O enfarte cerebral também conhecido como acidente vascular cerebral (AVC) é um problema muito grave. Um enfarte cerebral acontece quando há uma diminuição da quantidade de fluxo sanguíneo que chega ao cérebro, diminuindo assim a quantidade de oxigénio que chega a este órgão. Quando, como consequência, temos a morte desse tecido sofremos então um enfarte cerebral.
Um AVC é um problema repentino onde os efeitos visíveis e sentidos são imediatos uma vez que o cérebro controla tudo o que nós fazemos, pensamos, ou sentimos, logo, qualquer parte deste que seja afetada vai interferir com a forma como andamos, falamos, comunicamos ou mesmo sentimos.
Esta obstrução é normalmente feita devido a um coágulo que entope uma artéria, impedindo assim que o cérebro seja alimentado corretamente. Mas o que provoca isto? Quais os sintomas associados? Vamos perceber tudo sobre o enfarte cerebral.
Quais os sinais de alarme de um enfarte cerebral?
Da mesma forma que o auxílio e tratamento num enfarte do miocárdio deve ser rápido, também o enfarte cerebral deve ser tratado o mais rapidamente possível. Isto deve-se ao facto de que quanto mais tempo passar, mais graves se podem tornar os sintomas e mais danificado poderá ficar o nosso cérebro, podendo mesmo entrar em morte cerebral.
Por isso, devemos estar informados e saber quais os sinais de alarme para podermos agir rapidamente num caso destes, visto que um tratamento oportuno pode ajudar no caso de perda da capacidade funcional e da sensibilidade.
Antes de mais, as pessoas que apresentam algum dos seguintes sintomas devem procurar um hospital ou um médico imediatamente, mesmo se o sintoma acabar por desaparecer. Os sinais de alarme, a que deve estar atento são os seguintes:
- Fraqueza ou paralisia súbita de um lado do corpo, como por exemplo dificuldade em mover metade do rosto, um braço, uma perna, ou num dos lados inteiros;
- Dificuldade súbita em falar, não conseguindo encontrar as palavras ou quando a linguagem se torna incompreensível e arrastada;
- Confusão súbita, acompanhada de dificuldade em compreender o que os outros dizem bem como dificuldade em falar;
- Obscurecimento súbito da visão, bem como visão turva ou mesmo falta de visão;
- Tonturas intensas, perdas de equilíbrio e de coordenação podendo levar a quedas;
Qualquer um destes sintomas está tipicamente associado a um caso de enfarte cerebral ou AVC, podendo durar poucos minutos ou algumas horas. De qualquer forma, deve receber tratamento e uma opinião médica o mais rapidamente possível.
Como reconhecer um caso de AVC?
Deve seguir os passos seguintes para o ajudar a reconhecer se a pessoa está a sofrer um AVC ou enfarte cerebral:
- Fraqueza facial: a pessoa consegue sorrir? Tem a boca ou um olho caído? Tem a boca torta e salivante?
- Fraqueza no braço: a pessoa consegue levantar os braços? A pessoa tem coordenação?
- Problemas de expressão: a pessoa consegue fala corretamente? Sabe responder a algumas perguntas básicas sobre si? Consegue entender o que lhe dizem?
Estas são algumas formas de tentar perceber se a pessoa está a sofre um AVC ou um enfarte, e que o podem ajudar a ajudar o próximo.
Quais os fatores de risco para um enfarte cerebral?
Tal como todos os enfartes, o enfarte cerebral tem diversos fatores de risco que colocam a pessoa mais suscetível a sofrer com este problema. Iremos falar um pouco sobre cada um.
- Hipertensão: é o principal fator de risco para AVC, uma vez que acelera o processo de aterosclerose, responsável pela maior parte dos coágulos formados;
- Doença cardíaca: qualquer doença cardíaca, em especial as que produzem arritmias, podem provocar um enfarte ou AVC;
- Tabagismo: o hábito é prejudicial à saúde em todos os aspetos, principalmente naquelas pessoas que já têm outros fatores de risco. O fumo acelera o processo de aterosclerose, diminui a oxigenação do sangue e aumenta o risco de hipertensão arterial;
- Colesterol elevado: o colesterol é uma substância existente em todo o nosso organismo mas quando os seus valores são alterados, especialmente o aumento do LDL (o chamado mau colesterol,” presente nas gorduras saturadas, ou seja, aquelas de origem animal, como carnes, gema de ovo etc.) ou a redução do HDL (“bom colesterol”) leva à formação das placas de aterosclerose;
- Diabetes: é uma doença em que o nível de açúcar (glicose) no sangue está elevado, e é essencial que este valores se mantenham controlados , uma vez que está também associado com risco de desenvolver aterosclerose e consequentemente um enfarte;
- Consumo excessivo de bebidas alcoólicas: quando isso ocorre por muito tempo, os níveis de colesterol alteram-se ficando a pessoa com maior propensão à hipertensão arterial;
- Obesidade: aumenta o risco de diabetes, de hipertensão arterial e de aterosclerose aumentando assim, mesmo que indiretamente o risco de AVC.
Qual o tratamento possível? Como prevenir um enfarte cerebral?
O tratamento deve ser realizado o mais cedo possível com o objetivo de evitar um dano cerebral grave ou sequelas para a vida toda. Assim, o tratamento inicial e imediato é a administração de medicamentos anticoagulantes, como o Alteplase que tem um grande índice de sucesso conseguindo por vezes eliminar todas as sequelas. De salientar que este tratamento apenas tem este índice de sucesso quando é feito até 4h após o inicio do AVC.
Posteriormente pode também ser necessária a realização de uma cirurgia, que irá controlar não só a pressão arterial como a pressão intra-craniana, tentando assim diluir o coágulo.
Após a alta hospitalar, a fisioterapia é muito importante para estes doentes uma vez que acabam por melhor a qualidade de vida do doente, evitando muitas vezes danos permanentes.
Apesar do tratamento, um AVC ou enfarte cerebral pode deixar sequelas, como:
- Enfraquecimento ou paralisia de um braço, perna, rosto o de todo um lado do corpo;
- Perda da coordenação motora;
- Dificuldade para engolir, falar e raciocinar;
- Problemas emocionais, como a depressão;
- Cegueira;
- Fragilidade nos ossos;
- Dano cerebral permanente.
No entanto estas sequelas variam muito de indivíduo para indivíduo e dependem também do tempo que demorou a iniciar o tratamento com acompanhamento médico. Independentemente das sequelas, é extremamente essencial a mudança de hábitos alimentares, tendo sempre como base os fatores de risco, bem como o início ou continuação de realização de exercício físico, para poder ter um estilo de vida mais saudável e proteger o seu corpo de problemas como estes.