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O ensino à distância tem sido, ultimamente, alvo de muita discussão e parece ser uma área bastante promissora. No entanto, apesar de só recentemente parecer ser tema de maior interesse, possui uma longa história.
O ensino à distância não é um fenómeno novo, já que este modo de aprender e ensinar à distância existe há mais de 100 anos. As comunicações via eletrónica vieram apenas substituir o ensino por correspondência que recorria à tecnologia impressa e aos serviços postais.
Com o passar dos anos, com o surgimento de novos meios e novas tecnologias de comunicação, e com uma maior procura por meios alternativos e universais de acesso ao ensino, o interesse pelo ensino à distância foi ganhando maior espaço (1).
Ensino à distância: em que consiste?
Encontrar uma definição universal de ensino à distância não é tarefa simples, todavia os autores são relativamente consensuais. Assim sendo, podemos caracterizar o ensino à distância tendo em conta as seguintes particularidades:
- Uma quase permanente separação do professor e do aluno durante o processo de aprendizagem.
- A influência de uma instituição de educação no planeamento e na preparação dos materiais de aprendizagem e na disponibilização de serviços de apoio ao estudante.
- A utilização de materiais de aprendizagem em diferentes suportes (papel, áudio, vídeo ou informático) para difusão da informação necessária à aprendizagem.
- A disponibilização de sistemas de comunicação bidirecional para que o estudante possa estabelecer diálogo com o docente, por iniciativa de qualquer um deles.
- A quase total ausência de encontros do aluno com o grupo de colegas durante o processo de aprendizagem, havendo no entanto a possibilidade de reuniões ocasionais, presenciais ou através de meios eletrónicos, para fins didáticos ou de socialização (2).
E quais as vantagens desta forma de ensino?
Como vimos, o ensino à distância assume-se como alternativa ou complemento aos métodos de estudo mais tradicionais e apresenta importantes vantagens, tais como:
- Alarga a oferta de programas adequados às necessidades atuais
- Dá origem a métodos e formatos de trabalho mais abertos, que promovem a partilha de experiências
- Permite a formação de um grande número de formandos a baixo custo
- Permite compatibilizar melhor a aprendizagem com uma atividade profissional e com a vida familiar
- Possibilita realizar cursos não existentes na área de residência
- Permite economizar de forma significa tempo e gastos em deslocações
- As novas tecnologias da informação permitem trabalhar com maiores quantidades de informação de forma mais rápida.
Assim sendo, fica claro que esta metodologia de ensino apresenta algumas vantagens, no entanto, para que resulte, há que ter em conta também as suas potenciais desvantagens (por exemplo, ausência da relação humana habitual em contexto de sala de aula e custos de acesso à internet e elevado investimento na implementação de sistemas e produção de materiais de apoio) (3).
Ensino à distância: 6 formas de fazer com que resulte e seja produtivo
Seja por opção, seja por força das circunstâncias, o ensino à distância pode ser uma realidade para algumas crianças e jovens. Eis 6 dicas que podem ajudar a que resulte e seja produtivo:
Certificar de que há uma boa comunicação entre os intervenientes
Manter uma comunicação estreita e regular entre alunos, famílias e docentes, através do canal acordado ou, se este falhar, por telefone.
A existência de uma boa comunicação é crucial para garantir que as crianças e jovens estão bem, não sofrem de isolamento, estão a compreender a situação atual e que podem expressar as suas dúvidas e dificuldades.
Adequar os recursos ao público-alvo
Adaptar os recursos digitais utilizados ao estilo de vida de cada aluno, de forma a ser possível alcançar um ensino diferenciado e promotor de oportunidades e de aprendizagens significativas e, ao mesmo tempo, fomentar a autonomia e a flexibilidade ao ritmo de aprendizagem de cada um.
Promover tarefas cativantes
A realização das tarefas e dos exercícios académicos pode ser mais demorada quando acontece à distância, pelo que devem ser evitados tarefas/exercícios demasiado longos e tempos de realização demasiado curtos.
Mais ainda, em casa é natural que as distrações sejam maiores, pelo que a solução pode passar pela atribuição de tarefas/exercícios mais práticos e cativantes.
Dar feedback
É importante que os alunos dêem feedback aos docentes sobre a carga de trabalho, preferências e ritmos de aprendizagem, para que se sintam menos aborrecidos e cansados.
Estabelecer regras e rotinas
A sala de aula pode ter mudado para o computador de casa, mas as regras e as rotinas devem continuar a existir, de forma a assegurar o bom funcionamento das aulas à distância.
Manter a proximidade com colegas
A interação com os pares é fundamental na infância e na adolescência. Devem ser criadas oportunidades para que os alunos possam interagir, partilhar ideias ou dúvidas (por exemplo, atividades/trabalhos em grupo) (4).
- Rurato, P., Gouveia, L. (2004). História do ensino à distância: uma abordagem estruturada. Disponível em: https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/635/2/159-168FCHS2004-2.pdf
- Lagarto, J. (2002). Ensino a Distância e Formação Contínua: uma análise prospectiva sobre a utilização do ensino a distância na formação profissional contínua de activos em Portugal. Instituto para a Inovação na Formação. Disponível em: https://repositorioaberto.uab.pt/bitstream/10400.2/2493/4/Jos%c3%a9%20Lagarto_livro_tese.pdf
- Vidal, E. (2002). Ensino à distância vs. Ensino tradicional. Disponível em: http://homepage.ufp.pt/lmbg/monografias/evidal_mono.pdf
- Direção-Geral da Educação (2020). Metodologias para o Ensino a Distância. Disponível em: https://apoioescolas.dge.mec.pt/Metodologias