Como se relaciona consigo mesmo? Aceita os seus defeitos e as suas imperfeições? Tem a preocupação de evitar a autocrítica negativa e destrutiva? Se calhar, não tanto quanto devia. A verdade é que se pensarmos bem, muito frequentemente nos criticamos a nós mesmos.
A autocrítica: vantagens e desvantagens
A autocrítica é a nossa capacidade de auto-avaliação e análise pessoal. Pode ser muito importante, no sentido de nos orientar no ajustamento dos nossos comportamentos e das atitudes que adotamos nas nossas relações pessoais e profissionais. A capacidade de nos auto-avaliarmos pode ser uma poderosa aliada quando é positiva, congruente e equilibrada.
É a capacidade de autocrítica que nos permite melhorar o nosso desempenho nos muitos papéis que assumimos, bem como melhorar a pessoa que somos. Obriga-nos a sair da nossa zona de conforto, a enfrentar mudanças e a querer ser cada vez mais e melhor.
Contudo, o que observamos é que muitas pessoas se excedem na maneira como se criticam a si mesmas, provocando uma série de consequências negativas nas suas vidas: ansiedade; depressão; diminuição na autoestima e da autoconfiança. Quando se torna uma fonte de sofrimento psicológico, há que evitar a autocrítica, ou pelo menos torná-la construtiva.
Evitar a autocrítica negativa numa sociedade como a nossa, permanentemente insatisfeita e indutora de grande stress, não é fácil. Todos os dias sentimos que esperam mais de nós, que não estamos a cumprir os objetivos, que não estamos à altura dos desafios, e que o nosso bem-estar e a aceitação de nós mesmos não são assim tão importantes. Quando nos tornamos excessivamente críticos, deixamos de nos aceitar tal como somos, e passamos a viver sempre insatisfeitos, perdendo o prazer de viver.
Como evitar a autocrítica destrutiva?
1 – Aceitação, aceitação, aceitação e aceitação! Aceitarmo-nos tal como somos é o caminho para um maior bem-estar;
2 – Reflita sobre si mesmo: como se descreveria?
3 – Repare nas pessoas à sua volta: certamente não são perfeitas; então não exija perfeição a si mesmo;
4 – Tome consciência das consequências que a autocrítica excessiva lhe tem trazido: como tem afetado a sua vida e a sua autoestima?
5 – Tente substituir as críticas destrutivas por críticas construtivas e reais;
6 – Aprenda a valorizar as suas competências: reflita sobre as suas capacidades intelectuais, psicológicas e sociais;
7 – A ditadura da imagem é prejudicial, por isso, não negligencie os restantes aspetos da sua identidade;
8 – Todos os dias faça o exercício de recordar tudo o que de bom tem na sua vida (pessoas especiais, uma qualidade sua que aprecia, objetivos que alcançou, etc.);
9 – Rodeie-se de pessoas boas: escolha rodear-se de quem gosta de si e lhe proporciona relações saudáveis e felizes; não permita que o façam sentir menos merecedor de amor, atenção e sucesso;
10 – Invista nas atividades em que é bem-sucedido e melhore ainda mais;
11 – Experimente novas atividades que lhe tragam diversão e prazer e dê a si mesmo a oportunidade de ter momentos serenos e felizes na sua vida;
12 – Aprenda a motivar-se: faça uma lista de metas que pretende alcançar e tente executá-las;
13 – Já que dedicou tanto tempo a identificar as suas falhas e fragilidades, incentive-se a melhorá-las; procure maneiras de potenciar os seus recursos de forma a desenvolvê-los cada vez mais;
14 – Seja tolerante: todos erramos e todos temos defeitos; não se foque tanto nos seus.
Em suma…
A autocrítica é necessária quando não é demasiada. Procure ser o seu melhor amigo e aceitar-se tal como é. Reconheça e valorize as suas potencialidades, qualidades e características, pois só assim terá atitudes mais firmes, confiantes e seguras.
Aprenda a evitar a autocrítica excessiva e destrutiva e afaste o mal-estar psicológico e emocional. Cuide de si!