Quando nos referimos a desparasitação estamos a abranger tanto a desparasitação externa contra parasitas externos, como pulgas, carraças e mosquitos, como desparasitação interna, contra os endoparasitas, parasitas intestinais.
Tanto os parasitas externos como os internos são um perigo para a saúde pública, considerados uma zoonose, ou seja, transmissíveis entre as pessoas e os animais. Dessa forma, torna-se essencial que a desparasitação faça parte do plano de prevenção, na saúde dos nossos animais.
Tipos de parasitas existentes
A desparasitação interna refere-se aos endoparasitas, parasitas que vivem no interior do hospedeiro. Estes parasitas podem afetar o coração, pulmão e mais frequentemente o aparelho digestivo.
1. Ténias
Parasitas intestinais que se detetam facilmente e a sua forma assemelha-se a grãos de arroz. Por norma, para haver uma infeção por ténia é necessário que haja ingestão de um hospedeiro intermediário, como roedores, ruminantes ou pulgas.
Nos gatos é frequente que a infeção ocorra através da ingestão de pulgas presentes no pelo durante a sua higiene diária.
2. Angiostrongylus vasorum (verme do pulmão)
Este parasita pode causar uma doença denominada de angioestrongilose, parasitando o pulmão dos seus hospedeiros.
3. Tricurídeos
Mais frequente em cães e a transmissão ocorre pela ingestão de ovos que são extremamente resistentes a vários fatores e permanecem no ambiente.
4. Ascarídeos
É um dos parasitas internos mais conhecidos e mais frequente em cachorros e gatinhos. Tem a forma de “massa” e é conhecido como “lombriga”.
5. Ancilostomídeos
Estes parasitas encontram-se no intestino delgado dos animais, alimentando-se do seu sangue.
6. Coccídias
São parasitas pequenos invisíveis a olho nu, que parasitam o intestino delgado, provocam destruição das paredes e podem surgir diarreias sanguinolentas.
7. Giardia
A giardia provoca gastroenterites em pessoas e animais e é de fácil disseminação em ambientes contaminados.
8. Dirofilaria
Também conhecida por verme do coração, provoca a dirofilariose, uma doença que é transmissível por um mosquito.
Plano de desparasitação interna
Tal como as vacinas, a desparasitação também deve fazer do programa de saúde do seu animal devido à sua importância em termos profiláticos.
As desparasitações devem começar a ser feitas logo antes de os bebés nascerem, através da desparasitação da mãe e devem ser realizadas num médico veterinário. Com o plano de saúde Vetecare, desde 13€ por mês para 1 ou 2 animais de companhia pode ter acesso a uma vasta rede de profissionais que podem ajudá-lo nesta tarefa.
1. Cadela ou gata grávida
Devem ser desparasitadas entre o 40 e 50º dia de gestação. No entanto, é necessário ter cuidado com o tipo de desparasitante que utiliza pois, nem todos são adequados a fêmeas gestantes e podem prejudicar os fetos.
Se a sua cadela ou gata estão gestantes, devem ser seguidas pelo médico veterinário durante toda a gravidez, e a desparasitação faz parte do plano e ser-lhe-à indicada por este profissional.
2. 15 dias de idade
Aos 15 dias os gatinhos e cachorros já abriram ou começaram a abrir os olhos e devem iniciar o seu plano de desparasitação. Juntamente com a mãe devem fazer uma toma de desparasitante.
O desparasitante deve ser adequado ao peso e idade dos gatinhos e cachorros. Uma dose demasiado grande pode coloca em risco a sua vida. O mais adequado é levá-los a uma consulta para serem pesados e desparasitados pelo médico veterinário.
Relativamente à mãe que os amamenta deve ter sido em conta, novamente, o tipo de desparasitante que é administrado, pois este medicamento é excretado no leite.
Os bebés necessitam de repetir a desparasitação quinzenalmente até aos 3 meses de idade.
3. Dos 3 até aos 6 meses
Durante este período, os cachorros e gatinhos devem ser desparasitados internamente de mês a mês. Devem ser pesados todas as vezes antes da administração do medicamento, pois esta é a fase em que ocorre maior crescimento, e consequentemente maiores diferenças de peso.
4. Idade adulta (a partir dos 6 meses)
A partir dos 6 meses os cachorros e gatinhos devem passar a ser desparasitados quatro vezes por ano, ou seja, a cada três meses.
Em situações especiais de cães de salvamento, polícia, terapia, casas com crianças ou pessoas com imunossupressão, pode haver necessidade da desparasitação interna continuar a ser realizada mensalmente.
Ainda que o seu animal não saia de casa, há probabilidade de se infetar pois os próprios tutores podem trazer ovos de parasitas no calçado que permanecem no ambiente e podem ser ingeridos pelos animais causando infeção.
Também pode ocorrer transmissão pela ingestão de pulgas contaminadas, dessa forma é importante fazer novamente a desparasitação interna se houver uma infestação por pulgas.
Tipos de desparasitantes internos
Existem vários tipos de desparasitantes internos. O melhor método de profilaxia para o seu animal deve ser sempre discutido com o médico veterinário.
Com o plano de saúde para animais de companhia Vetecare pode ter descontos em medicamentos, produtos, consultas de medicina preventiva e muito mais, que o vão ajudar a poupar.
Informe-se, também, sobre qual o produto mais adequado para o seu cão ou gato, e nunca utilize produtos de cães em gatos ou ao vice-versa, sob o risco de ocorrer intoxicação grave.
1. Xarope e pastas
Estas fórmulas são, por norma, mais utilizadas para gatinhos e cachorros pois é necessário uma menor quantidade e conseguem ser mais precisos relativamente à quantidade necessária por peso.
2. Comprimidos
Existem comprimidos com diferentes princípios ativos, comprimidos divisíveis, palatáveis e várias outras apresentações.
Os comprimidos podem ser administrados diretamente na boca do seu animal ou então misturado na comida.
3. Pipetas spot-on
Por norma as pipetas spot-on que são utilizadas para a desparasitação interna têm o efeito 2 em 1, ou seja, fazem em simultânea desparasitação interna e externa. Podem ser uma boa alternativa especialmente para gatos que não toleram a administração de comprimidos.
4. Injetáveis
Menos usuais para realizar a desparasitação interna de cães e gatos, no entanto podem ser administrados apenas pelo médico ou enfermeiro veterinário, não sendo possível ser administrado em casa pelos tutores ao contrário dos outros métodos.
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Fonte
1. Worm Control in Dogs and Cats – ESSCAP Guideline, 2017. Disponível em:
https://esccap.org/uploads/docs/0x0o7jda_ESCCAP_Guideline_01_Third_Edition_July_2017.pdf