As dores menstruais fazem parte da vida de muitas mulheres em idade fértil. A intensidade desta dor varia muito de pessoa para pessoa, sendo que algumas mulheres sentem dores menstruais agudas e até incapacitantes.
Estima-se que entre 25% e 60% das mulheres sofrem desta perturbação e que entre 1% e 15% dos casos apresentam dor com maior intensidade, designada por dismenorreia grave.
Esta dor normalmente é lancinante (em pontadas agudas), mas pode ser dor em cólica, latejante ou constante, podendo irradiar-se para as pernas. É por norma sentida na parte inferior do abdómen.
SINTOMAS ASSOCIADOS ÀS DORES MENSTRUAIS AGUDAS
A dor pode vir acompanhada por variados outros sintomas:
- Náuseas e vómitos;
- Fadiga;
- Diarreia;
- Dores de cabeça;
- Dores na zona inferior da coluna;
- Tonturas;
- Dores nas pernas;
- Ansiedade;
- Irritabilidade;
- Inchaço.
Em alguns casos, para além dos sintomas, ocorre a expulsão de coágulos de sangue ou moldes endometriais durante a menstruação.
QUAIS AS CAUSAS PARA AS DORES MENSTRUAIS AGUDAS?
As causas podem dividir-se essencialmente em 2 grupos:
- Primárias (mais comuns);
- Secundárias (decorrentes de alterações pélvicas).
A dor menstrual primária acontece sem uma causa ou doença subjacente e ocorre quando se manifesta como uma dor aguda ou convulsiva na zona inferior do abdómen.
Habitualmente, ocorre em mulheres dos 17 aos 25 anos e é pouco comum em idades posteriores ou depois de terem tido filhos.
Esta tende a permanecer durante toda a vida da mulher, embora normalmente diminua com a idade.
Na secundária os sintomas são decorrentes de alterações pélvicas e desaparecerão após o tratamento destas alterações. Causas comuns incluem:
- Endometriose (a causa mais comum) – uma doença na qual o tecido semelhante ao do endométrio se instala fora do útero, geralmente noutros órgãos genitais, dentro da pélvis ou na cavidade abdominal, provocando frequentemente dores pélvicas crónicas;
- Mioma – tumores uterinos benignos (de origem não cancerígena) que causam sangramento uterino anormal, dor e pressão pélvica.
QUAL O TRATAMENTO PARA AS DORES MENSTRUAIS AGUDAS?
O tratamento das dores menstruais secundárias passam, obrigatoriamente, pelo tratamento da causa subjacente. Se existir uma patologia ginecológica, esta deve ser diagnosticada e tratada.
Assim, mulheres dores menstruais primárias devem ser tranquilizadas sobre a ausência de distúrbios ginecológicos estruturais.
1. Tratamento não farmacológico
O tratamento sintomático começa com repouso e sono adequados e exercício físico regular.
Como na maioria das patologias, a alimentação tem também um papel importante no seu tratamento. Uma dieta pobre em gordura e rica em ácidos gordos ómega-3, linhaça, magnésio, vitamina E, zinco e vitamina B1 são potencialmente eficazes.
2. Tratamento farmacológico
Se a dor persistir, os anti-inflamatórios não esteróides são os melhores aliados (o ibuprofeno é habitualmente eficaz neste sentido). Em geral, iniciam-se os 24 a 48 h antes, sendo mantidos por 1 a 2 dias após o início da menstruação.
Quando a terapêutica anti-inflamatória não é suficiente, a supressão da ovulação com um contracetivo oral de baixa dosagem é, em muitos casos, útil na resolução dos casos de dores menstruais agudas.
Em suma, alguns anti-inflamatórios podem ajudar a aliviar estes sintomas mas, por vezes, o tratamento hormonal (contracetivos, vulgar pílula) pode ser necessário e eficaz.