Share the post "A dor na penetração impede-a de ter uma vida sexual feliz?"
Sentir dor na penetração condiciona a vida sexual de muitas mulheres. Em alguns casos, o sofrimento físico pode ser tal que as mulheres não se sentem capazes de ter relações sexuais. Felizmente há solução!
Dor na penetração
Na origem da dor na penetração podem estar problemas de várias ordens: causas orgânicas, psicológicas e socioculturais. Em muitos dos casos, podem inclusive estar presentes causas mistas.
A maior parte dos casos de dor na penetração deve-se à presença de infeções. A dor surge, então, associada a vulvovaginites, a irritação clitoriana, a lesões e a herpes. Por outro lado, a secura vaginal é outra potencial responsável pelo desconforto ou dor no ato sexual. Esta secura pode ser devida a diversos fatores, nomeadamente a uma higiene íntima demasiado agressiva ou à entrada na menopausa.
A dor durante o ato sexual pode ser de vários tipos:
a – Dispareunia: dor persistente e recorrente associada ao coito. Deve-se, na maior parte das vezes, a infeções ou a secura vaginal;
b – Vaginismo: espasmo involuntário da musculatura do terço exterior da vagina que interfere na penetração. Pode dever-se a um trauma/medo.
c – Dor sexual não coital: dor genital constante induzida por estimulação sexual não coital. Tanto pode ser originada por razões físicas como psicológicas.
Perturbação de dor genitopélvica/penetração
Por detrás da dor na penetração pode estar esta perturbação que se caracteriza pela presença de dificuldades persistentes e recorrentes numa ou mais das seguintes situações:
1 – Penetração vaginal durante a relação sexual;
2 – Dor vulvovaginal ou pélvica intensa durante a relação sexual ou tentativas de penetração vaginal;
3 – Medo ou ansiedade marcados acerca de dor vulvovaginal ou pélvica em antecipação, durante ou como resultado de penetração vaginal;
4 – Tensão e compressão marcados dos músculos do pavimento pélvico durante a tentativa de penetração vaginal.
Estes sintomas persistem por um período mínimo de aproximadamente 6 meses e provoca mal-estar clinicamente significativo.
Para este diagnóstico ser atribuído, a disfunção sexual não pode ser devida a perturbação mental não sexual ou consequência de dificuldades relacionais graves, bem como não pode ser devida aos efeitos se determinada substância ou medicamento ou outra condição médica.
A perturbação de dor genitopélvica/penetração pode ser caracterizada de diferentes formas:
- Ao longo da vida (esteve presente desde que a mulher se tornou sexualmente ativa) ou adquirida (iniciou após um período de função sexual relativamente normal);
- Ligeira (provoca mal-estar ligeiro), moderada (mal-estar moderado devido aos sintomas) ou grave (evidência de mal-estar grave ou extremo).
Quando as mulheres sentem dor na penetração de forma persistente, interferindo no seu bem-estar e na sua felicidade, pode estar presente uma disfunção sexual. Perante esta suspeita, as mulheres devem conversar com o médico que as acompanha e pedir ajuda.
Diagnóstico e tratamento da dor na penetração
Antes de iniciar o tratamento é determinante procurar ajuda para fazer o diagnóstico correto. É essencial despistar outro tipo de situações, como uma eventual malformação, daí que perante a presença de dor na penetração a mulher deva procurar a ajuda do médico ginecologista que a acompanha.
Dependendo do diagnóstico existem inúmeras modalidades de tratamento disponíveis, nomeadamente: terapia sexual; terapia cognitivo-comportamental; relaxamento; exercícios respiratórios; fisioterapia.
De forma geral, as mulheres demoram demasiado tempo a pedir ajuda. Felizmente, as disfunções da dor têm tratamento e este tratamento pode garantir à mulher uma vida sexual e conjugal mais feliz e satisfatória.
Para além disso, mediante a presença de dor na penetração há algumas dicas que podem ser úteis:
- Utilizar lubrificantes: determinados cremes vaginais poderão ser úteis;
- Determinadas posições sexuais podem conferir à mulher um maior controlo sobre a penetração e o movimento;
- A estimulação vaginal suave pode ser útil, sendo sempre a mulher quem controla a sua intensidade e profundidade;
- Os dilatadores vaginais também podem ser úteis.