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A dificuldade de cicatrização de feridas com o passar dos anos é um problema que se encontra claramente documentado.
Embora os idosos possam curar a maioria das feridas, eles têm um processo de cicatrização mais lento e todas as fases de cicatrização encontram-se afetadas.
Por que acontece uma maior dificuldade de cicatrização nos idosos?
O envelhecimento traduz-se notoriamente em determinadas mudanças no organismo. A pele também sente este processo, sobretudo através da perda de colagénio. Consequentemente, a pele vai perdendo a sua elasticidade; as glândulas sebáceas também diminuem a produção de sebo, substância rica em lípidos e responsável por lubrificar e impermeabilizar a pele; e as glândulas sudoríparas sofrem uma queda. Todos estes fatores irão fragilizar os vasos sanguíneos, o que irá prejudicar a resposta imunitária e favorecer a ocorrência de infeções.
Portanto, o aparecimento de feridas e lesões na pele das pessoas mais velhas é bastante comum. Angiomas ou manchas vermelhas, quistos sebáceos, erupções cutâneas, eczemas, manchas, bolhas, urticária, comichão, nódulos, são alguns exemplos de manifestações a que os idosos se encontram suscetíveis. Tendo em conta a dificuldade de cicatrização de feridas torna-se fundamental vigiar de perto a pele dos idosos.
Cuidados para prevenir lesões em idosos
Uma vez que a pele se encontra fragilizada é importante prevenir estas lesões adotando alguns cuidados básicos. Estes incluem, por exemplo:
- Manter a pele sempre hidratada;
- Evitar vários banhos durante o dia, sobretudo com água quente pois isso irá favorecer ainda mais a desidratação da pele;
- Tomar banho de água morna e utilizar um sabonete neutro;
- Usar diariamente o protetor solar;
- Evitar posições que coloquem demasiada pressão nas saliências ósseas do corpo, de forma a evitar o aparecimento de úlceras de pressão;
- Evitar objetos espalhados pela casa que possam causar traumas na pele.
A dificuldade de cicatrização de feridas é um problema sério, pois quando não é devidamente gerido a ferida pode infecionar acarretando graves problemas para a saúde. Até há bem pouco tempo os investigadores não sabiam o que na realidade provoca este atraso na cicatrização, mas um estudo recente levado a cabo na universidade de Rockefeller, em Nova York, veio revelar novos aspetos.
Dificuldade de cicatrização nos idosos: sobre a cicatrização
A pele é um órgão essencial para o bom funcionamento do organismo, pois constitui a primeira barreira protetora. Assim é essencial que a reparação das feridas ocorra o mais rápido possível.
A cicatrização é um processo complexo que compreende várias fases. Após a fase inflamatória inicial segue-se uma fase de proliferação das células com o objetivo de formar uma “crosta”. Posteriormente ocorre a fase de remodelamento da pele. Os queratinócitos (células encontradas na epiderme) foram particularmente importantes neste estudo. Normalmente, estas células entram no local da ferida para preencher o espaço sob a crosta.
Este estudo consistiu essencialmente na comparação do processo de cicatrização entre ratos domésticos de 2 meses de idade e 24 meses de idade (o que nos seres humanos equivale aproximadamente a 20 e 70 anos). Descobriu-se que a chegada de queratinócitos era mais lenta nos ratos mais velhos, o que comprometia o fechar da ferida.
Possibilidades de novos tratamentos
Consecutivamente os investigadores focaram também a sua atenção numa proteína que é libertada por células do sistema imunitário após uma lesão. Resolveram testar o efeito da aplicação desta proteína na pele dos ratos de ambas as idades. Foi então possível observar que existiu um deslocamento considerável de queratinócitos para o local da ferida, em especial nos ratos mais velhos.
Os investigadores esperam que estas novas descobertas possam ser aplicadas no desenvolvimento de novos tratamentos que possam prevenir a dificuldade de cicatrização de feridas.