Porque fizemos inseminação artificial, o protocolo da maternidade determina que se faça uma ecocardiografia fetal uma vez que estes bebés têm mais probabilidade de ter alterações cardíacas. A primeira foi há umas semanas e pelo tempo que a coisa demorou, percebi logo que dali trazia presente. No final, a médica obstetra disse que queria repetir o exame porque existe um “buraco” que precisa ser avaliado e “mais umas coisinhas” para ver. Só isto.
Fui forçada a perguntar “o que é que isso quer dizer?” Levantou os olhos dos óculos, olhou-nos como se fosse a pergunta mais estúpida do mundo e, puxado a ferros, fechou a conversa com um “não quer dizer nada”. Repetimos o exame esta semana. Diz que tem uma “variação normal” e “mais umas coisinhas” e nada esclarece. Fico perturbada com esta falta de tato que nos leva a procurar um especialista em cardiologia pediátrica para perceber o que é esta “normalidade”.
Na obstetrícia, na pediatria e na oncologia é preciso coração acima de tudo. Se não tem sensibilidade ou pachorra para dar todas as respostas aos pais sem que eles as perguntem… que vá para ortopedia!
Adiante. Esta semana, com mais nove quilos no lombo, deixei oficialmente de ver a passarinha e os pés. E nota-se porque no cabeleireiro, a Ria disse-me “que linda que tu estás assim inchadinha!” e eu ri-me. Ri-me porque ela acha mesmo que estou linda e calha que quanto mais gigante fico… também mais gosto de me ver. Devem ser as hormonas, não liguem. Por estes dias, também sou uma cólica gigante. É uma moínha permanente no fundo da barriga, tipo vem aí o período ou uma diarreira enorme. Deve ser normal, não?
Na sexta-feira fomos ver o Pedrinho. Às trinta e uma semanas continua tudo ótimo. 1700 gramas de pessoa, percentil 75. Não será um ratinho mas também ainda não é certo que venha daí um bisonte. Depende da genética, da alimentação, do líquido amniótico, da placenta e de cenas várias. Mas tem os tintins no sítio, o que nos parece um bom prenúncio. Fechámos a semana com uma sessão surpresa pela lente da minha querida amiga Brígida Brito e foi… inacreditável!
Veja também:
- #1: o princípio
- #2: não são perguntas normais
- #3: ninguém nos diz isto
- #4: terato… quê?
- #5: tenho medo
- #6: já faltou mais…
- #7: vamos lá fazer um bebé!
- #8: positivo!
- #9: hallo, hallo, estás aí?
- #10: vão ser avós!
- #11: público ou privado?
- #12: um exibicionista
- #13: como assim não sou imune?
- #14: que fome é esta?
- #15: cansam-me
- #16: são puns, pessoas!
- #17: salvem-me das férias
- #18: as papas, os morangos e a morcela
- #19: está tudo no sítio
- #20: as grávidas inventam
- #21: habemus mau feitio
- #22: planear para não panicar!
- #23: eu não quero um baby shower
- #24: o baby shower aconteceu
- #25: uma lufada de ar fresco
- #26: quero relatos, não sermões!
- #27: diz que gravidez não é doença
- #28: nada para vestir
- #30: temos que falar sobre isto
- #31: calem-se porra!
- #32: Bêbada de amor
- #33: Tenho que voltar a isto
- #34: Uma gravidez santa
- #35: O meu plano de parto