Se tem filhos problemáticos precisa encontrar estratégias para lidar com os problemas de comportamento, para que não se agravem e se transformem em delinquência.
A adolescência é uma fase marcada por diversas alterações, nomeadamente, alterações físicas, afetivas, sociais, familiares e psicológicas. Todas essas alterações podem despoletar tendências agressivas, de conflito, nomeadamente, comportamentos de oposição face às figuras de autoridade.
A adolescência é uma altura da vida em que aumenta a exposição a diversos perigos, tais como delinquência, toxicodependência e outros comportamentos de risco.
Adolescentes com fortes ligações com a família e mais supervisionados pelos pais possuem um maior sentimento de pertença e menor probabilidade de serem filhos problemáticos.
Comportamentos problemáticos
Existem diversos fatores que podem explicar os comportamentos dos filhos problemáticos.
Podem dividir-se em três tipos de fatores: fatores individuais, familiares ou escolares.
Fatores individuais
- Baixa autoestima
- Baixa motivação
- Pobre desenvolvimento cognitivo
- Baixas competências sociais
- Pouco vinculo à família
- Baixa capacidade para inibir comportamentos
- Impulsividade
- Hiperatividade
- Baixo rendimento escolar
- Uso e/ou abuso de substâncias
- Isolamento social
- Expulsões e suspensões escolares
- Baixas aspirações académicas
Fatores familiares
- Disciplina severa e inconsistente
- Conflitos entre os pais
- Abuso infantil
- Ausência de supervisão dos filhos
- Exposição do adolescente a modelos adultos com comportamentos desviantes
- Doença psiquiátrica de um dos pais
- Baixa escolaridade dos progenitores
- Desemprego dos progenitores
Fatores escolares
- Disciplina repressiva
- Práticas escolares rígidas
- Turmas com elevado número de alunos
- Escolas grandes e subestruturadas
- Relações negativas com os professores
- Ausência de psicólogos escolares
- Relações negativas entre o meio escolar e a família
- Conteúdo académico pouco estimulante
Filhos problemáticos: o que fazer para atenuar a situação
Preparar a adolescência desde a infância
É essencial o trabalho de prevenção e promoção de um contexto de confiança e de ligação com o seu filho.
Diálogo e troca de ideias
Os pais devem reconhecer os direitos e autonomia dos filhos ao mesmo tempo que são firmes nas divergências e estabelecem normas para a conduta dos filhos. É essencial que o diálogo não seja algo imposto, mas que seja fomentado ao longo do tempo.
Abordar os temas com clareza
Seja direto sobre os temas mais complicados da adolescência como o início do consumo de álcool. Não é por abordar o tema ou lhe dar informação que ficará mais curioso, mas ficará certamente mais informado.
Dar tempo para o seu filho refletir sobre o que conversaram
Após uma conversa informativa e esclarecedora é importante que o seu filho tenha tempo para pensar sozinho e assimilar o que lhe foi dito.
Compreender a origem do problema de comportamento
Nenhum comportamento começa inesperadamente e sem motivos. Esteja atento às inseguranças e pensamentos do seu filho.
Monitorização
É muito importante que os pais mantenham a supervisão no início da adolescência, pois a falta dela pode contribuir para que os filhos se envolvam com companhias de risco.
Estar atento aos sinais de alerta
Os sinais de alerta mais frequentes são: oscilações frequentes e muito bruscas de comportamento sem razão aparente; ausências injustificadas; mudanças súbitas no desempenho escolar; falta de dinheiro na carteira dos pais; gasto de dinheiro frequente sem razão justificada; faltar às aulas.
Autoridade flexível
Encorajar a autonomia dos filhos, estimular a expressão dos seus desejos e sentimentos ao mesmo tempo que se impõe restrições ao comportamento.
Dar responsabilidade
Mostre a importância da responsabilidade sobre os seus próprios atos. Mostre-se disponível para o ajudar na resolução dos problemas.
Ter paciência
A adolescência tem início, meio e fim. Saber esperar não é sinónimo de ignorar os sinais de rebeldia dos filhos. É ter firmeza e amor na medida certa.
Deixar claro que o seu filho não pode tudo
É importante criar adolescentes que serão adultos bem adaptados ao mundo. É importante que trabalhem, que se responsabilizem e que tenham limites.
Não deixar arrastar os problemas
Com o passar dos anos os pequenos problemas de comportamento podem tornar-se numa bola de neve.
Procurar ajuda
Se não está a conseguir resolver os problemas sozinho procure todas as ajudas e recursos possíveis, inclusive dentro da família.