Share the post "Dióspiro: perfil nutricional e possíveis benefícios e como consumir"
Originários da China, os diospireiros são cultivados há milhares de anos e dão origem ao seu fruto – o dióspiro. A cor alaranjada e sabor adocicado, muito semelhante ao do mel, fazem das variedades Hachiya e Fuyu, mais conhecidos como dióspiro “de abrir” e “de roer” ou maçã, respetivamente, verdadeiras iguarias.
O dióspiro pode ser consumido cru, desidratado ou cozinhado, sendo ingrediente base de muitas compotas, bebidas e sobremesas, como tartes e pudim. Felizmente, este fruto não é apenas delicioso: a sua composição nutricional faz dele um possível aliado para a nossa saúde.
Dióspiro: informação nutricional
Por cada 100 g de dióspiro, podemos obter 1:
Valor Energético | 65 Kcal | |
Proteína | 0,6 g | |
Hidratos de Carbono | 14,8 g | |
dos quais açúcar | 14,8 g | |
Lípidos | 0 g | |
Água | 82,6% | |
Fibra | 1,5 g | |
Vitamina A | 177 mcg | |
Carotenos | 1060 mcg | |
Vitamina C | 3 mg | |
Potássio | 230 mg |
Podemos reparar que por cada 100 g, cerca de 15% das calorias advêm dos açúcares. Esta informação não é nova e o dióspiro é uma fruta como outra qualquer. Na verdade, a quantidade de açúcar por 100 g é semelhante à da maçã.
Convém, no entanto, salientar que, principalmente o dióspiro “de abrir”, o mais consumido no outono em Portugal, pesa bem mais do que 100 g o que significa que quanto mais pesado, maior a quantidade de açúcar e grande parte dos benefícios para a saúde – principalmente os que estão ligados à gestão do peso corporal – podem perder-se.
Consulte o seu nutricionista para saber qual a quantidade diária de dióspiro que deve consumir sem correr o risco de aumentar o peso.
benefícios do dióspiro: o seu perfil nutricional
Rico em vitamina A
Apenas 100 g de dióspiro oferecem 20 a 25 % da dose recomendada de ingestão de vitamina A, sem contar com a riqueza em carotenóides, que no organismo se convertem em vitamina A ativa.
A vitamina A é uma vitamina lipossolúvel com extrema importância no sistema imunitário, visão e desenvolvimento fetal 2. Outros compostos presentes no dióspiro incluem taninos e flavonóides, que podem ter um impacto positivo na saúde 3.
Rico em beta caroteno
Os antioxidantes ajudam a prevenir o dano celular através da eliminação dos radicais livres. O stress oxidativo tem sido ligado a determinadas doenças crónicas como diabetes, cancro e doença de Alzheimer 4.
O papel dos carotenóides – como o beta-caroteno presente nos dióspiros – tem vindo a ser estudado, e os investigadores sugerem que dietas ricas neste pigmento podem reduzir o risco de doença metabólica, cardiovascular e cancro 5.
Para além disso, num estudo com mais de 37.000 pessoas, descobriu-se uma associação entre o consumo de carotenóides e o risco inferior de desenvolver diabetes tipo 2 6.
Rico em Flavonóides
As doenças cardiovasculares são das principais causas de morbilidade e mortalidade em todo o mundo 7. Felizmente, incluir boas fontes de flavonóides na nossa dieta pode diminuir o risco destas doenças.
Por exemplo, num estudo com mais de 98.000 pessoas, verificou-se que aqueles consumiam mais flavonóides registavam menos 18% de mortes relacionadas com problemas cardíacos do que os que consumiam menos 8.
Coincidentemente, o dióspiro contém dois potentes flavonóides antioxidantes, a quercetina e o quempferol.
Rico em fibras
A fibra é também importante para o normal funcionamento do trânsito intestinal e para a regulação dos níveis de açúcar no sangue.
A sua riqueza em fibra solúvel pode ajudar a baixar os níveis de “mau” colesterol – a porção LDL -, auxiliando o corpo a eliminar o excesso de lipoproteínas em circulação.
Alimentos ricos em fibras, como o dióspiro, ajudam a reduzir a velocidade de absorção dos açúcares simples e podem ser uma vantagem para os diabéticos com problemas de regulação da glicemia 9.
Como consumir o dióspiro?
O dióspiro pode ser adicionado a uma grande variedade de pratos ou simplesmente consumido cru, como qualquer outra fruta. Algumas das formas de incluir este fruto na sua dieta são:
- Fatiado e incluído em saladas
- Adicionado de iogurtes naturais, conferindo um sabor doce sem adicionar açúcar
- Em misturas para bolos, muffins e pães
- Combinado com outros frutos, em saladas de fruta
- Congelados e posteriormente adicionados a smoothies
- Desidratados, como snacks ligeiros para o meio da manhã ou da tarde
- INSA. (n.d.). Tabela da composição de alimentos. Disponível em: http://www2.insa.pt/sites/INSA/Portugues/AreasCientificas/AlimentNutricao/AplicacoesOnline/TabelaAlimentos/Paginas/TabelaAlimentos.aspx
- Oregon State University. (n.d.). Vitamin A. Disponível em: https://lpi.oregonstate.edu/mic/vitamins/vitamin-A
- Butt, M.S., et.al. (2015). Persimmon (Diospyros kaki) fruit: hidden phytochemicals and health claims. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4817420/
- Khansari N, Shakiba Y, Mahmoudi M. (2009). Chronic inflammation and oxidative stress as a major cause of age-related diseases and cancer. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19149749/
- Zhao, L-G., et.al. (2016). Dietary, circulating beta-carotene and risk of all-cause mortality: a meta-analysis from prospective studies. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4886629/
- Sluijs I, Cadier E, Beulens JW, van der A DL, Spijkerman AM, van der Schouw YT. (2015). Dietary intake of carotenoids and risk of type 2 diabetes. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25716098/
- WHO. (2017). Cardiovascular diseases (CVDs). Disponível em: https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/cardiovascular-diseases-(cvds)~
- McCullough, M.L., et.al. (2012). Flavonoid intake and cardiovascular disease mortality in a prospective cohort of US adults. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3260072/
- Chen, C., et.al. (2016). Therapeutic effects of soluble dietary fiber consumption on type 2 diabetes mellitus. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4950069/