Muitas mulheres nos dias que antecedem ou durante o período menstrual sentem dores menstruais.
Designadas clinicamente por dismenorreia, estas dores afetam pelo menos metade das mulheres em idade fértil.
Enquanto que para algumas este desconforto é apenas irritante, para outras, pode ser extremamente debilitante e interferir com as atividades do quotidiano durante alguns dias todos os meses.
Como se caracteriza
A dismenorreia pode ter características muito variáveis e estar associada a outros sintomas. Pode preceder a menstruação e, inclusive, persistir depois de esta ter terminado. Pode manifestar-se não só apenas como uma dor abdominal isolada, mas também através de um conjunto de diversos sintomas como:
- Náuseas;
- Fadiga;
- Diarreia;
- Dores de cabeça;
- Dores nas pernas;
- Dores e sensibilidade no peito;
- Tonturas;
- Ansiedade;
- Irritabilidade;
- Inchaço.
Em alguns casos, para além dos sintomas, ocorre também a expulsão de coágulos de sangue durante o período.
Porque surge?
Durante a menstruação, o útero da mulher contrai-se para ajudar a expulsar o seu revestimento e as prostaglandinas, substâncias químicas que desempenham um papel importante em diferentes processos do nosso organismo, bem como alguns focos de inflamação, desencadeiam as contrações uterinas e espoletam a dor. Níveis mais elevados de prostaglandinas estão associados a cólicas menstruais mais graves.
No entanto, nem sempre é fácil identificar a causa da dismenorreia. Para além do ciclo menstrual normal da mulher, existem outros fatores que podem causar estas dores.
Primária ou secundária?
Existem dois tipos de dores menstruais, a dismenorreia primária, quando não têm uma causa aparente, e a dismenorreia secundária.
1. Dismenorreia Primária
É de longe a dor mais frequente, devendo-se apenas fenómenos fisiológicos associados à menstruação, sem que exista qualquer doença subjacente. Habitualmente, ocorre em mulheres dos 17 aos 25 anos e é pouco comum em idades posteriores ou depois de terem tido filhos.
2. Dismenorreia Secundária
Embora seja menos frequente, é mais grave do que a dismenorreia primária. Começa a manifestar-se uma semana antes da menstruação, podendo aliviar ou piorar durante a mesma, ou persistir durante todo o ciclo.
Geralmente, surge em mulheres com mais de 30 anos e, em especial, nas que já tiveram filhos, e deve-se a uma doença do aparelho genital como pólipos, endometriose e fibromas uterinos.
Independentemente da causa, quando detetar sintomas distintos ou dores mais fortes que perturbam a sua atividade no dia-a-dia, é importante procurar ajuda médica.
Tratar a dor
Os tratamentos para as dores menstruais podem variar de forma significativa, dependendo da idade, o estado de saúde, os antecedentes, a intensidade da dor, a tolerância a medicamentos e se a dismenorreia é primária ou secundária.
Se existir uma doença ginecológica, esta deve ser diagnosticada e tratada. Se a dismenorreia for primária, o tratamento destina-se a aliviar as dores. Neste caso, o ginecologista pode optar por recomendar a toma de analgésicos, de contracetivos hormonais, bem como sugerir alterações na sua alimentação e a prática de exercício físico.