Nutricionista Rita Lima
Nutricionista Rita Lima
15 Nov, 2024 - 18:00

Diabetes: a doença silenciosa que deve conhecer a fundo

Nutricionista Rita Lima

Mais de um milhão de portugueses sofre de diabetes. Saiba como defender-se da doença e viver uma vida mais saudável.

Sintomas da diabetes: 10 sinais associados à doença

diabetes é uma doença metabólica crónica que se caracteriza pela alteração da regulação da glicemia (açúcar no sangue) e que afeta, atualmente, um número crescente de pessoas, em particular no mundo ocidental.

Além do número de pessoas com a doença diagnosticada, existem ainda muitos casos por diagnosticar, sendo, por isso, fundamental que as pessoas saibam reconhecer os sintomas desta doença.

Neste artigo, iremos explorar o que é a diabetes, quais as suas causas e sintomas e qual o tratamento a adotar.

O que é a diabetes?

As células do nosso organismo precisam da glicose proveniente dos alimentos para produzir energia e para assegurar os processos metabólicos vitais. No entanto, e para que a glicose consiga entrar nas células, precisa de uma hormona chamada insulina, a qual é produzida no pâncreas. É a insulina que permite que célula se abra para receber a glicose.

Numa pessoa saudável, a insulina é libertada para a corrente sanguínea sempre que necessário, nomeadamente após uma refeição, permitindo aos diversos tecidos do organismo absorverem do sangue a quantidade necessária de glicose.

Caso não exista insulina ou a sua ação não seja eficaz, a glicose não entra nas células e permanece elevada no sangue, condição à qual se chama hiperglicemia e que pode ser diagnóstico de diabetes.

Neste sentido, a diabetes define-se como uma doença caracterizada por hiperglicemia crónica, a qual resulta de uma deficiência na secreção de insulina pelo pâncreas ou de uma alteração na sua ação ou, ainda, de ambas, provocando num metabolismo anormal dos hidratos de carbono, das gorduras e das proteínas.

Dependendo da causa subjacente, esta doença é dividida em dois grandes tipos: diabetes tipo 1 e tipo 2.

Tipos de diabetes existentes

Ao contrário do que possa imaginar, há vários tipos de diabetes diagnosticados. Além da diabetes tipo 1 e 2, foram também identificados os seguintes tipos de diabetes:

  1. Gestacional
  2. Outros tipos de Diabetes:
    1. Diabetes Tipo LADA
    2. Diabetes tipo MODY
    3. Diabetes Secundário ao Aumento de Função das Glândulas Endócrinas
    4. Diabetes Secundário a Doenças Pancreáticas
    5. Resistência Congénita ou Adquirida à Insulina
    6. Diabetes Associado a Poliendocrinopatias Auto-Imunes
    7. Diabetes Relacionados à Anormalidade da Insulina (Insulinopatias)

Diabetes tipo 1

A diabetes tipo 1 é o tipo mais frequente na infância, sendo uma doença autoimune, na qual o próprio sistema imune cria anticorpos e destrói as células produtoras de insulina, não as reconhecendo como suas.

Por esse motivo, é também chamada de insulino-dependente, uma vez que como as células do pâncreas não produzem ou produzem muito pouca insulina, a sobrevivência do doente depende da administração de insulina exógena através de uma injeção subcutânea.

Diabetes tipo 2

A diabetes tipo 2, conhecida como não insulino-dependente, é a forma mais frequente no adulto, podendo também surgir na infância e adolescência, sobretudo em crianças que apresentam obesidade e com elevados níveis de sedentarismo.

Este tipo de diabetes está, na maioria dos casos, associada a comportamentos de risco, como o sedentarismo, maus hábitos alimentares e/ou obesidade, embora também exista uma predisposição genética para a doença.

A diabetes tipo 2 surge porque existe défice ou resistência à ação da insulina. Esta resistência à ação da insulina resulta de estados crónicos de hiperglicemia, potenciados pelo estilo de vida e maus hábitos alimentares, os quais obrigam o pâncreas a uma crescente produção de insulina para equilibrar a situação.

Com o passar do tempo, as células ganham resistência e a insulina deixa de conseguir exercer a sua ação, instalando-se a diabetes. A longo prazo, o pâncreas pode mesmo chegar a não conseguir produzir mais insulina, sendo também necessário recorrer à administração de insulina exógena.

Diabetes gestacional

A diabetes gestacional, como o próprio nome indica, acontece durante a gravidez, em mulheres que não tinham a doença antes da gestação. Caracteriza-se por níveis de glicemia constantemente elevados durante este período.

Esta desregulação metabólica deve-se à ação de hormonas produzidas pela placenta que dificultam a ação da insulina, sendo necessário aumentar a sua produção. Quando o organismo materno não é capaz de aumentar a produção de insulina, de modo a manter a glicemia em valores normais para a gravidez, instala-se a diabetes.

Esta condição pode surgir em qualquer fase da gravidez, sendo, contudo, mais comum na segunda metade do período de gestação, a partir da 24ª semana.

Na maioria dos casos, desaparece no final da gravidez, no entanto, se as mulheres não tomarem medidas de prevenção, pode evoluir para diabetes tipo 2.

Outros tipos de diabetes

Os restantes tipos de diabetes que já referimos acima, são menos frequentes e resultam de doenças do pâncreas, endocrinopatias ou defeitos nas células beta pancreáticas.

Causas e fatores de risco para a diabetes

De acordo com o tipo de diabetes, podem existir diversas causas subjacentes e fatores de risco.

No caso da diabetes tipo 1, como já referido, a principal causa é genética e hereditária, embora alguns fatores ambientais, como infeções víricas também possam potenciar a doença, promovendo numa agressão autoimune às células produtoras de insulina.

Já no caso da diabetes tipo 2 e gestacional, as principais causas e fatores de risco são comportamentais / ambientais. Veja abaixo.

  • Excesso de peso e Obesidade
  • Consumo excessivo de açúcar e gordura
  • Sedentarismo
  • Stress
  • Alcoolismo e tabagismo
  • Predisposição genética e História familiar
  • Idade (no caso da diabetes gestacional, ter mais de 35 anos)
  • Diabetes gestacional em gravidezes anteriores
  • Gravidezes anteriores de bebés com peso à nascença superior a 4kg (no caso da diabetes gestacional)

Valores de referência para a diabetes

Dependendo dos valores medidos, podem ocorrer três situações diferentes: normoglicemia (os valores da glicose estão dentro da normalidade), hiperglicemia (os valores estão acima do normal) ou hipoglicemia (os valores de glicemia estão abaixo do normal).

Valores de referência em jejum

  • Hipoglicemia: inferior 70 mg/dl
  • Normal: 80 mg/dl a 110 mg/dl
  • Hiperglicemia (pré-diabetes): 110 mg/dl a 126 mg/dl
  • Diabetes: 126 mg/dl

Valores de referência duas horas após a refeição

  • Hipoglicemia: inferior 70 mg/dl
  • Normal: 70 mg/dl a 140 mg/dl
  • Hiperglicemia (pré-diabetes): 140 mg/dl a 200 mg/dl
  • Diabetes: superior 200 mg/dl

Pré-diabetes

Neste contexto, importa também salientar a pré-diabetes, que não sendo uma doença propriamente dita, é uma condição relevante a que deve ter atenção.

Na pré-diabetes, o nível de açúcar no sangue é mais elevado que o normal, mas ainda não é suficientemente elevado para se classificar como diabetes tipo 2. Previsivelmente, as pessoas com estas alterações têm um risco mais elevado de vir a ter diabetes nos anos seguintes.

Considera-se pré-diabética uma pessoa que apresente um nível de glicose no sangue em jejum entre 110 e 125mg/dl.

A pré-diabetes pode servir como uma chamada de atenção para melhorar a sua saúde, uma vez que a evolução para diabetes do tipo 2 é evitável.

Com algumas mudanças na alimentação e no estilo de vida é possível normalizar o nível de açúcar no sangue e reverter esta condição a tempo de evitar o aparecimento da doença.

Sintomas comuns na diabetes

Com os valores da glicemia fora dos valores de referência, o organismo começa a dar alguns sinais a que deve estar atento, nomeadamente:

  • Fadiga;
  • Polifagia (Fome frequente);
  • Polidipsia (Sede frequente);
  • Urinar muitas vezes;
  • Fraqueza;
  • Perda de peso;
  • Mudanças de humor;
  • Náuseas e vómitos;
  • Nervosismo;
  • Tremores e suores frios;
  • Visão turva;
  • Sono;
  • Infeções mais frequentes;
  • Formigueiro e comichão.

DIABETES NA INFÂNCIA

Apesar de existirem crianças que sofrem de diabetes mellitus tipo 1 sem terem outro familiar próximo com a doença, em cerca de 80% dos casos existe uma componente hereditária na origem desta.

A presença de outras doenças auto-imunes, como a doença celíaca ou Lúpus, aumenta também o risco do aparecimento da diabetes mellitus tipo 1.

Os sintomas na criança são semelhantes aos descritos para o adulto. A cetoacidose diabética (excessiva produção de corpos cetónico como consequência da ausência de glicose nas células) representa cerca de 25% das manifestações iniciais da diabetes na criança, podendo manifestar-se precocemente de um forma leve, com o hálito com odor a acetona, vómitos, poliúria e desidratação e nos casos mais graves, dor abdominal e alteração do estado de consciência até ao coma.

A monitorização dos níveis de glicemia deverá ser feita regularmente, com os devidos ajustes nas doses de insulina e estabelecido um plano alimentar, de acordo com as necessidades e com as preferências da criança. O exercício físico regular deve também ser parte integrante do tratamento.

Para além da prescrição do tratamento com insulina e do plano alimentar, é muito importante ensinar e educar as crianças e os pais de conhecimentos sobre a doença, que lhes permitam ajustar as doses e tipo de insulina, alimentação e atividade física, de modo a terem glicemias o mais constantes e próximas do normal.

A vigilância deve ser feita por equipas multidisciplinares e tem como objetivo tentar que estas crianças tenham uma doença o mais normal possível e que o seu crescimento e desenvolvimento sejam dentro dos parâmetros e valores saudáveis.

Consequência da diabetes

Apesar de os sintomas e sinais da diabetes já serem relevantes, as consequências que esta doença tem a longo prazo são o que a torna tão perigosa.

Com efeito, esta patologia pode afetar vários órgãos a longo prazo, nomeadamente o coração, as artérias, os nervos, os olhos ou o fígado.

Dentro das principais consequências da doença, salientam-se as seguintes:

  • AVC;
  • Arteriosclerose;
  • Infeções recorrentes;
  • Enfarte do miocárdio;
  • Hipertensão;
  • Nefropatia (patologia renal) diabética;
  • Pé diabético (é um problema de ordem circulatória causado por uma ferida que não cicatriza e infeciona, tornando-se uma úlcera);
  • Neuropatia (patologia dos nervos) diabética;
  • Retinopatia diabética (lesões oculares).

No caso específico do pé diabético, é uma das consequências mais frequentes da doença, que requer alguns cuidados específicos que podem ser praticados no dia-a-dia para não agravar nem condicionar, de forma muito marcada, a vida diária.

Dentro desses cuidados estão os seguintes: secar bem os pés, cortar as unhas não muito rente, tratar os calos, usar calçado adequado e evitar andar descalço.

A nível da diabetes gestacional as principais consequências a nível de saúde são:

  • Risco de hipertensão para a mãe;
  • Bebé com peso excessivo;
  • Maior probabilidade de necessidade de cesariana;
  • Maior risco de prematuridade;
  • Diabetes tipo 2 no futuro, para a mãe e para o bebé.

Tratamento da diabetes

Para todas as pessoas com diabetes tipo 1 e para alguns com diabetes tipo 2, a administração de insulina é essencial para manter controlados os níveis de glicose no sangue. O tratamento é feito habitualmente através de uma injeção subcutânea.

Em Portugal só é comercializada insulina igual à insulina humana, produzida com recurso a técnicas de engenharia genética.

A principal característica que distingue os diferentes tipos de insulinas disponíveis reside no seu tempo de atuação. Assim sendo, existem insulinas basais, de curta duração, média duração, longa duração ou mistas (mistura que permite obter os benefícios de diferentes tipos de insulina).

Como administrar a insulina?

A insulina deve ser, preferencialmente, administrada no abdómen, braços, coxas ou nádegas, locais em que a absorção é mais rápida.

As doses de insulina a administrar devem ser adaptadas a cada diabético, de acordo com a sua idade, o exercício físico que pratica, hábitos alimentares, horários de trabalho, existência de complicações e estado emocional.

Nos casos de diabetes tipo 2 que ainda não necessitam de administração de insulina, o tratamento é feito através de medicamentos antidiabéticos orais.

Além disso, e para um melhor controlo glicémico em qualquer um dos casos, a prática regular de exercício físico aliada a hábitos alimentares saudáveis e controlo do peso e massa gorda são as principais medidas comportamentais a adotar para controlar os valores glicémicos.

Médica a verificar níveis de açúcar no sangue de paciente

Diabetes e alimentação

A relação entre diabetes e alimentação é muito estreita: a forma como se alimenta influencia diretamente a evolução e sintomas da diabetes, assim como os sintomas e consequências da diabetes influenciam a forma como se deverá alimentar.

O primeiro conceito que importa transmitir é que não existem alimentos proibidos, nem mesmo alimentos com açúcar. O importante é que seja algo esporádico, nunca feito em contexto isolado e que, de seguida, seja ajustada a insulina (nos casos em que se aplicar) e a restante alimentação.

Outro aspeto crucial para um melhor controlo dos valores de glicemia é fazer refeições regulares ao longo do dia, sem passar longos períodos de tempo sem comer.

De forma mais pormenorizada, estabelecem-se algumas indicações que deverão ser cumpridas diariamente:

  • Tomar sempre o pequeno-almoço;
  • Nunca saltar refeições;
  • Iniciar as refeições principais com sopa;
  • Não comer fruta nem outros alimentos ricos em hidratos de carbono simples isoladamente;
  • Evitar o açúcar de adição;
  • Aprender a fazer a contagem de hidratos de carbono;
  • Beber 1,5 l de água ou chá sem açúcar por dia;
  • Reduzir a ingestão de alimentos processos;
  • Privilegiar o azeite como gordura de eleição;
  • Reduzir o consumo de sal;
  • Aumentar a ingestão de fibras;
  • Reduzir o consumo de bebidas alcoólicas (homens: 2 copos por dia; mulheres: 1 copo por dia) e refrigerantes;
  • Abolir os fritos e confeções com muita gordura;
  • Reduzir o consumo de molhos pré-preparados, massas folhadas, produtos de pastelaria, enchidos, etc;
  • Privilegiar as ervas aromáticas para temperar as refeições.

Além destes princípios, salientam-se também alguns alimentos a privilegiar para um melhor controlo da diabetes, nomeadamente o peixe gordo, os vegetais de folha verde, a canela, ovos, morangos e alho.

Contagem de hidratos de carbono na diabetes

De todos os nutrientes, os hidratos de carbono são os que mais afetam os níveis de glicemia após as refeições e que requerem uma ação adequada da insulina para sua regularização.

Sendo através do equilíbrio da ação e quantidade da insulina administrada, dos alimentos e quantidades consumidas e da atividade física praticada que resulta o bom controlo dos níveis de glicose no sangue, é extremamente importante que o diabético inclua a contagem de hidratos de carbono no seu tratamento.

A contagem de hidratos de carbono é uma ferramenta que médicos e doentes têm ao seu dispor para atingir o bom controlo da doença, permitindo uma maior flexibilidade na escolha de alimentos, nas quantidades, nos horários e número de refeições.

Dentro dos alimentos que contêm hidratos de carbono a incluir na contagem salientam-se:

  • Cereais, derivados e tubérculos;
  • Leguminosas secas (feijão, grão-de bico, lentilha) e frescas (ervilha, fava);
  • Leite e derivados;
  • Fruta e sumos de fruta;
  • Alimentos ricos em açúcar, mel, marmelada, compotas, refrigerantes, entre outros.

Além disso, importa salientar que o efeito dos hidratos de carbono na glicemia depende de dois fatores principais: a quantidade de hidratos de carbono e tipo de hidratos de carbono.

A contagem de hidratos de carbono pode ser feita de duas formas, consoante os objetivos que se pretende:

Contagem básica

Este tipo de contagem foca a consistência da ingestão de hidratos de carbono na alimentação. Consiste na identificação dos alimentos que contêm hidratos de carbono e no ensino da ingestão diária das quantidades adequadas destes nutrientes em cada refeição.

Esta contagem é feita em equivalentes ou porções e cada porção contém cerca de 12g de hidratos de carbono. Desta forma, é possível elaborar menus variados sem alterar a dose dos hidratos de carbono das refeições ou modificar a dose da insulina de acordo com os hidratos que se comem.

É o método indicado para pessoas com diabetes tipo 1 que não fazem insulinoterapia e para aqueles que fazem esquema de insulinoterapia convencional ou como preparação para a insulinoterapia intensiva ou funcional.

Contagem avançada

Na contagem avançada o principal objetivo passa pela quantificação do teor de hidratos de carbono em cada refeição para depois se ajustar a dose de insulina necessária para metabolizar a glicose proveniente desses hidratos. É o método adequado para quem tem de fazer insulinoterapia intensiva ou funcional.

Neste nível de contagem, para além de se ajustar a dose de insulina rápida ao volume de alimento ingerido, também se ajusta a quantidade de insulina à glicemia antes da refeição para que se possa corrigi-la, caso seja necessário.

Diabetes no desporto

Atualmente, a ideia de que a diabetes seria impeditiva de uma prática desportiva saudável e regular está já ultrapassada, sendo inclusive possível a sua presença no desporto de alta competição.

De facto, desde que o atleta, profissional ou recreativo, tenha os cuidados adequados na administração de insulina e na alimentação e monitorize a glicemia, pode e deve praticar exercício / desporto.

Neste contexto, uma nutrição adequada antes, durante e depois do exercício é um fator determinante.

Após a medição dos níveis de glicemia, e mediante os valores, os atletas têm de fazer uma refeição com proteína e hidratos de carbono de baixo índice glicémico (como massa, pão, cereais integrais), cuja quantidade deverá ser proporcional ao tipo de desgaste físico que terá para evitar uma eventual quebra acentuada da glicemia durante o exercício.

Após o exercício deve fazer nova medição da glicemia capilar e nova refeição que inclua também hidratos de carbono e proteína, em quantidades dependentes da medição efetuada previamente. Quando o esquema de insulina já contempla o exercício, deve ser mantido normalmente.

Insulina no desporto

Apesar do papel mais relevante da insulina ser a nível da diabetes, ela é muito mais do que uma simples hormona que controla a glicose. Ela tem também um papel anabolizante, o que significa que é essencial para a construção muscular.

Por outro lado, pode ser também uma inimiga, na medida em que pode aumentar o armazenamento de gordura.

Com efeito, quando esta hormona se liga às células musculares, inicia-se um conjunto de reações bioquímicas no músculo que têm como finalidade o aumento da síntese proteica muscular e a reparação das fibras musculares a partir dos aminoácidos que entram nas células.

O lado mau da questão é que a libertação de insulina a partir do pâncreas limita a queima de gordura corporal e dá sinal para as células “absorverem” a glicose sanguínea e começarem a armazena-la sob a forma de gordura.

Neste contexto, o desafio no desporto, quer seja diabético ou não, será aprender a estimular a libertação de insulina no sentido de otimizar a recuperação dos treinos e o crescimento muscular, mas, ao mesmo tempo, atenuar o seu efeito negativo no aumento da massa gorda.

Daí a recomendação de dar preferência aos hidratos de carbono complexos, que não estimulam tanto a libertação desta hormona (porque têm um índice glicémico mais baixo): visto que os picos de insulina ao longo do dia são os principais promotores da acumulação de massa gorda.

Receitas para quem sofre de diabetes

A alimentação de um diabético não tem de ser monótona nem complicada. Existem alternativas saudáveis e diferentes para pequeno-almoço e lanche ou em ocasiões especiais, podendo ajudá-lo a variar a alimentação, não deixando de ser versáteis.

Neste caso, quando falamos em fazer panquecas ou até mesmo bolos e doces em geral, basta uma troca ou escolha de ingredientes consciente para fazer a diferença no teor nutricional da receita.

A título de exemplo, para fazer umas panquecas ou um bolo, em vez de usar farinha de trigo tradicional, use farinha de aveia. Em vez de utilizar açúcar, substitua por adoçante, em particular stevia. Utilize canela no final e não utilize gordura. Irá conseguir recitas mais saudáveis sem sacrifício.

Além disso, e no caso dos toppings, em vez de opções ricas em açúcar e gordura, opte por frutos vermelhos, canela, manteiga de amendoim, ou frutos secos oleaginosos ou essência de baunilha.

Em conclusão…

Agora que já conhece a diabetes, os seus sintomas e consequências, opte por comportamentos alimentares saudáveis, pois a prevenção, em particular no caso da diabetes tipo 2 e gestacional, é sempre o melhor remédio.

Monitorize a sua saúde e faça análises de rotina com frequência para despistar situações de pré-diabetes que possam evoluir para a doença.

No caso de já sofrer desta doença, assegure que mantém com controlo da doença através de hábitos alimentares corretos e prática de exercício físico regular e respeite a terapêutica tanto farmacológica como alimentar instituídas pelo seu médico e nutricionista.

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