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Como abordar a temática da igualdade da melhor forma? Como explicar o racismo às crianças?
A grande maioria dos pais deseja que os seus filhos tratem todas as pessoas com igualdade, independentemente da cor da pele ou da origem étnica. Mas muitos ainda acreditam que é suficiente apenas escolher não falar com os filhos acerca do racismo e não apontar as diferenças raciais e étnicas existentes.
Assim, alguns pais acreditam que os seus filhos aprendem a não valorizar essas questões e encaram as diferenças apenas como características pessoais. Todavia, evitar falar acerca de racismo e discriminação nem sempre é a melhor opção.
Vamps saber mais sobre este tema.
Será que devemos explicar o racismo às crianças?
Muitos pais acreditam que se não abordarem a temática do racismo com os filhos, se evitarem falar acerca de conceitos como raça e etnia, os seus filhos irão crescer a encarar todas as pessoas de igual forma.
No entanto, muitos destes pais ficam admirados e intrigados quando percebem que os seus filhos estão atentos e absorvem as atitudes, estereótipos raciais e preconceitos sociais que os rodeiam.
De facto, com o objetivo de aprender de forma rápida e eficaz a viver no mundo social, as crianças estão altamente atentas a tudo e a todos os que as rodeiam. Até as crianças mais pequenas estão atentas aos sinais não-verbais (por exemplo, expressões faciais) que os adultos emitem em relação a outras pessoas e a certos assuntos e situações.
Com base nas suas atentas observações, as crianças são capazes de tirar conclusões acerca dos pensamentos e sentimentos que os adultos que lhe são próximos dirigem a determinadas pessoas ou grupos de pessoas e, desta forma, é possível que se formem preconceitos nas crianças.
O que as investigações têm mostrado é que não basta não apontar as diferenças e não abordar com as crianças os estereótipos e preconceitos raciais existentes. Pelo contrário, para fomentar atitudes tolerantes e combater as mensagens preconceituosas explícitas ou implícitas às quais as crianças estão sujeitas ao longo do seu crescimento, importa explicar o racismo às crianças.
Como explicar o racismo às crianças?
Como vimos, o racismo, o preconceito e a discriminação racial têm o potencial de afetar as crianças ao longo do seu desenvolvimento. Muitos pais questionam-se de que forma podem ajudar os filhos a compreender como o mundo funciona e a desenvolver um repertório de estratégias e habilidades que lhes permita lidar com o racismo e com as relações e interações inter e intra-raciais.
Mas então, como explicar o racismo às crianças? Como explicar que classificar os outros pela sua cor da pele é errado? Como iniciar e desenvolver esta conversa com os mais pequenos? Eis algumas dicas que podem ajudar:
- Os pais devem, antes de mais, reconhecer as suas próprias opiniões acerca do racismo e refletir sobre as mesmas;
- Os pais devem expor, sempre que possível, as crianças a diferentes culturas, desde uma idade precoce. Dar a conhecer diferentes culturas parece aumentar a eficácia das conversas relacionadas com a tolerância e as diferenças;
- Antes de começar a explicar o racismo às crianças os pais devem tentar entender aquilo que as crianças já sabem e qual o seu ponto de vista -posteriormente, se as crianças fornecerem informações imprecisas ou pontos de vista que possam levar ao preconceito, os pais devem fornecer informações apropriadas à idade, que incentivem a um ponto de vista diferente;
- As conversas com crianças pequenas acerca da discriminação racial devem ser incentivadas e associadas, sempre que possível, a situações concretas e reais – alguns filmes infantis podem servir de base para abordar a grande variedade de diferenças sociais, económicas e culturais existentes no mundo;
- Os pais não devem sentir-se pressionados, pois é natural que não disponham de toda a informação e. assim, os livros e as histórias podem também ser uma excelente base de apoio para os pais na hora de explicar o racismo às crianças (expor as crianças a livros ou a museus pode ajudar a iniciar conversas interessantes e tolerantes, ao mesmo tempo que permite o acesso a informação fidedigna);
- Utilizar linguagem e explicações simples e recorrer a exemplos – importa não esquecer que as crianças vêm o mundo de forma mais simples e menos enviesadas por preconceitos e estereótipos que nós adultos;
- Os adultos devem controlar as suas próprias emoções quando iniciam esta conversa com as crianças – e lembre-se que é importante que as frustrações e a ira que os adultos possam sentir face à discriminação racial não sejam transferidas para as crianças, que não dispõem das mesmas competências para lidar com as mesmas;
- Adultos atentos e pró-ativos! Os pais devem estar atentos a possíveis situações em que os filhos experienciem injustiça ou discriminação – devem, por isso, conversar e procurar encontrar em conjunto formas saudáveis de lidar com essas situações.
A conclusão
A discriminação racial ainda persiste no dia a dia nos vários cantos do mundo e as crianças não ficam à margem deste problema. Importa contribuir para uma infância livre de preconceito, uma infância livre de racismo.
Explicar o racismo às crianças é tarefa que pais e educadores não devem evitar. As crianças devem ser educadas para o respeito das diferenças e para a noção de que as diferenças enriquecem e acrescentam.