O diagnóstico cutâneo é uma ferramenta muito útil, que permite aos médicos e especialistas detetarem muitos distúrbios da pele.
Este diagnóstico pode ser feito de inúmeras formas: recorrendo a exames mais simples, onde por vezes a observação pelo médico é suficiente, e, outras vezes, a exames mais complexos, dependendo sempre da suspeita e da aparência da pele.
O diagnóstico pode indicar uma pele sã, bonita, hidratada… bem como uma pele ressequida, doente ou com algum problema mais grave, como um cancro de pele. De salientar, que em doenças como esta última, o diagnóstico precoce é muitas vezes sinónimo de recuperação completa e de sucesso.
De seguida, apresentamos os métodos utilizados num diagnóstico cutâneo bem como algumas doenças por este detetadas.
Diagnóstico cutâneo: em que consiste?
Tal como já foi dito, os médicos conseguem identificar diversos problemas de pele, muitas vezes apenas recorrendo a um exame visual. No entanto, um diagnóstico cutâneo completo inclui diversas observações: ao couro cabeludo, às unhas e também às membranas mucosas. Por vezes, é necessário recorrer a uma espécie de lente portátil – dermatoscópio – que é uma lente de aumento com luz embutida, que permite uma melhor visualização das áreas afetadas.
O diagnóstico cutâneo foca-se sobretudo nos seguintes fatores:
- No tamanho de sinais ou marcas na pele. Por norma, também se avaliam aqueles sinais que cresceram demasiado em pouco tempo – o que é um sinal de alerta;
- Da mesma maneira que o tamanho é importante, também a forma é um ponto diferencial, uma vez que uma forma atípica e muito irregular é menos comum;
- Se todas as marcas e sinais do corpo forem da mesma cor, aquele que tiver uma tonalidade diferente merece especial atenção;
- Existem localizações mais preocupantes do que outras, como é o caso de palma dos pés e das mãos;
- Comichão, escamação da pele, sangramento ou feridas que não cicatrizam no tempo normal (menos de 4 semanas) são outros sinais de alerta.
Diagnóstico cutâneo: regra do ABCDE
Mais recentemente adotou-se esta regra, de forma a sensibilizar as pessoas e ser mais fácil para o médico fazer um diagnóstico precoce. Assim, aconselha-se que cada pessoa analise o seu corpo e os seus sinais tendo por base esta regra:
- Assimetria: quanto mais assimétricas forem as manchas, maior o risco de ser algum problema de pele;
- Bordas: bordas irregulares;
- Cor: sinais mais escuros (ou mesmo pretos) ou com uma tonalidade diferente, merecem especial atenção;
- Diâmetro: manchas ou sinais com mais de 5 milímetros devem ser conhecidos pelo médico;
- Evolução: alterações repentinas de qualquer um dos ponto anteriores, devem ser analisadas.
Algumas formas de diagnóstico
Apesar de na maior parte das vezes o médico conseguir identificar algum prolema apenas observando, é necessário corroborar alguns resultados com alguns exames mais específicos. Alguns dos mais utilizados para o diagnóstico cutâneo são:
Biópsia
Neste tipo de análise, é efetuada uma pequena extração da pele, ou de um sinal, que será posteriormente observada ao microscópio, em laboratório, de forma a analisar as células. O resultado indica se existem ou não células cancerígenas ou se se trata apenas de células saudáveis. Normalmente é necessário recorrer a uma pequena anestesia local, efetuada pelo médico.
Raspagem
Esta análise é feita em laboratório, com auxílio do microscópio, e a amostra é enviada pelo médico quando este suspeita de infeção fúngica ou de sarna. Ao contrário da biópsia, não é necessário ser feito com anestesia, uma vez que apenas é feita uma raspagem de pele no local suspeito.
Cultura
A cultura microbiológica é feita sempre que há dúvidas em relação a uma infeção. Assim, envia-se uma amostra para o laboratório, que é colocada em meio de cultura, um meio ideal para o microrganismo crescer. Se se verificar crescimento é sinal que existe infeção, seja por bactérias, fungos ou algum tipo de vírus.
Exame de wood
Este exame utiliza uma lâmpada de wood (daí o nome do exame) para iluminar a pele. Sempre que o médico desconfia de alguma infeção, pode utilizar esta luz negra sobre a pele, que resulta num brilho característico de certas bactérias ou fungos.
Este brilho é sinónimo da sua presença, e por si só, de infeção na pele. Além de acentuar as bactérias, também acentua a melanina, tornado visíveis certas anomalias de pigmentação, como o vitiligo.
Porque é que observar a pele é tão importante?
A pele é o maior órgão do organismo e, por isso, o diagnóstico cutâneo é tão importante. Neste órgão tão extenso podem desenvolver-se inúmeras doenças ou problemas que, quando diagnosticados precocemente, acabam por ter uma resolução mais simples e menos dolorosa. De salientar ainda que a pele, apresenta inúmeras funções, como por exemplo:
- Proteção do organismo;
- Regulação da temperatura corporal;
- Manutenção do equilíbrio hidrolítico;
- Perceção de estímulos dolorosos;
- Receção de vitamina D, imprescindível ao bem-estar.
Assim, cuidar do corpo passa também por estar atento à pele para se conseguir identificar algo incomum e recorrer de imediato a um dermatologista a fim de evitar diversos problemas futuros.
Algumas doenças detetadas num diagnóstico cutâneo
1. Acne
A acne é um problema de pele muito frequente que atinge cerca de 80% dos jovens sendo a causa da maior parte das consultas de dermatologia.
É uma doença inflamatória crónica dos folículos pilossebáceos, podendo ocorrer na face, pescoço e tronco. Apesar de na maior parte dos casos não apresentar gravidade, é uma doença desagradável tendo em conta a parte estética.
Resume-se ao aparecimento de pontos negros, pápulas e pústulas, bem como abcessos, quistos e cicatrizes, e está normalmente associado a uma desregulação hormonal.
Salienta-se assim a importância de escolher os tratamentos para a acne mais eficazes, recorrendo sempre a locais e profissionais seguros e perfeitamente habilitados para o ajudarem.
2. Cancro de pele e dermatose pré-cancerígena
Esta doença é uma das mais conhecidas e mais comuns, uma vez que os números de cancros de pele têm vindo a aumentar.
Existem três tipos de cancro da pele: o melanoma, o basalioma e o carcinoma espinho-celular. O melanoma é o mais agressivo e comum, e é o resultado de uma transformação maligna dos melanócitos, sendo que as pessoas com pele clara têm maior risco de o desenvolver. Apesar de se tratar de cancro, tem elevadas taxas de cura desde que seja diagnosticado e tratado nas fases iniciais de desenvolvimento deste.
Mais uma vez salienta-se que a vigilância da pele e o diagnóstico cutâneo precoce é essencial para estes casos de sucesso.
3. Eczema seborreico ou dermatite seborreica
Esta doença é típica em recém-nascidos uma vez que está relacionada com as hormonas provenientes da mãe. Desenvolve-se na face ou couro cabeludo, com a forma de pequenas escamas oleosas.
Também pode ocorrer na adolescência e na fase adulta, de forma espontânea, especialmente no couro cabeludo ou em zonas abundantes de glândulas sebáceas. Provoca vermelhidão, borbulhas, descamação e prurido, e é mais comum é pessoas com pele oleosa, onde o fungo Malassezia intensifica e piora a reação inflamatória.
Eczema ou dermatites de contato
Estas dermatites são o resultado de uma reação alérgica do corpo a uma (ou a várias) substâncias do exterior. Estas dermatites surgem no local onde houve contacto e normalmente verifica-se comichão, vermelhidão ou o aparecimento de borbulhas. A reação não é instantânea, podendo demorar dois dias a aparecer.
Em Portugal, uma das reações mais comuns, afetando cerca de 20% da população, é alergia ao metal níquel (especialmente em mulheres, na zona das orelhas ou umbigo, devido o uso de alguns brincos e piercings).
Eczema atópico ou dermatite atópica
Esta dermatite carateriza-se por pele seca e áspera, devido a uma incapacidade da pele em reter água na camada córnea da epiderme. É mais comum em crianças, nos primeiros meses de vida, e pode desencadear comichão e vermelhidão.
Psoríase
A psoríase é uma doença inflamatória que se manifesta maioritariamente na pele, nas articulações e nas unhas. Não é uma doença contagiosa e a sua evolução varia de doente para doente.
Apesar de ter variadas formas, a mais comum é a psoríase em placas, caraterizada pela presença de lacas rosadas ou avermelhadas, com escamas brancas, que causam muita comichão. Podem ter formas variadas e atingem preferencialmente os cotovelos, joelhos e couro cabeludo.
Onde pode fazer um diagnóstico cutâneo?
Pode procurar um dermatologista ou, simplesmente, dirigir-se à BodyScience, que tem clínicas abertas em Lisboa, Porto, Braga, Guimarães ou Póvoa de Varzim. Aqui, a primeira consulta é totalmente gratuita e sem compromisso. Estando o sucesso de cada tratamento intimamente relacionado com a rapidez e a correção do seu diagnóstico, a BodyScience oferece-lhe um diagnóstico cutâneo assertivo.
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Fontes
Manual MSD. Diagnóstico dos distúrbios da pele. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-pt/casa/dist%C3%BArbios-da-pele/biologia-da-pele/diagn%C3%B3stico-dos-dist%C3%BArbios-da-pele
SPDV. Disponível em: https://www.spdv.pt/_home