Enfermeira Bárbara Andrade
Enfermeira Bárbara Andrade
04 Jan, 2019 - 18:50

Tudo o que precisa de saber sobre uma gravidez ectópica

Enfermeira Bárbara Andrade

O diagnóstico de uma gravidez ectópica pode ser confundida com uma gravidez normal. Os sintomas sendo mais dolorosos pode significar que algo não está bem.

Tudo o que precisa de saber sobre uma gravidez ectópica

A gravidez ectópica acontece quando o ovo fecundado se implanta fora do útero (local normal de implantação), normalmente, numa das trompas de Falópio mas também pode acontecer no ovário, no colo do útero ou abdómen.

Uma gravidez ectópica não pode chegar ao final da gestação, uma vez que o feto pode levar à destruição de várias estruturas maternas, consequentemente pode provocar grandes perdas de sangue, representando um grande risco de vida para a mulher.

Fique com a noção de que, cerca de 1,5% a 2% das gravidezes são ectópicas. O diagnóstico costuma ser feito ao redor da 8ª semana de gravidez.

GRAVIDEZ ECTÓPICA: FATORES DE RISCO

Na maioria dos casos, o problema encontra-se nas trompas de Falópio, que por estarem inflamadas, infectadas ou estruturalmente danificadas, fazem com que o ovo tenha dificuldade de completar sua migração em direção ao útero, no entanto verificam-se outros fatores, tais como:

  • Gravidez ectópica anterior;
  • Endometriose;
  • Clamídia ou gonorreia;
  • Anomalias ou cirurgia nas trompas de falópio;
  • Defeitos congénitos;
  • Anormalidades genéticas;
  • História de cirurgia pélvica, cirurgia abdominal, ou vários abortos;
  • Conceção durante o uso do DIU ou da toma da pílula;
  • Tratamento de fertilidade;
  • Ser fumadora.

 

GRAVIDEZ ECTÓPICA: QUAIS SÃO OS SINTOMAS ASSOCIADOS?

Numa fase muito inicial, a gravidez ectópica é muito semelhante a uma gravidez normal.

Inicialmente deverá sentir a falta da menstruação no dia em que é esperada, poderá sentir náuseas, tensão/aumento mamário (podendo mesmo ser dolorosa), fadiga, aumento da sonolência, sensação de bexiga sempre cheia e, se fizer o teste de gravidez, através de exame à urina ou ao sangue, este dará o resultado positivo.

Para além destes, é possível que experiencie uma hemorragia vaginal escura ou um rosa aguado, cãibras, dor abdominal e uma massa dolorosa nas trompas de falópio ou ovários.

Com a evolução da gravidez, ou melhor com o aumento do embrião, alojado num local que não o útero, mas sim frequentemente nas trompas de Falópio, estas sofrem uma rutura, sentindo uma dor aguda no abdómen, pélvis, pescoço ou ombro, vertigens, tensão baixa e tonturas.

Neste momento, deve dirigir-se imediatamente às urgências. A rutura de uma trompa pode provocar uma hemorragia interna e representar risco de vida para a mãe.

GRAVIDEZ ECTÓPICA: TRATAMENTO

Na maioria dos casos, uma gravidez ectópica é tratada imediatamente para evitar uma rutura dos tecidos e hemorragias.

Se a gravidez ectópica for descoberta no início, são administrados medicamentos que impedem o crescimento do embrião e destroem as células existentes.

Após este tratamento, será necessário controlar as hormonas, através de análises ao sangue, para garantir que já não há gravidez.

Se a gravidez já estiver avançada ou se o medicamento (metotrexato – induz o aborto) não resolver, pode ser necessário fazer uma laparoscopia. Neste procedimento, é feita uma incisão no baixo ventre onde é introduzido um pequeno tubo, com câmara, para remover o tecido.

Dependendo dos danos, pode ser preciso remover a trompa de Falópio. Em caso de rutura da trompa, pode ser necessário fazer cirurgia.

Por vezes, o tratamento pode levar à perda dos órgãos reprodutores e, inclusive, à infertilidade. Perdendo uma trompa de Falópio, as possibilidades de engravidar diminuem em 50%.

Depois de uma gravidez ectópica, existe cerca de 15% a 20% de hipótese de haver outra. Nestes casos, é fundamental, numa próxima gravidez, fazer a primeira ecografia pelas sete semanas.

Por fim, uma gravidez ectópica, ainda que detetada muito cedo, é sempre uma perda, uma vez que se torna numa gravidez não viável.

É natural que se sinta triste e frágil. Dê tempo à tristeza, não carregue a dor sozinha, partilhe-a com quem ama e a ama a si.

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