O termo eutanásia refere-se à morte sem sofrimento, utilizada em situação de doenças não tratáveis num estado avançado que compromete o bem-estar. Nas pessoas, em grande parte do mundo não é reconhecida como uma prática legal, no entanto a eutanásia em animais é permitida e aconselhável em determinadas situações.
Eutanásia em animais: quando deve ser considerada?
Em qualquer situação a melhor pessoa para o aconselhar sobre ponderar ou não a eutanásia em animais será sempre o médico veterinário.
Atualmente em Portugal, não é legal a prática de eutanásia em animais em canis devido a sobrepopulação, pelo que a eutanásia só é admitida em casos de doença crónica, irreversível e com sofrimento para o animal.
No entanto, para ponderar uma eutanásia devem ser considerados vários fatores.
1. Idade
A idade nunca será por si só um fator para a prática de eutanásia em animais, ou seja um animal idoso saudável um com uma doença curável não deve ser eutanasiado pois não está em sofrimento ou, caso esteja, é possível trata-lo com medicação.
Uma eutanásia num cão idoso só deverá ser equacionada se existir um problema de saúde que assim o justifique, e não apenas pela idade do animal.
2. Doença crónica
As doenças crónicas devem ser consideradas a partir do momento em que o animal fica em sofrimento e compromete o seu bem-estar.
Uma doença crónica é uma doença para a vida do animal, como por exemplo a insuficiência renal crónica. Diagnosticar uma doença para a vida do animal não significa que se tenha que proceder a eutanásia.
Antes de se considerar essa hipótese, é necessário fazer uma série de exames como análises sanguíneas, radiografia, ecografia, entre outros, aconselhados pelo médico veterinário.
Só depois de se avaliar o grau da doença e sabendo que o animal está em sofrimento, uma vez que a doença não terá cura, se pode ponderar uma eutanásia.
3. Tumores
A existência de um tumor por si só também não será decisivo para a prática da eutanásia. É preciso avaliar a localização do tumor e o tipo de tumor pois, pode tratar-se de um tumor maligno ou benigno.
É necessário também avaliar a presença de metástases no animal e a localização das mesmas, uma vez que havendo metástases em órgãos vitais, como por exemplo nos pulmões, o prognóstico será mais reservado.
A condição corporal do animal e o grau de atividade também devem ser tidos em consideração. Mesmo havendo possibilidade de excisão do tumor, certos animais não devem ser submetidos a uma cirurgia devido ao risco anestésico elevado.
Por exemplo, um cão idoso com fraca condição corporal, baixa atividade e mau estado de saúde que tenha um tumor não é um bom candidato a cirurgia.
Se o seu cão ou gato têm algum tumor, por si só não será razão para a sua eutanásia. Deve sempre conversar com o seu médico veterinário para entender qual a melhor hipótese para o animal especificamente, pois cada caso é um caso.
4. Doenças infeciosas
Qualquer doença pode levar o animal a chegar a um estado terminal. Por exemplo existem vírus causadores de doenças como Esgana em cães e Panleucopénia em gatos, que podem fazer com que os animais mesmo sob tratamento, cheguem a estados avançados de sofrimentos.
Independentemente da doença os animais podem chegar a estados terminais de grande sofrimento. Não existe apenas um fator decisivo mas sim um conjunto de fatores que devem ser avaliados como um todo. A decisão poderá passar entre manter o animal vivo com o auxílio de medicamentos analgésicos ou acabar com o seu sofrimento através da eutanásia.
Cada caso é um caso, e antes de tomar a decisão de eutanásia em qualquer situação, deve falar com o médico veterinário que acompanha o seu animal pois, é o único que o pode aconselhar.
Eutanásia em animais: o papel do médico veterinário
Ainda que a decisão do tutor seja a eutanásia, caberá sempre ao médico veterinário a palavra final. Caso decida que o animal não deve ser eutanasiado, o médico veterinário pode recusar a eutanásia sob o pretexto de o animal ter hipótese de ser tratado.
O médico veterinário será também a pessoa adequada para auxiliar o tutor na tomada de decisão e esclarecê-lo acerca do procedimento e qualquer dúvida relacionada com a eutanásia ou a doença do seu animal.
Eutanásia em animais: procedimento habitual
Por norma, numa primeira fase, o animal será anestesiado para evitar qualquer tipo de stress ou sofrimento.
O objetivo do procedimento é fazer o animal passar à inconsciência sucedida de uma morte sem dor ou ansiedade, dessa forma o protocolo deve ser rápido, acessível e fácil de aplicar.
Em Portugal o procedimento mais utilizado em animais de companhia é a administração intravenosa (na veia) de barbitúricos, como o pentobarbital sódico, que induzem a depressão do sistema nervoso central levando a uma paragem cardiorrespiratória.
Depois do procedimento cabe ao médico veterinário garantir a ausência de sinais vitais.
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