Share the post "Diabetes em cães: fique atento aos sinais e cuide do seu patudo"
A diabetes em cães é uma doença crónica do metabolismo dos hidratos de carbono, envolvendo deficiência absoluta ou relativa de insulina, e/ou resistência a esta.
A insulina é uma das hormonas mais importantes do organismo. É produzida pelo pâncreas e é necessária para que a glicose possa entrar nas células.
A glicose é a molécula mais simples que resulta da digestão dos hidratos de carbono e circula no sangue. A sua entrada na maioria das células é mediada pela insulina, e é essencial para produzir energia. Ao nível de açúcar (glicose) no sangue, dá-se o nome de glicemia.
Tipos de diabetes em cães
Existem dois tipos de diabetes mellitus:
1. Diabetes mellitus tipo I (insulino-dependente)
Este é o mais frequente tipo de diabetes em cães. Deriva de uma falta de insulina permanente devido à destruição das células do pâncreas, responsáveis pela sua produção. Aqui, os cães afetados estão dependentes diariamente de insulina injetável para manter uma normal glicemia.
2. Diabetes mellitus tipo II (não insulino-dependente)
Raro em cães, muito mais frequente em gatos, neste tipo ocorre a chamada resistência à insulina. Ou seja, o pâncreas até está a produzir insulina, no entanto as células não respondem de forma adequada à sua presença. Com a evolução da doença, pode passar a haver também uma diminuição da produção de insulina.
A obesidade e a falta de exercício fomentam este tipo de diabetes.
Causas da diabetes em cães
Há diversas causas responsáveis pelo aparecimento da diabetes em cães. Uma delas é a predisposição genética de certas raças, como é o caso dos Caniche miniatura, Dachshunds, Schnauzers, Cairn Terriers e Beagles.
Há também certas patologias que estão associadas, como é o caso da doença de Cushing, a pancreatite (inflamação do pâncreas) e a obesidade.
Sinais clínicos da diabetes em cães
A diabetes em cães é mais prevalente nas fêmeas e manifesta-se entre os 4 e os 14 anos. Os sinais clínicos mais evidentes para os donos são os seguintes:
- Aumento do apetite (polifagia) mas com perda de peso. Como a glicose não está a entrar nas células, o animal não está a ser devidamente nutrido e sente mais fome.
- Aumento do número de vezes que urinam (poliúria). Como a glicose não é absorvida, ela é depois excretada pela urina, o que aumenta a frequência de micções;
- Aumento da ingestão de água (polidipsia). Devido ao facto de urinar mais, fica desidratado e com mais sede;
- Cataratas bilaterais;
- Fraqueza;
- Pelo com mau aspeto.
Os animais diabéticos têm uma resistência diminuída às infeções bacterianas e fúngicas, pelo que é comum desenvolverem infeções da bexiga, próstata, pulmões e pele.
Cetoacidose diabética
Em casos mais avançados pode ocorrer uma complicação chamada cetoacidose. Tal ocorre quando os mecanismos de compensação, perante a falta de açúcar nas células, ficam saturados e há uma libertação de compostos ácidos por parte do fígado.
Os sinais são depressão, vómitos, desmaio, coma e constitui uma situação de urgência médico-veterinária.
Diagnóstico da diabetes em cães
O médico veterinário irá recolher uma história clínica detalhada de forma a verificar se os sinais poderão indicar que se trata de diabetes em cães.
O diagnóstico é baseado na presença constante de hiperglicemia (altos níveis de glicose no sangue), mesmo estando o cão em jejum.
Tratamento da diabetes em cães
A diabetes em cães não tem cura, mas pode ser estabilizada ao ponto de proporcionar uma vida normal e desfrutável tanto para o cão como para os seus donos.
O objetivo do tratamento é manter os níveis de glicemia dentro de valores aceitáveis o suficiente para que os sinais clínicos sejam controlados. O sucesso a longo prazo depende da compreensão e cooperação por parte do dono.
O tratamento consiste em injeções de insulina diárias combinadas com dieta e exercício. Inicialmente, até a dose de insulina ser acertada, é necessária uma estreita monitorização da glicemia, preferencialmente em casa, onde o animal está sujeito a menos stress e, portanto, os resultados são mais fidedignos.
O médico veterinário terá de realizar um plano individual para cada cão, pois cada caso de diabetes em cães é específico. Com o acompanhamento certo, muitos donos adaptam-se rapidamente à nova rotina.
Dieta e exercício
Idealmente, a dieta deverá ter um alto teor em fibras e hidratos de carbono complexos, mas o médico veterinário irá estabelecer um plano dietético adequado, pois mudanças abruptas no regime estão contra-indicadas.
Para ajudar a evitar picos abruptos ou quedas nos níveis de glicose no sangue, é especialmente importante para cães diabéticos manter um regime de exercício moderado mas consistente.
Castração
Assim que a glicemia esteja controlada, é aconselhável proceder à ovariohisterectomia (remoção do útero e dos ovários da cadela), pois assim evita-se o pico das hormonas reprodutivas durante o cio, que podem ter implicações no curso da doença.
Complicações
O diagnóstico da diabetes em cães é relativamente simples, mas o mais complicado no tratamento é acertar com a dose ideal de insulina a administrar. Como tal, é muito importante manter um diário onde conste a dieta, os resultados da medição da glicemia, a dose de insulina diária administrada e o peso corporal, de forma a ser mais fácil de estabelecer um padrão.
O dono de um cão com diabetes terá de estar preparado para identificar possíveis complicações, como é o caso da cetoacidose (já acima referida), a hipoglicémia (baixos níveis de glicose no sangue) ou hiperglicemia (altos níveis de glicose no sangue).
Diabetes em cães: como monitorizar
Embora alguns casos possam ser mais desafiadores e interprete a situação com alguma dificuldade, mesmo numa fase inicial, o problema do aparecimento de diabetes em cães pode ser gerido com sucesso e sem grandes complicações.
Os donos serão os principais cuidadores do animal, mas há sempre um profissional na retaguarda que poderá dar todo o apoio, para que se sinta confiante e capaz em todos este processo. Um bom exemplo disso mesmo são os parceiros que compõem a rede do Plano de Saúde para Animais de Companhia Vetecare, disponíveis em todo o país e que não terão mãos a medir para colocar o bem-estar e conforto do animal, bem como a segurança dos donos em primeiro lugar.
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