Share the post "Enfarte do Miocárdio: saiba identificar os primeiros sintomas"
O enfarte do miocárdio, é a principal causa de morte em Portugal, com números preocupantes que rondam as 4000 mortes por ano, segundo a Direção Geral de Saúde. Nos últimos anos, Portugal tem apresentado valores crescentes de resposta a este problema, no entanto, os números continuam a ser muito elevados e por isso devemos procurar manter-nos informados.
Este problema ocorre quando uma ou mais artérias do coração ficam bloqueadas por um coágulo fazendo com que o sangue não chegue ao coração e exista uma necrose tecidular, ou seja morte do tecido. Quando isto acontece, o coração deixa de funcionar por falta de oxigenação, logo deixa de exercer a sua função e o resto do corpo não recebe sangue, logo não recebe o oxigénio e os nutrientes que deveria.
Por isto, mesmo o enfarte é considerado uma emergência médica onde cada minuto conta porque há o risco do coração parar, e como sabemos, o coração é o órgão mais importante do nosso corpo.
Sinais de alarme para um possível Enfarte do Miocárdio
O enfarte do miocárdio pode manifestar-se de algumas formas, por vezes facilmente confundíveis. Entre elas:
- Dor intensa no peito, com sensação de queimadura ou aperto, que pode também irradiar-se para a mandíbula ou braço esquerdo. Esta dor é semelhante a uma sensação de queimadura que não resolve com movimentos ou medicação banal, necessitando mesmo de intervenção médica urgente;
- Suores frios;
- Dificuldade respiratória;
- Palidez;
- Náuseas, enjoos e vómitos;
- Tonturas;
- Confusão mental;
- Pode levar a episódios de desmaios e perda de consciência;
- Nas mulheres, nos idosos e em diabéticos podemos também verificar dispneia (falta de ar), mal-estar abdominal e episódios de suor excessivo.
Quais os fatores de risco para o Enfarte do Miocárdio?
Sabendo então que um enfarte do miocárdio é a formação de um coágulo que provoca a interrupção sanguínea numa das artérias próximas do coração, devemos começar por perceber quais os fatores de risco que podem fazer com que isto aconteça.
Existem fatores de risco que são considerados não controláveis, que não dependem do nosso estilo de vida, e os fatores de risco que podemos controlar, ou seja, que dependem exclusivamente de nós.
Fatores de risco não controláveis:
- Idade: os idosos (com mais de 65 anos) são mais suscetíveis, devido ao envelhecimento fisiológico do coração e ao acumular de diversos fatores de risco ao longo dos anos;
- Género: estatisticamente, os homens têm um maior risco de sofrer este problema;
- Hereditariedade: as pessoas com problemas cardiovasculares em familiares próximos, têm maior probabilidade de desenvolver esta doença.
No entanto, e apesar destes fatores de risco nos ultrapassarem e não poderem ser alterados por nós, existem outros aos quais devemos estar atentos e que podem ser modificados e controlados.
Fatores de risco controláveis:
- Tabaco: os fumadores têm o dobro da probabilidade de virem a sofrer de enfarte do miocárdio do que os não fumadores. O fumo dos cigarros é um fator de risco muito grave em problemas cardiovasculares, mesmo quando se trata de fumo passivo;
- Tensão arterial elevada: a hipertensão é a principal causa de aterosclerose que ocorre quando há uma acumulação de gordura no interior de uma artéria, fazendo com que o volume de sangue que passe por esta, seja cada vez menor até que deixe de passar. Quando isto acontece, ocorre então o enfarte do miocárdio;
- Colesterol: os valores são proporcionais, sendo que quanto mais alto for o colesterol, maior o risco de sofrer um enfarte. De salientar que este risco aumenta exponencialmente quando adicionado a outros fatores de risco como a tensão arterial elevada e/ou tabaco;
- Diabetes: a diabetes aumenta seriamente o risco de ter um problema cardiovascular e por isso deve ter sempre os níveis de glicemia controlados;
- Sedentarismo: a prática de exercício físico é indispensável para o bem-estar do coração e dos vasos sanguíneos e ajuda também a controlar outros fatores de risco;
- Excesso de Peso: tal como todos os outros, aumenta o risco de sofrer um enfarte do miocárdio uma vez que também aumenta o esforço do coração;
- Stress: a forma como reagimos ao stress é diferente de pessoa para pessoa, no entanto devemos evitá-lo ou aprender a controla-lo. Este faz com que a frequência cardíaca aumente, por sua vez aumenta a pressão arterial, e, ainda pode fazer com que os fumadores fumem mais, aumentando assim o risco de enfarte.
Enfarte do Miocárdio: como deve ser o tratamento
O tratamento num caso de enfarte do miocárdio é unicamente feito por uma equipa médica, com recurso obrigatório ao hospital. E é importante referir também, que quanto mais rápido o doente chegar ao hospital, menores serão os danos e mais fácil este recupera.
Quando chega ao hospital, o médico confirma o diagnóstico de enfarte com recurso, maioritariamente a um eletrocardiograma, mas também a uma análise de sangue.
O passo seguinte é, então, tratar este problema tentando diminuir as consequências a longo prazo e tentando eliminar a dor o mais rápido possível. O objetivo passa por restabelecer o fluxo normal de sangue dento das artérias coronárias de forma a preservar o coração e a sua função, continuando este assim a bombear o sangue para todo o corpo. Para isso, recorre-se a administração de alguns fármacos:
- Nitroglicerina, que é um vasodilatador muito potente, utilizado enquanto se espera por uma resposta médica de forma a facilitar o fluxo sanguíneo;
- Aspirina, um anticoagulante administrado também para facilitar o fluxo sanguíneo, atuando nos coágulos, desfazendo-os e prevenindo a formação de novos coágulos.
Como o enfarte do miocárdio é um problema grave, nem sempre a administração de fármacos é suficiente para o resolver. E, nesses casos, é necessário recorrer a uma cirurgia. Esta, pode dividir-se numa Angioplastia e num cateterismo cardíaco.
A angioplastia permite ver qual a artéria que se encontra obstruída enquanto o cateterismo permite fazer a dilatação da artéria lesada, podendo por vezes ser necessário recorrer a uma estrutura que mantém esta dilatação ao longo do tempo. A cirurgia cardíaca, também conhecida como Bypass, é também uma opção em muitos caos e permite fazer um percurso alternativo à artéria lesada utilizando um excerto.
Associado a todos estes procedimentos cirúrgicos ou medicamentosos, é também essencial ter um estilo de vida saudável, pensado diariamente em formas de prevenção e controlo do nosso sistema cardiovascular.
7 conselhos de prevenção do Enfarte do Miocárdio
É possível reduzir o risco de ocorrência de um enfarte do miocárdio através destes seguintes passos:
- Não fume. Se é fumador, deixe de fumar rapidamente;
- Meça a tensão arterial regularmente;
- Vigie regularmente os níveis do seu colesterol;
- Faça exercício físico com regularidade;
- Se tem excesso de peso, tente reduzi-lo para os valores adequados;
- Evite as gorduras na sua alimentação;
- Não consuma bebidas alcoólicas. O excesso de álcool aumenta a pressão arterial.