A doença de Addison resulta em geral de uma hipofunção progressiva do córtex adrenal. Trata-se de uma insuficiência adrenal primária que afeta a função das glândulas adrenais.
A doença de Addison desenvolve-se em cerca de 4/100.000 pessoas anualmente. Ocorre em todas as faixas etárias e proporcionalmente em ambos os sexos.
As glândulas adrenais são duas glândulas pequenas que se localizam sobre os rins e produzem 2 hormonas essenciais: o cortisol e a aldosterona.
QUAIS SÃO AS CAUSAS DA DOENÇA DE ADDISON?
A maioria dos casos decorrem de atrofia idiopática do córtex adrenal, provavelmente causada por um processo autoimune.
Os restantes resultam da destruição das glândulas adrenais por granuloma, tumor, amiloidose, hemorragia ou necrose inflamatória.
Em crianças, a causa mais comum de insuficiência adrenal primária é a hiperplasia adrenal congénita, mas outras doenças genéticas podem também estar relacionadas.
QUAIS OS SINTOMAS DA DOENÇA DE ADDISON?
Os sintomas do estadio inicial da doença de Addison são semelhantes a outras condições de saúde mais comuns, como a depressão ou a gripe:
- Fadiga (falta de energia);
- Fraqueza muscular;
- Hipotensão ortostática (consiste num queda da pressão arterial quando uma pessoa se põe de pé a partir da posição sentada ou deitada);
- Perda de apetite e perda de peso involuntária;
- Aumento da sede.
A hiperpigmentação caracteriza-se por bronzeamento difuso das áreas expostas do corpo e, em menor grau, das não expostas, em especial nos pontos de pressão (proeminências ósseas), pregas cutâneas, cicatrizes. Sardas são comuns na testa, na face, no pescoço e nos ombros.
COMO É DIAGNOSTICADA A DOENÇA DE ADDISON?
O diagnóstico é feito, geralmente, através do teste da estimulação da ACTH (hormona adrenocorticotrófica) que mede níveis de cortisol no sangue e urina após administração de um análogo sintético da ACTH, o qual vai estimular a secreção de cortisol endógeno pelas adrenais. Numa pessoa com a doença de addison, os níveis de cortisol serão baixos.
Além disso, por norma os valores de sódio estão diminuídos e os de potássio aumentados.
QUAIS OS TRATAMENTOS DA DOENÇA DE ADDISON?
A doença de Addison é tratada com recurso a medicamentos que que substituam as hormonas que o corpo não consegue produzir naturalmente.
O nosso organismo controla os níveis de corticosteróides de acordo com a sua necessidade. Os níveis tendem a ser muito mais altos de manhã cedo do que no fim do dia. Assim, a hidrocortisona (semelhante ao cortisol) é dada em 2 a 3 tomas, sendo a dose diária total de 15 a 30 mg.
Um regime possível consiste em administrar metade pela manhã, o restante da dose no almoço e no início da noite (p. ex., 10 mg, 5 mg, 5 mg). Outros esquemas sugerem a administração de dois terços pela manhã e um terço no início da noite. Dosagens noturnas devem, em geral, ser evitadas pois podem causar insónias.
Alternativamente, pode-se utilizar prednisolona (5 mg pela manhã e 2,5 mg no início da noite).
A forma mais fácil de ajustar as dosagens é certificar-se de que as concentrações de renina estão em doses normais. A hidratação normal e a ausência de hipotensão ortostática são evidências de uma reposição hídrica adequada.
A renina consiste numa enzima que tem como função a regulação da entrada e saída de sangue no glomérulo (unidade funcional dos rins) com um consequente aumento ou diminuição da pressão arterial.