A base do flexitarianismo consiste na ideia de que não é necessário eliminar de forma radical o consumo de carne e peixe para que seja possível obter os benefícios geralmente associados a uma dieta vegetariana.
Deste modo, o flexitarianismo funde os conceitos de vegetariano e flexível, consistindo numa tendência alimentar seguida por quem dá preferência a alimentos de origem vegetal, mas que permite algumas exceções e concessões de consumo ocasional de peixe e carne.
Quem adota este estilo alimentar tem motivações semelhantes às de quem adota o vegetarianismo, ou seja, é normalmente movido por razões de saúde, ecológicas ou económicas.
Flexitarianismo: que alimentos são consumidos?
Tendencialmente, quem segue este tipo de dieta prepara essencialmente pratos vegetarianos em casa; contudo, fora de casa “não há restrições”, sendo que não necessitam de pratos/ementas especiais, sendo permitido/concebido o consumo de carne e peixe.
Os flexitarianos têm normalmente o hábito – tal como alguns tipos de vegetarianos – de utilizar e a alternar fontes proteicas de origem animal – os lacticínios, sobretudo iogurtes e queijo, e os ovos – e proteínas de origem vegetal, como as leguminosas (feijão, grão, lentilhas), os frutos oleaginosos (nozes, amêndoas, avelãs), as sementes (sésamo, girassol, abóbora) e os cereais não refinados (flocos de aveia, arroz semi-integral, massa integral), para obterem fontes proteicas completas e equilibradas.
Alimentos privilegiados no flexitarianismo
Os flexitarianos privilegiam, assim, o consumo da produção local, o consumo de alimentos sazonais, a escolha de produtos sustentáveis e a diversidade de alimentos.
Flexitarianismo vs vegetarianismo
Por motivos acima mencionados, o flexitarianismo pode vir a colmatar possíveis défices nutricionais de uma dieta vegetariana restrita, como por exemplo o da vitamina B12, só presente em alimentos de origem animal.
Contudo, embora o flexitarianismo proponha a diminuição do consumo de carne e peixe, as organizações vegetarianas não o reconhecem como um tipo de vegetarianismo, já que não há a abstenção por completo do consumo de carne na dieta.
Benefícios descritos do flexitarianismo
- Ausência de alimentos proibidos, levando a uma melhor socialização;
- Melhoria do estado de saúde geral pelo aumento de ingestão de alimentos protetores como frutos e vegetais e o consumo ocasional de carne e peixe;
- A diminuição do impacto ambiental, devido à redução do consumo destes.
5 Razões plausíveis para experimentar o flexitarianismo
1. Não precisa de abdicar completamente da carne ou peixe
Não tem que abdicar da carne completamente para ter benefícios. Ao reduzir a quantidade de carne que consome, vai diminuir automaticamente a quantidade de gordura ingerida.
Menos proteína proveniente da carne implica um maior consumo de fibra (por consumo alternativo de substitutos vegetais).
A fibra, por sua vez, pode ter um impacto no colesterol e noutros marcadores de saúde.
2. Pode aumentar a longevidade
A adoção deste estilo alimentar pode prolongar os seus anos de vida.
O Instituto Nacional de Saúde Norte-Americano analisou a relação entre os alimentos ingeridos e os anos de vida, concluindo que as dietas baseadas em alimentos de origem vegetal podem aumentar os anos de vida.
3. Adaptável a planos para a perda de peso
A dieta flexitariana é facilmente adaptável a planos low-carb, que já foram associados a uma melhor gestão do peso corporal.
Por exemplo, legumes e frutos de casca rija (secos) são ricos em proteína e relativamente pobres em hidratos de carbono; o consumo ocasional de carne ou peixe vai fornecer uma dose moderada de alimentos mais utilizados numa abordagem low-carb na perda de peso.
4. Vantagens reconhecidas
O US News and Worl Report Health classificou o flexitarianismo (dieta flexitariana) como estando no top 10 das dietas para a perda de peso, saúde cardiovascular e controlo da diabetes, assim como por ser uma das dietas baseadas em alimentos de origem vegetal mais fácil de cumprir.
5. Fácil, barata e boa para o ambiente
É uma forma de alimentação mais barata e diminui drasticamente a sua pegada de carbono.
Além disso, não existem alimentos proibidos!
Nota final
O flexitarianismo existe em vários níveis e varia consoante o tempo durante o qual é praticado, sendo flexível: os iniciantes podem consumir mais carne/peixe até se acostumarem e podem ir gradualmente diminuindo até atingir o objetivo – que idealmente é consumir carne/peixe uma ou duas vezes por semana.