Share the post "Tudo o que precisa de saber para dar sangue e ajudar a salvar vidas"
Hoje em dia é possível tratar cada vez melhor e com cada vez mais segurança pessoas doentes doentes e isto deve-se essencialmente a um ato simples e tão importante como dar sangue.
Este é um ato completamente seguro, tanto para quem fornece a dádiva de sangue, pois todo o procedimento é feito com rigor e de forma asséptica, como para quem recebe, uma vez que o sangue é sempre testado e analisado para possíveis doenças infecto-contagiosas antes da transfusão de sangue.
Informações importantes a saber sobre dar sangue
Não existe vida sem sangue, logo o sangue está desde sempre muito ligado ao simbolismo da vida e da morte. Isto acontece porque o sangue exerce um papel fundamental na homeostase, que é essencial à sobrevivência do ser humano.
E apesar da medicina e a ciência se encontrarem em constante evolução, ainda não conseguiram reproduzir uma réplica deste constituinte tão precioso, pelo que surge uma necessidade crescente de existirem mais dadores de sangue, de forma a existirem mais dádivas e dessa forma, salvar mais vidas.
1. Quem pode dar sangue?
Em primeiro lugar, qualquer dador de sangue deve ser acima de tudo voluntário, tomando a decisão de dar sangue de forma consciente, responsável e de forma totalmente desinteressada, tornando este ato de salvar vidas completamente benévolo e altruísta.
No entanto, para ser aceite como dador de sangue, terá de ter como critérios obrigatórios:
- Idade superior a 18 anos (até aos 60 anos se for a primeira dádiva) e inferior aos 66 anos;
- Um peso igual ou superior a 50 kg e possuir um estilo de vida saudável;
- Os homens podem dar sangue de 2 em 2 meses e as mulheres de 3 em 3 meses, sem qualquer prejuízo para a sua saúde.
Existem alguns impeditivos temporários, tais como:
- Ter piercings, maquilhagem definitiva ou tatuagens (quatro meses após a sua realização já pode dar sangue);
- Extracção dentária (período de quarentena de uma semana);
- Mudança de parceiro sexual ou viagem intercontinental (período de quarentena de 6 meses).
Em todas as dádivas será sempre efetuada uma triagem clínica, prévia, onde poderá esclarecer todas as dúvidas e onde um profissional de saúde determina, através do questionário e do exame físico (peso, altura, hemoglobina e tensão arterial) se está apto ou não para dar sangue.
Antes da dádiva ser-lhe-á entregue um inquérito que terá de assinar para confirmar três pontos:
- Que compreendeu a informação contida neste documento;
- Que respondeu verdadeiramente às perguntas;
- Que as dúvidas que possuía lhe foram esclarecidas de forma adequada.
2. Ao dar sangue é automaticamente considerado um dador de sangue regular?
Não, para ser considerado um dador de sangue regular deverá de dar sangue pelo menos duas vezes por ano. Este dador está automaticamente convocado a dar sangue quando decorre o intervalo mínimo fixo entre dádivas.
O estatuto de dador de sangue regular permite a isenção do pagamento de taxas moderadoras do Sistema Nacional de Saúde (SNS), exclusivamente nos cuidados de saúde primários (centros de saúde, USF) do SNS.
No entanto, perde este direito caso esteja 24 meses sem doar sangue sem justificação. Se ficar impedido definitiva ou temporariamente por razões clínicas ou por limite de idade, desde que tenha efetuado no mínimo 10 dádivas nos últimos cinco anos, mantém esse direito.
3. Que cuidados deve ter antes de dar sangue?
- Deve tomar uma refeição ligeira antes de dar sangue;
- Meia hora antes da dádiva é aconselhável beber meio litro de água;
- Não fume 2 horas antes ou 2 horas depois de dar a dádiva.
4. O que contém uma unidade de sangue?
Uma unidade é constituída por 450 mililitros (ml) de sangue, uma vez que este é o volume de sangue que se pode colher sem prejudicar o dador. Cada saco contém anticoagulante suficiente para não deixar coagular o sangue colhido.
O sangue é colhido para um sistema de 4 sacos, em que apenas um, o saco mãe, recebe a dádiva de sangue. Ao centrifugarem a unidade de sangue doada consegue-se desagregar, no saco mãe, os componentes sanguíneos e transferi-los para os sacos satélites. Obtendo assim:
- Um saco só com glóbulos vermelhos ou células vermelhas do organismo, estão encarregadas de distribuir oxigénio pelas outras células do corpo, permitindo que o doente possa viver;
- Um só com plaquetas, que têm como função principal a de parar as hemorragias, através da formação de coágulos;
- Um com o plasma, que é usado em doentes com problemas hemorrágicos diversos.
Cada um dos sacos terá a sua aplicação terapêutica.
5. Deve ter cuidados especiais após dar sangue?
Sim, após dar sangue é necessário ter os seguintes cuidados:
- Descansar por um período de 15 minutos;
- Fazer uma refeição ligeira (que lhe é oferecida) ou almoçar;
- Beber muitos líquidos, particularmente nos dias de calor;
- Evitar bebidas diuréticas ou vasodilatadoras (por exemplo: café, cerveja, etc.);
- Evite fazer exercício físico intenso nesse dia;
- Fazer uma dieta mais rica em ferro (para compensar aquele que perdeu), como por exemplo, adicionar à sua refeição: carne de vaca, gema de ovo, fígado, grão, etc.
6. Quais são as possíveis consequências de dar sangue?
Tal como todos os procedimentos médicos, podem ocorrer possíveis complicações, tais como:
- Formação de hematomas (nódoas negras ou as famosas pisaduras), pode evitar o aparecimento destes hematomas ao pressionar o local da punção venosa com força logo após a retirada da agulha, durante 2 a 3 minutos. Evite também carregar coisas pesadas nas 12 horas após a dádiva
Caso note que a região ficou com cor arroxeada ou negra, aplique gelo (de forma indireta) em cima do local, durante 10 a 15 minutos, 3 vezes ao dia; - Lesão do nervo ou tendão durante a venopunção, acontecendo muito raramente. Fique com a noção que só deve sentir dor durante a “picada” da agulha, após esse momento deverá deixar de sentir dor, caso esta continue comunique ao profissional de saúde que o está a acompanhar durante a punção;
- Durante a dádiva poderá também sentir-se nauseado, sudorético (suar bastante), tonto, desmaiar, ou mesmo vomitar.
Um dos direitos consagrados na lei é o direito a um seguro que garante ao dador de sangue o direito a indemnização por danos resultantes da dádiva de sangue ou de acidentes que eventualmente sofra no trajeto de ida e volta do local de colheita, em território nacional.
7. Existe algum benefício ao dar sangue?
Para além da sensação e certeza de estar a ajudar a salvar vidas e a contribuir para o bem-estar físico de outras pessoas, tem direito ao seguinte:
- Uma refeição no final da dádiva;
- Uma justificação em como esteve a dar sangue para entregar ao seu empregador;
- E em alguns casos, a isenção das taxas moderadoras no Sistema Nacional de Saúde (SNS).
8. Onde pode dar sangue?
Nos Centros de Sangue e da Transplantação de Lisboa, Porto e Coimbra do Instituto Português do Sangue e das Transplantações (IPS), pode dar sangue de segunda-feira a sábado das 8h00h às 19h30h.
No site do IPS pode também consultar as sessões de colheita realizadas a nível nacional, por data.