A fertilização in vitro (FIV) consiste na colocação de espermatozóides ao redor de cada ovócito, de forma a obter embriões já fecundados para transferir para o útero materno.
Os ovócitos são recolhidos a partir dos ovários, sendo, de seguida, fecundados com espermatozóides, em meio laboratorial. Os embriões assim obtidos são transferidos, posteriormente, para o útero da mulher.
Nestes casos, a fecundação ocorre fora do organismo da mulher, ao contrário do que acontece em outros casos de reprodução medicamente assistida.
Como escolher a melhor técnica de fertilização in vitro?
A inseminação dos ovócitos pode ser realizada mediante a técnica de fertilização in vitro convencional, ou da Injecção Intracitoplasmática de Espermatozóides (ICSI), permitindo, esta, alcançar a gravidez com êxito em casais que foram diagnosticados com uma má qualidade na amostra de sémen do homem.
Recomenda-se a FIV com sémen de dador, nos casos em que exista:
- Uma má qualidade espermática;
- Fracasso anterior de fecundação com sémen próprio;
- Má qualidade embrionária;
- Fracasso de implantação repetido;
- Suspeitas de um fator masculino como causa principal;
- Homens portadores de uma doença genética que não possa ser estudada nos embriões.
A fertilização in vitro está indicada para casos de obstrução das trompas de Falópio, quando há ligeiras alterações no espermograma, em casos de endometriose ou para tratar a infertilidade de causas desconhecidas.
Recorre-se, também, a este tratamento quando existe uma situação de infertilidade há mais de dois anos, ou quando a mulher tem mais de 35 anos de idade.
Em Portugal, a primeira criança resultante de um tratamento de fertilização in vitro nasceu em 1986, após um tratamento levado a cabo no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
Hoje em dia, realizam-se centenas de milhares de ciclos de FIV em todo o mundo, sendo este um procedimento seguro, bem estabelecido e com uma excelente percentagem de sucesso.
Como é feito o tratamento de Fertilização in Vitro?
Os tratamentos são feitos em clínicas especificamente criadas para o efeito.
Não tome qualquer dos medicamentos que vamos referir sem indicação médica.
Na Ferticentro o tratamento de fertilização in vitro é feito da seguinte forma:
1º passo
O casal começa por ser diagnosticado e indicado para o tratamento de fertilização in vitro.
São-lhes explicados todos os pormenores técnicos sobre o modo como irá decorrer o tratamento e ensinada a administração dos medicamentos utilizados na estimulação ovária.
2º passo
No 3º dia do ciclo menstrual, inicia-se a administração por via injetável do Suprefact e do Menopur ou qualquer outro medicamento indutor da ovulação, segundo as instruções que foram previamente dadas pelo médico.
São estes que vão estimular os ovários a produzirem mais ovócitos (óvulos) que o habitual.
Por volta do 5º dia do ciclo, fazer-se a administração do estradiol e ajusta-se a dose do Menopur.
3º passo
Entre o 7º e o 10º dia, repete-se a determinação do estradiol e faz-se a primeira ecografia de controlo. Volta-se a ajustar a dose do Menopur. Podem ser necessárias mais uma ou duas ecografias.
O desenvolvimento dos ovócitos é controlado através da realização periódica de ecografias e análises ao sangue, para determinar os níveis de algumas hormonas associadas ao processo de amadurecimento dos óvulos.
4ª passo
Quando os folículos ovários estiverem adequadamente desenvolvidos desencadeia-se a ovulação com o Ovitrelle.
5º passo
É feita a punção folicular para a recolha dos óvulos a partir dos ovários. A punção é a operação de recolha dos ovócitos a partir dos ovários.
Deve ser realizada 35 a 36 horas após a administração do Ovitrelle.
A punção é feita com controlo ecográfico e consiste na introdução, na vagina, de uma agulha muito fina, que irá permitir a recolha de ovócitos a partir de cada um dos ovários.
Os óvulos são, depois, fecundados em meio laboratorial. Obtêm-se os embriões desenvolvidos no laboratório.
6º passo
Transferem-se 1, 2 ou, mais raramente, 3 embriões para o útero, 2, 3 ou 5 dias após a punção.
Os restantes embriões, que não forem utilizados no tratamento e apresentem condições de viabilidade, podem ser congelados e utilizados num ciclo a realizar posteriormente, por exemplo, nos casos em que o casal pretende ter mais de um filho, ou se a primeira tentativa falhar.
Quais são as reações adversas ao tratamento?
Como qualquer outro tratamento, a fertilização in vitro pode provocar reações adversas.
Embora neste tipo de tratamento os casais sejam sempre acompanhado por médicos e todos os tratamentos sejam realizados de acordo com as rigorosas normas de segurança internacionais, é importante que o casal tenha noção da possibilidade de existirem situações desagradáveis.
Por norma, quando surgem, estas reações têm caráter moderado e passageiro.
Sintomas mais frequentes
- Calores;
- Irritabilidade;
- Cansaço;
- Dores de cabeça.
Sintomas mais raros
Em situações mais raras, pode ocorrer o Síndroma de Hiperestimulação Ovárica, que consiste numa reação excessiva e potencialmente perigosa aos medicamentos utilizados na estimulação ovárica.
Nestas situações, há acumulação de fluídos e formação de quistos nos ovários.
Os principais sintomas desta situação são:
- Dor pélvica e/ou abdominal;
- Náuseas;
- Vómitos;
- Falta de ar;
- Nos casos mais graves, esta situação pode levar à interrupção do tratamento ou ao internamento hospitalar.