacto com animais afetados.
Sinais clínicos
O período de incubação (tempo que decorre desde que o animal é infetado pelo vírus até ao início dos sinais clínicos) é de 2 a 4 dias, altura em que a excreção do vírus é elevada. É importante referir que cerca de 20% dos cães infetados pelo vírus da influenza não vão manifestar sinais , no entanto irão excreta-lo e serão fontes de infeção para outros.
Os restantes 80% desenvolvem uma infeção respiratória ligeira, com tosse seca seguida de esgar que persiste entre 1 a 3 semanas e pode ser facilmente confundida com a da Tosse de canil. Outros dos sinais presentes são descarga ocular e nasal, espirros, febre, apatia e falta de apetite.
Em casos mais graves pode haver febre alta (+ de 40ºC) com o desenvolvimento de pneumonias e infeções bacterianas secundárias, levando a que cerca de 10% dos animais afetados não resista.
Diagnóstico
A gripe canina não pode apenas ser diagnosticada através dos sinais clínicos, uma vez que estes são bastante semelhantes aos de outras doenças.
Não existe nenhum teste rápido específico para a gripe canina, no entanto, em animais que estão doentes há menos de 3 dias pode-se obter amostras dos fluídos nasais ou da faringe e procurar pela presença do vírus.
Em cães que apresentam sinais há mais de uma semana, pode-se pesquisar por anticorpos no sangue. Este teste terá de ser repetido após o cão melhorar para confirmar a regressão da infeção.
No caso de haver alterações pulmonares, uma radiografia ao tórax poderá ser realizada.
Tratamento
É necessária a opinião médico veterinária sobre qual a opção terapêutica a seguir. O tratamento para a gripe canina, assim como para a maioria das infeções virais, é essencialmente de suporte, ou seja, serve apenas para combater as consequências da infeção e impedir que evoluam enquanto que o sistema imunitário do próprio combate o vírus.
Não existe tratamento específico para a gripe canina, mas sim para as suas complicações. Cães que tenham pneumonia ou uma infeção bacteriana secundária poderão necessitar de antibióticos, anti-inflamatórios e soro.
Uma boa nutrição e maneio também ajudam a tornar a resposta imunitária mais eficaz.
Controlo e prevenção da Gripe canina
As práticas de rotina para evitar a infeção, principalmente em locais que alojem grupos de cães, passam por uma boa higiene das instalações e por separar aqueles animais que pareçam estar afetados.
O vírus da influenza canina persiste no ambiente por 1 a 2 dias, mas é facilmente eliminado através dos desinfetantes comuns.
A vacinação contra a gripe canina existe, no entanto a sua administração varia consoante a avaliação do risco do cão se vir a infetar ou não.
Siga as recomendações do seu médico veterinário.