As carraças são parasitas externos, que surgem maioritariamente no tempo quente e que se alimentam do sangue dos mamíferos podendo transmitir doenças, como a doença de Lyme em cães e outras.
O que é a doença de Lyme em cães?
A doença de Lyme é também conhecida por Borreliose. É uma doença causada por uma bactéria, a Borrelia, que é normalmente transmitida através de carraças infetadas.
É uma doença com grande importância a nível de saúde pública por ser uma zoonose, ou seja, uma doença transmissível entre pessoas e animais.
A transmissão ocorre através de carraças infetadas. Existem várias espécies de carraças, no entanto sabe-se que determinadas espécies têm maior propensão para serem transmissoras destas bactérias.
As carraças infetadas fixam-se no hospedeiro através das suas peças bocais, provocando uma lesão nesse local. É necessário que a carraça fique agarrada ao hospedeiro no mínimo entre 12 a 48 horas para que ocorra transmissão, pelo que se a fixação ocorrer durante um período menor, não ocorre transmissão.
As carraças infetam-se quando se fixam num hospedeiro infetado. Pelo que para transmitirem a bactéria, é necessário que se tenham infetado previamente. No entanto, como não é possível saber se a carraça está ou não infetada com alguma doença, o melhor é optar pela prevenção como produtos repelentes.
Sintomas da doença de lyme em cães
Os cães podem ser assintomáticos, ou seja, não manifestar sintomas, apesar de terem a doença. Sendo, desta forma, possíveis animais transmissores mas sem que o tutor se aperceba que está doente.
Os sintomas podem variar, no entanto, a doença carateriza-se pelo aparecimento dos seguintes:
- Claudicação (mancar) intermitente, em que regra geral, existe melhoria e depois volta a piorar, devido à inflamação que ocorre nas articulações (artrite);
- Inchaço das articulações, também pode ocorrer em casos de artrite;
- Perda de peso;
- Febres altas;
- Linfonodos (gânglios linfáticos) aumentados ao que se chama linfoadenopatia;
- Dores musculares;
- Vómitos;
- Prostração, que em alguns casos pode ser o único sinal;
- Aparecimento de uma mancha vermelha no local da picada;
- Problemas respiratórios em alguns casos;
- Sintomas neurológicos;
- Problemas cardíacos, apesar de ser raro;
- Dor abdominal;
- Hematúria, presença de sangue na urina;
- Anemia severa, devido à destruição de glóbulos vermelhos;
- Insuficiência renal.
Diagnóstico de doença de Lyme em cães
É normal, durante o exame físico e inspeção do animal, o médico veterinário observar a presença de carraças. No entanto, a não observação de carraças não significa que se possa descartar a possibilidade da doença, uma vez que a carraça pode já ter sido eliminada.
Através dos sinais clínicos, e especialmente se for detetável a presença de carraças, o médico veterinário irá de imediato suspeitar desta ou outra doença transmitida através destes parasitas, com sintomas semelhantes.
O diagnóstico da doença pode ser realizado através de exames ao sangue específicos que detetam a presença da bactéria. Este exame é útil, também, no sentido em que existem outras doenças transmitidas por este vetor que podem ser confundidas e através deste exame é possível distingui-las.
O médico veterinário também poderá recomendar análises como hemograma para verificar a presença de anemia, e análises à ureia e creatinina para saber se o rim está afetado.
A ecografia pode ser um método de diagnóstico útil, para perceber que órgãos estão afetados e qual a gravidade.
Tratamento da doença de Lyme em cães
O tratamento da doença de lyme em cães é feito à base de antibióticos, prescritos pelo seu médico veterinário após a confirmação do diagnóstico.
É provável que o seu cão tenha que tomar este medicamento durante várias semanas e é muito importante que não interrompa o tratamento.
Caso o animal tenha muitas dores, especialmente se desenvolver artrite e tiver dificuldade em andar o médico veterinário também irá prescrever anti-inflamatórios e analgésicos, de forma a manter o animal confortável e sem dores.
O tratamento dos sintomas que surgem associados à doença deve ser feito de acordo com os sinais que o animal apresenta. No caso de o animal desenvolver problemas renais pode ser necessário a hospitalização do animal e fluidoterapia (soro).
Em casos de anemia severas pode ser necessário recorrer a transfusões de sangue no seu cão.
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Prevenção da doença de Lyme em cães
Uma vez que a transmissão ocorre através das carraças, o melhor é impedir que o seu cão apanhe carraças.
Utilize produtos desparasitantes, conforme a recomendação do seu médico veterinário, sob a forma de coleiras, comprimidos, pipetas spot-on ou injetáveis, nos períodos de tempo indicados.
Não se esqueça que as doenças transmitidas por carraças, nomeadamente a borreliose, são zoonoses, e para além dos animais transmitem as pessoas, por isso a desparasitação externa é um cuidado que deve ter não só pelo seu melhor amigo mas também por si e pelas pessoas.
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