Viviane Soares
Viviane Soares
17 Out, 2019 - 11:20

DGS lança manual com recomendações para alimentação de bebés e crianças

Viviane Soares

Manual da Direcção-Geral de Saúde traz uma série de recomendações para uma alimentação saudável desde o nascimento até aos 6 anos. Conheça as principais.

DGS lança manual com recomendações para alimentação de bebés e crianças

A Direcção-Geral de Saúde (DGS) lançou um novo manual com uma série de recomendações sobre a alimentação de bebés e crianças (desde o nascimento até aos 6 anos). De acordo com o organismo, o documento foi elaborado segundo a evidência científica mais recente.

Além de pontuar recomendações já conhecidas, aponta outras que merecem consideração. Por exemplo, que as papas “normais” compradas podem ter benefícios em relação às biológicas e às caseiras. Ou que as refeições não devem durar mais de 30 minutos.

A DGS alerta ainda que o conteúdo do documento não é apenas de leitura obrigatória para as mães, mas também para as creches e infantários – recomendando, por exemplo, que não se deve dar bolachas, sumos e doces às crianças.

Listamos, então, as principais recomendações da DGS.

DGS: Alimentação saudável dos 0 aos 6 anos

Bebés até um ano

DGS lança manual com recomendações para alimentação de bebés e crianças

1. O leite materno, em exclusivo, é o ideal para o bebé nos primeiros seis meses. O bebé deve ser alimentado quando pede.

2. A mãe que amamenta deve ter uma alimentação variada e equilibrada e não precisa de excluir qualquer alimento da dieta.

3. Quando os bebés não são amamentados, os pais devem optar por fórmulas pelo menos até ao final do primeiro ano, idealmente até aos 2-3 anos. E não deve ser excedido o volume de 180-210 ml por cada refeição.

4. A partir dos seis meses de vida é essencial a introdução progressiva de outros alimentos, para treinar o paladar para novos sabores e texturas. Mas nunca sumos ou chá.

5. O bebé deve alimentar-se sentado, inicialmente à colher (sopas, papas, purés) e depois com colher e quando possível sozinho.

6. A “auto-alimentação” só deve adoptada quando exista comprovada segurança (neuromotora e nutricional) e sempre sob controlo do cuidador e vigilância médica.

7. Deve ser respeitado o apetite da criança: logo, deixe a criança gerir a quantidade e respeite os sinais de auto-regulação do apetite. Esteja atento aos extremos, quando come sempre de mais ou de menos.

8. Sal e açúcar são proibidos no primeiro ano, o que exclui alimentos como sumos, sobremesas, bolos, doces e enchidos.

9. No primeiro ano nada de alimentos processados, nem doces nem salgados – isto inclui, por exemplo, bolachas.

10. Deve ser feita a suplementação com vitamina D pelo menos durante o primeiro de vida.

11. Embora seja importante começar com a sopa, as papas são uma importante fonte de hidratos de carbono e, pela sua suplementação, são um importante veículo de vitaminas e minerais (ferro). E as comerciais “normais” até têm benefícios em relação às biológicas que não são enriquecidas e às caseiras, que não são nutricionalmente seguras.

12. A proteína animal (carne ou peixe) não deve exceder as 30 g/dia, devendo oferecer-se carne quatro vezes e peixe três vezes por semana. O ovo pode ser introduzido a partir dos 8-9 meses de idade, até três vezes por semana, em vez da carne ou do peixe.

13. Os alimentos devem ser progressivamente menos moídos, de forma a permitir a mastigação de alimentos moles aos oito meses.

14. O iogurte natural pode ser introduzido aos 8-9 meses.

15. Num bebé filho de mãe vegetariana, a realizar aleitamento materno, deve ser rigorosamente vigiada a suplementação materna em vitaminas e minerais e também ao bebé.

Depois de um ano

DGS lança manual com recomendações para alimentação de bebés e crianças

16. Não permita repetições, incentive a comer devagar, respeite o horário das refeições e não mantenha a criança à mesa mais de 30 minutos.

17. Não substitua por outros alimentos aqueles que a criança não gosta e incentive à autonomia na mesa.

18. É importante a alimentação ser variada — se houver uma recusa inicial de um alimento não desista e encoraje a experimentar coisas novas.

19. Ofereça à criança apenas alimentos incluídos na roda dos alimentos.

20. O pequeno-almoço é importante, mas dê cereais de pequeno-almoço apenas de vez em quando, e não dê bolachas ou pães doces e embalados.

21. As merendas devem integrar produtos lácteos (leite/iogurte/queijo), hidratos de carbono complexos (pão de cereais variados) e frutos. Bolachas e sumos apenas de vez em quando.

22. Mantenha a sopa ao almoço e ao jantar.

23. Ofereça água durante o dia e às refeições e deixe os sumos para os dias de festa – o leite não deve ser confundido com uma bebida, já que é um alimento.

24. A criança pequena tem necessidades alimentares pequenas e volumes de adulto estão totalmente desajustados das necessidades nutricionais desta idade, contribuindo para obesidade. Porções pequenas e variedade da oferta são fundamentais. E tudo completado com actividade física, aproveitando todas as oportunidades para pôr as crianças a mexer.

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