Nutricionista Inês Sanches
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05 Nov, 2016 - 01:24

Frequência alimentar: muitas ou poucas refeições por dia?

Nutricionista Inês Sanches

Será melhor ingerirmos poucas mas grandes refeições ou muitas mas pequenas? Existem vantagens relativamente à frequência alimentar do seu dia-a-dia.

Frequência alimentar: muitas ou poucas refeições por dia?

A obesidade é uma das maiores preocupações no século XXI. Este problema existe devido a um desequilíbrio entre o consumo de energia e o gasto de energia.

O gasto de energia engloba os gastos associados ao metabolismo basal, à atividade física e à termogénese (libertação de calor que resulta da transformação da energia dos alimentos).

O consumo de energia é influenciado pela densidade energética dos alimentos, pela total da energia que o alimento possui e pela frequência de ingestão alimentar.

A maioria dos estudos sobre a ingestão alimentar, focam-se no estudo dos alimentos ingeridos e nutrientes consumidos e nos fatores que a influenciam a ingestão, sendo muitas das vezes o estudo da frequência da ingestão alimentar um tema por explorar.

No entanto, cada vez mais se verifica que este tema merece especial atenção, pois a dúvida sobre o número de refeições que devem ser feitas diariamente ainda persiste.

De seguida vamos analisar algumas das principais ideias que vêm à memória quando se fala de frequência das refeições.


4 razões para existir uma frequência de ingestão alimentar

perda de peso



1. Estabilidade dos níveis de glicemia

Um dos benefícios de fazer pequenas refeições muitas vezes ao dia é ajudar na manutenção de níveis de açúcar no sangue.

Vários estudos apontam para esta vantagem, apesar dos resultados mais vantajosos serem principalmente em indivíduos que apresentam resistência à insulina.

Ainda assim, os níveis de insulina e açúcar no sangue de indivíduos que ingerem menos refeições sofrem uma menor flutuação ao longo do dia.

Uma ideia importante mencionar é que se a pessoa tem o seu organismo habituado a comer frequentemente, o melhor será continuar a fazê-lo para evitar sentir-se mal, por exemplo.

Contudo, isto não invalida que não seja possível passar algumas horas sem comer.

Tudo depende do quanto o organismo de cada pessoa está habituado: fazer muitas ou poucas refeições.


 


2. Metabolismo ativo

Aquilo que se ouve com mais frequência é que comer de 3 em 3 horas é o ideal para manter o metabolismo ativo e dessa forma conseguir emagrecer.

Mas na realidade a aceleração do metabolismo não se deve à quantidade de vezes que come, mas sim aos alimentos que ingere.

O metabolismo aumenta proporcionalmente à quantidade de calorias ingeridas.

 


3. Melhoria da saciedade

Um estudo realizado com o objetivo de verificar as principais diferenças entre o consumo de muitas ou poucas refeições, chegou à conclusão que comer frequentemente parece não ser sinónimo de diminuir a vontade de comer.

Pelo contrário, o baixo número de refeições fez com que se tivesse menos fome e uma maior saciedade.


 


4. Perda de peso e massa muscular

Quando o organismo fica sem alimentos durante longos períodos de tempo, vai buscar energia aos músculos, mas falamos de dias e não horas.

Não é por ficar 3 ou 4 horas sem comer que vai perder massa muscular por este processo.

Relativamente à perda de peso, a mesma poderá ser mais rápida se realizar refeições mais frequentes ao longo do dia.

Mas não é devido ao metabolismo acelerado, é devido às escolhas alimentares associadas a este regime, que normalmente são mais saudáveis e equilibradas.

Afinal, como deve ser a nossa frequência de ingestão alimentar?

Já é possível concluir que há vantagens quer se coma pequenas quantidades varias vezes ao dia, quer se coma maiores quantidades poucas vezes por dia.

É importante ter em consideração o que o corpo de cada pessoa necessita.

Para isso, é fundamental que seja acompanhado por um profissional de saúde que lhe saiba indicar como funciona o seu corpo e daí qual o melhor regime que deve seguir.

Cada pessoa é diferente e não é possível generalizar. Não faça alterações drásticas se não souber o que é melhor para si.


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