Share the post "Com que frequência deve dar banho ao cão tendo em conta a sua raça?"
A maioria dos tutores gosta de ter os seus melhores amigos lavados, limpos, cheirosos e apresentáveis. No entanto, a frequência com que deve dar banho ao cão deve ser considerada, pois, tanto poucos banhos como banhos em excesso, podem ser prejudicais para o seu melhor amigo.
Frequência máxima com que pode dar banho ao cão
Excetuando situações de tratamento com champôs prescritos pelo médico veterinário, os cães não devem tomar banho muito mais do que uma vez por mês.
A pele, nos cães, tem um papel fundamental na proteção contra agentes patogénicos e também noutros aspetos como a termorregulação. A pele atua como uma barreira contra agentes patogénicos (fungos, leveduras, bactérias, ácaros, alergéneos) que podem penetrar na pele e causar doenças dermatológicas.
Assim, a pele do cão utiliza estratégias tanto químicas como físicas para impedir que estes agentes penetrem a sua barreira protetora. A superfície da pele, é coberta por uma emulsão produzida pelas glândulas apócrinas e sebáceas, presentes na pele.
Dar banho ao cão com demasiada frequência pode ter consequências negativas na barreira da pele, predispondo o animal a sofrer de mais problemas dermatológicos.
No entanto, existem também outros fatores que podem contribuir para que a barreira natural da pele não esteja saudável, como a dieta do animal, genética (como é o caso dos pacientes atópicos), qualidade do champô utilizado, entre outros. Assim, se o seu cão sofre de problemas de pele constantes questione o seu médico veterinário acerca das possíveis causas subjacentes.
Frequência mínima com que pode dar banho ao cão
Não existe propriamente uma frequência mínima com que pode dar banho ao cão, pois a resposta a esta questão está condicionada por vários fatores. No entanto, um banho semestral pelo menos é aconselhável, para ajudar a retirar pelo morto e impurezas.
Dar banho ao cão: Quais as raças que mais precisam de banho?
Para avaliar a frequência com que deve dar banho ao cão, deve especialmente ter em conta o seu tipo de pelo, o que estará, de facto, interligado diretamente com a sua raça.
As raças de cães que mais precisam de tomar banho são as raças de pelo longo ou encaracolado, como no caso dos caniches, yorkshire terrier, Shih Tzu, Bichon Maltês.
Geralmente, nestes cães a queda de pelo não é muito acentuada, no entanto, este tipo de pelo exige uma manutenção constante pois é muito mais fácil de acumular a sujidade. Também este tipo de pelo tem grande tendência para fazer “nós”, e caso não tenha uma boa manutenção o pelo enrolado junto com a sujidade pode levar a que o animal ganhe feridas que podem facilmente passar desapercebidas por debaixo do pelo e provocar graves problemas e feridas extensas.
É importante, utilizar sempre um champô adequado e indicado pelo médico veterinário para o seu melhor amigo, pois a qualidade do champô também tem grande influência no desenrolar de doenças dermatológicas.
Raças que menos precisam de tomar banho
Cães de pelo curto e liso são os que menos precisam de tomar banho, tal como os labradores, pinscher ou bull terrier. Estes cães acumulam menor sujidade no seu pelo, pelo que a necessidade de frequência de banho é menor, e se possível deve ser evitado.
Outras alternativas ao banho
Ainda que os cães não possam tomar banho mais do que uma vez por mês, cães que passam muito tempo em casa, dormem com os donos, estão em contacto frequente com crianças ou bebés, podem precisar de ser limpos com mais frequência do que mensalmente.
De forma a preservar a sua barreia natural da pele, os tutores podem optar por fazer lavagens com champô seco, sendo que com esse tipo de produto não existe propriamente um limite de utilização.
Outros cuidados de higiene como a tosquia e escovagem devem também ser considerados para manter o cão o mais higiénico possível, de forma a conseguir espaçar a frequência dos banhos.
As toalhitas de bebé ou toalhitas para cães podem também ser uma opção, pois tal como os champôs secos podem ser utilizadas sem limite e retiram grande parte da sujidade do cão e acabam por retirar também o famoso “cheiro a cão”, que muitas vezes preocupa os tutores.
Conclusão
A raça é um fator importante para definir a frequência com que deve dar banho ao cão, pois o tipo de pelo é uma das maiores condicionantes. No entanto, existem variados fatores que condicionam a frequência dos banhos.
O mais importante, e a ideia a reter, é que não deve exagerar com a quantidade de banhos dados ao cão, pois pode acabar por ser prejudicial. No entanto, raças de pelos longos e encaracolados necessitam de mais cuidados de higiene e limpeza do que cães de pelos curtos.
Questione o seu médico veterinário acerca da frequência com que pode dar banho ao seu cão em específico, e quais as alternativas de limpeza, pois cada caso é um caso, e ninguém melhor do que o seu médico veterinário para o aconselhar.
The Skin Microbiome in Healthy and Allergic Dogs – Aline Rodrigues Hoffmann, Adam P. Patterson, Jan S. Suchodolski. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3885435/