Share the post "Diabetes no desporto: quando a doença não impede o exercício"
Quando se fala em diabetes, a associação mais frequente é a uma lista de limitações e coisas que não pode comer nem fazer, incluindo desporto.
No entanto, acredite que o controlo da diabetes no desporto é uma situação bem possível.
Veja como no nosso artigo.
Insulina no desporto e na composição corporal
A insulina é muito mais do que uma simples hormona que controla a glicemia. Esta tem também um papel anabolizante, sendo essencial para o aumento de massa muscular e reparação das fibras musculares, embora possa simultaneamente aumentar o armazenamento de gordura e a massa gorda.
Isto é, a insulina trabalha nas células gordas (adipócitos) da mesma forma que trabalha nas células musculares, dando sinal para as células “absorverem” a glicose sanguínea e começarem a armazena-la sob a forma de gordura.
Daí a recomendação de dar preferência aos hidratos de carbono complexos, que não estimulam tanto a libertação de insulina (porque têm um índice glicémico mais baixo) – os picos de insulina ao longo do dia são os principais promotores da acumulação de massa gorda.
Diabetes no desporto – uma combinação possível
Atualmente, a ideia de que a diabetes seria impeditiva de uma prática desportiva saudável e regular está já ultrapassada, sendo inclusive possível a existência de diabetes no desporto de alta competição.
De facto, desde que o atleta, seja profissional ou recreativo, tenha os cuidados adequados na administração de insulina e na alimentação e monitorize a glicemia, pode e deve praticar exercício / desporto.
Importância da Nutrição na Diabetes no Desporto
Neste contexto, uma nutrição adequada antes, durante e depois do exercício é um fator determinante.
Após a medição dos níveis de glicemia, e mediante os valores, os atletas têm de fazer uma refeição com proteína e hidratos de carbono de baixo índice glicémico (como massa, pão, cereais integrais), cuja quantidade deverá ser proporcional ao tipo de desgaste físico que terá para evitar uma eventual quebra acentuada da glicemia durante o exercício.
Após o exercício deve fazer nova medição da glicemia capilar e nova refeição que inclua também hidratos de carbono e proteína, em quantidades dependentes da medição efetuada previamente.
Quando o esquema de insulina já contempla o exercício, deve ser mantido normalmente.
Em suma…
O controlo da diabetes é sempre um desafio, sobretudo diabetes tipo 1 em crianças e jovens.
O estigma associado à necessidade de injeções de insulina e o fantasma das complicações de uma diabetes mal controlada no âmbito do desporto, podem levar muitas pessoas a não praticar exercício.
No entanto, desde que bem que controlada a glicemia e desde que existam cuidados extra a nível alimentar para evitar casos de descompensação, seja por hipoglicemia ou por hiperglicemia, a presença da diabetes no desporto é, agora, mais que possível, para qualquer pessoa.