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Empatia não é simpatia. Somos simpáticos quando temos um sentimento de afinidade por determinada pessoa. Somos simpáticos para com aqueles de quem gostamos, com quem partilhamos interesses, valores e afinidades. Empatia é um processo mais complexo, que implica a capacidade de nos posicionarmos no lugar do outro, de forma a compreender a sua realidade, simpatizando, ou não, com essa pessoa.
Compreender a empatia
A empatia tem sido estudada, ao longo dos anos, por diversos autores, que lhe reconhecem o potencial de melhorar as relações interpessoais e prevenir a agressividade entre pares, assumindo-se como um elemento fundamental na personalidade de cada um de nós.
Quando falamos de empatia falamos essencialmente da capacidade de perceber a perspetiva e os sentimentos do outro, ou seja, a capacidade de compreender o ponto de vista do outro, as suas expressões e o modo como reage a diversas situações.
Ter empatia é ser capaz de se colocar no lugar do outro, mesmo quando não se está de acordou ou não se simpatiza com a pessoa em questão. Ser empático é ser capaz de aceitar e respeitar o outro e a sua realidade, sem julgamentos ou preconceitos.
Ser empático compensa
Esta habilidade social, de ser capaz de compreender os sentimentos do outro, é relevante em várias áreas da vida humana e a sua ausência pode conduzir a diversos tipos de perturbação.
Por exemplo, a falta de competências de empatia parece estar associada a maiores dificuldades na compreensão de comportamentos sociais, na autorregulação e no autocontrolo emocional, o que pode contribuir para uma maior manifestação de atitudes agressivas.
Por outro lado, ser empático parece aumentar a probabilidade de ajudar os outros e mostrar compaixão e é também um ingrediente chave para relações bem-sucedidas.
A capacidade de transmitir apoio a um parceiro, familiar ou amigo é crucial para o estabelecimento e manutenção de relações positivas. A empatia permite estabelecer uma relação com uma pessoa e fazê-la sentir que é ouvida. A capacidade empática de assumir o estado da outra pessoa, de entender a sua perspetiva e de ver um problema através dos seus olhos, pode fortalecer uma relação.
Como criar empatia?
A empatia parece surgir ao longo do tempo, de forma natural, como parte do desenvolvimento humano. Por exemplo, os seres humanos começam a exibir sinais de empatia nas interações sociais logo nos primeiros anos de vida. Todavia, tal não implica que a empatia não precise ser cultivada, ao logo do tempo.
As investigações no âmbito da empatia têm vindo a demonstrar que as pessoas têm o potencial de cultivar ou priorizar uma atitude empática. Por exemplo, pessoas que passam mais tempo junto de pessoas diferentes de si mesmas, tendem a adotar uma visão mais empática e tolerante em relação aos outros.
Em suma, apesar de a empatia ser mais fácil para alguns, é possível aprender e melhorar esta capacidade mesmo não sendo uma pessoa naturalmente empática. Eis algumas dicas que podem ajudar a praticar esta importante habilidade social.
6 dicas para cultivar a empatia
- Escutar ativamente e estar atento aos sentimentos e pensamentos dos outros, de forma a criar proximidade e respeito.
- Concentrar toda a atenção naquilo que os outros nos pretendem transmitir, evitando desviar o olhar noutras direções ou utilizar o telemóvel nesses momentos de partilha.
- Sempre que seja pertinente, mostrar que se está atento. Manter o contacto ocular, acenar com a cabeça, tocar na mão ou recorrer a outros gestos pode ser útil.
- Mostrar respeito pelo que os outros dizem, evitando atitudes de sarcasmo ou rejeição.
- Perante a dúvida acerca da total compreensão do que é dito pelos outros, importa repetir, por palavras próprias, o que foi dito, de forma a garantir que o conteúdo foi corretamente compreendido.
- Validar as emoções dos outros. Mesmo não concordando com determinadas opiniões, é possível reconhecer o direito dos outros aos seus sentimentos (5).
Como conclusão
A empatia tem a capacidade de acrescentar profundidade aos sentimentos que temos uns pelos outros. Permite-nos ver os outros tal qual são e não como nós desejaríamos que fossem. Permite-nos reconhecer e aceitar que podemos ter pensamentos e sentimentos diferentes dos outros.
Se agirmos de forma empática para com os outros, é provável que os outros sejam empáticos para connosco. Portanto, importa pensar nos outros, estar atento à forma como se sentem e pensar como podemos contribuir para que se sintam bem.