Muita gente quando pensa em gatos e crianças acha impossível que possam conviver no mesmo ambiente, sem qualquer problema, tanto para o gato como para a criança. No entanto, é possível sim ambos conviverem e serem bons amigos, desde que tomadas algumas precauções.
Gatos e crianças: cuidados de saúde a ter
Muitos pais têm receio de que se o gato conviver com o bebé ou criança estará a colocar em risco a saúde do filho. É natural que haja esse receio pois as crianças são mais suscetíveis a doenças e problemas.
Há doenças que podem ser transmitidas entre pessoas e animais (zoonoses), portanto o teor da preocupação é válido. No entanto, este contágio pode ser evitado caso sejam tomadas algumas medidas.
Deve informar-se com o seu médico veterinário acerca das zoonoses e dos cuidados que poderá ter em relação ao seu gato, caso tenha crianças em casa.
Desparasitação interna
Os parasitas internos, mais vulgarmente conhecidos como lombrigas, podem ser transmitidos entre pessoas e animais. Como as crianças se descuidam muitas vezes em colocar a mão na boca e estão em contato frequente com o animal, é de extrema importância que o seu gato seja desparasitado com regularidade.
Por norma, em idade adulta, a partir dos 6 meses de idade dos gatos, é recomendado que sejam desparasitados com períodos entre 3 a 4 meses. No entanto, deve falar com o seu médico veterinário acerca da sua preocupação com as crianças que com ele convivem, e este fará um plano de desparasitação adequado à situação.
Desparasitação externa
As pulgas e as carraças também podem ser transmitidas entre pessoas e animais. Estes parasitas podem transmitir doenças graves que colocam em risco a saúde do seu filho.
Desta forma, deve ter cuidado redobrado com a desparasitação externa do seu gato. Deve, mais uma vez, conversar com o seu médico veterinário acerca do produto mais adequado para o animal, que garanta a maior eficácia.
É importante também verificar qual a regularidade com que deve colocar o produto. Há produtos que devem ser colocados mensalmente, outros de 3 em 3 meses, semestralmente ou de 8 em 8 meses, portanto, deve garantir que está a colocar o produto com a regularidade indicada para que o efeito seja maior.
Vacinação
As vacinas dos gatos não protegem contra nenhuma zoonose. No entanto, se o gato estiver doente, irá ficar imunodeprimido e desta forma ficará mais suscetível a ser contagiado com outras doenças que se podem transmitir às crianças.
Assim, deve sempre garantir que está a cumprir o plano de vacinação indicado para o seu gato.
Check up regular
Existem várias doenças que podem ser transmitidas do gato à criança. Algumas podem ser prevenidas outras não. Assim, se tem crianças em casa deve procurar fazer check ups regulares com o seu gato ao médico veterinário.
Existem por exemplo doenças de pele provocadas por fungos ou ácaros que podem ser transmitidas às pessoas, especialmente crianças, pois o seu sistema imunitário ainda é frágil.
Para além do check up regular onde o seu médico veterinário irá observar se está tudo bem em termos de saúde do gato, deve também estar atento a qualquer sintoma anormal no animal, como por exemplo:
- Falhas de pêlo;
- Vómitos;
- Diarreia;
- Prurido (comichão);
- Alterações comportamentais.
Se o seu gato demonstrar algum destes sintomas ou outros anormais que não estejam mencionados acima, deve levá-lo logo que possível a uma consulta pois pode ser sinal de que algo não está bem.
Quanto mais cedo o seu gato for diagnosticado, mais rápido será tratado e a menos riscos de saúde a criança estará exposta.
Unhas do gato
Especialmente quando existem crianças em casa, as unhas do gato devem ser cortadas com regularidade para evitar algum acidente.
Mesmo gatos muito dóceis e amigáveis, e ainda que os gatos e crianças se dêem bem, ao brincar podem arranhar mesmo sem intenção de magoar.
Cortar as unhas nem sempre é fácil, muitas vezes porque os gatos não permitem e também porque é preciso alguma técnica. Deve pedir a um profissional que lhe ensine a técnica e só deve fazê-lo em casa se se sentir seguro, pois corre o risco de magoar o seu gato.
É importante também começar a habituar o gato desde pequeno a permitir que lhe corte as unhas.
Gatos e crianças: chegada de uma criança a uma casa com gatos
Os gatos são animais muito dados a rotinas, e qualquer alteração pode desencadear stress. O objetivo é começar a habituar meses antes, gradualmente, o seu gato a novas rotinas.
Rotinas
É importante manter os mesmos horários de refeições, tempo de brincadeiras, escovagem, mudança da caixa de areia, entre outras coisas. Desta forma, se acha que não irá conseguir manter estas rotinas, o ideal é começar alguns meses antes a habituar à nova rotina, gradualmente, sem que o gato sinta a diferença.
Se puder, comece a habituar o seu gato a crianças pequenas, para que não seja uma surpresa quando conhecer o seu filho.
Contacto entre gatos e crianças
O ideal, depois do bebé chegar a casa é que comece a apresentá-lo ao seu gato aos poucos e sempre com vigilância. Uma vez que o bebé só estará em contacto com o gato quando estiver por perto, deverá habitar o gato de que não poderá ir para o quarto ou local onde o bebé e o seu berço irão ficar. Desta forma, quando o bebé chegar e impedir o gato de ir para esse local ele já não achará estranho.
Essencialmente, é um jogo de paciência que deve começar o mais cedo possível a ser trabalhado. Quando o bebé for mais crescido, para além da vigilância incidir sobre o gato também irá incidir sob a criança. Deve ensinar a lidar com o gato de uma forma meiga, sem o assustar ou magoar, sob risco de o gato se sentir assustado e ameaçado e desenvolver comportamentos agressivos com a criança.
É importante estar atento a sinais de stress e agressividade do gato como unhas de fora, tentar fugir e algumas vocalizações. Estes são sinais de que o gato está stressado e quer ir embora. Deve deixar o gato sair e não o pressionar.
Nunca em nenhuma circunstância deve castigar o seu gato, muito menos em frente à criança. Esta pode imitar o seu comportamento, pois é um hábito comum nas crianças, e magoar o gato, causando ainda mais medo e dificultando a sua relação.
Conclusão
Os gatos e as crianças podem e devem ter uma boa relação. Não é por ter um novo membro da família que deve ou tem que descartar o outro.
Os gatos e as crianças podem conviver e ser bons amigos desde que haja paciência, cuidados com a saúde do animal e que a criança saiba respeitar o espaço do gato.