A gravidez anembrionária, também conhecida como ovo cego, é uma gravidez em que não existe embrião. É uma situação comum, e acontece quando o óvulo fertilizado se implanta na parede uterina, mas o embrião não se desenvolve.
Este problema é diagnosticado na ecografia do primeiro trimestre, no qual é possível visualizar o saco gestacional vazio, sem qualquer embrião.
Apesar de não existir crescimento do embrião, a mulher pode apresentar todos os sintomas de uma gravidez normal. Qualquer mulher pode passar por uma gravidez anembrionária, uma vez que não existem explicações para esta situação.
Causas da gravidez anembrionária
Quando existe fecundação do óvulo pelo espermatozóide, forma-se uma estrutura chamada blastocisto. O blatocisto divide-se em duas partes diferentes. Uma, chamada trofoblasto, que irá alojar o embrião e é constituída pelo saco gestacional, placenta e anexos. A outra estrutura dará origem ao embrião e chama-se embrioblasto.
Por vezes, ocorre uma alteração genética durante a união do óvulo com o espermatozóide. Por isso, apesar de o útero se ter preparado para uma gravidez, não existe um embrião para se desenvolver.
Mulheres de todas as idades podem passar por uma gravidez anembrionária, não sendo considerada um problema de infertilidade. No entanto, a partir dos 40 anos, os óvulos mais velhos estão mais suscetíveis a defeitos genéticos, pelo que pode ser mais comum que aconteça. O mesmo se aplica aos homens.
Sintomas da gravidez anembrionária
Numa gravidez anembrionária, a mulher tem os típicos sintomas de uma gravidez normal, como náuseas, vómitos, aumento do tamanho das mamas entre outros. Os testes de gravidez têm resultado positivo uma vez que a hormona HCG está elevada, como seria de esperar numa gravidez.
Normalmente, esta situação só é detetada na primeira ecografia da gravidez. Até lá, a mulher pode apresentar diminuição dos sintomas de gravidez, como as náuseas e vómitos e diminuição do tamanho das mamas. Para além disto, podem ocorrer perdas sanguíneas vaginais.
Tratamento da gravidez anembrionária
A estratégia de tratamento deve ser específica para cada caso e tendo sempre em conta o estado emocional da mulher.
O método de tratamento mais seguro é aguardar o aborto espontâneo, mas a diminuição dos índices hormonais pode levar várias semanas. No entanto, se a mulher já teve perdas sanguíneas, a melhor opção é aguardar pelo fim natural da gravidez.
Muitos médicos preferem recorrer a cirurgia como a aspiração uterina ou a curetagem. Devido ao frágil estado emocional da mulher é muitas vezes utilizada esta técnica. Ter que aguardar por um aborto espontâneo pode provocar sofrimento emocional à mulher.
Também podem ser usados medicamentos que induzem as contrações uterinas e estimulam a eliminação natural do conteúdo uterino.
Prevenção da gravidez anembrionária
A gravidez anembrionária não pode ser prevenida, uma vez que não se trata de um problema da mulher ou do homem, mas sim um problema isolado e esporádico. No entanto, para quem planeia engravidar deve tomar suplemento de ácido fólico, dois meses antes da concepção. O ácido fólico ajuda a prevenir malformações e acidentes genéticos. A suplementação deve ser feita sempre sob orientação médica.
Quando tentar nova gravidez?
Uma vez terminada a gravidez anembrionária, o ciclo menstrual da mulher volta ao normal. Assim, a mulher pode voltar a tentar engravidar, sempre sob orientação do médico ginecologista.
Mulheres que já tenham passado por uma situação destas não têm qualquer implicância nas gestações seguintes. A mulher que passa por este problema não tem nenhum problema real que a impeça de engravidar.
Estas situações são, na grande maioria das vezes, esporádicos e isolados. Acontecem devido a um erro que ocorreu durante a fecundação. Porém, se o problema se repete mais do que duas vezes na mesma mulher, é aconselhada a fazer uma investigação do cariótipo.
A recomendação para uma mulher que já teve uma gravidez anembrionária é aguardar 3 meses até voltar a tentar uma nova gravidez.