Temos ouvido falar cada vez mais sobre a crioterapia, sobretudo devido aos inúmeros atletas de fama internacional que estão a aderir a este método – um exemplo incontornável é Cristiano Ronaldo, que até já criou condições para o aplicar em sua própria casa, instalando uma câmara de frio.
No entanto, nem toda a gente está convencida da sua eficácia para além da redução da sensação de dor muscular, e menos ainda quando se fala de potenciar a capacidade e resistência físicas. Assim, tendo presentes estas opiniões contraditórias, e para podermos tirar as nossas próprias conclusões, importa responder a uma série de perguntas, que colocamos de seguida.
O que é e como pode ser aplicada a crioterapia?
Basicamente, na crioterapia utiliza-se o frio com fins terapêuticos, baixando até ao limite do suportável a temperatura dos tecidos corporais.
Tal procedimento pode ser levado a cabo de duas formas:
Aplicação local
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- Gelo (aos cubos ou picado)
- Massagem com gelo
- Compressa de gel frio
- Compressas frias químicas (“frio instantâneo”)
- Aparelhos de compressão com arrefecimento
- Spray frio
- Ligaduras frias
- Toalha fria
- Ar frio
- Etc.
Aplicação em todo o corpo
- Câmara de frio
- Imersão em gelo picado
- Imersão em água fria
- Etc.
A partir daqui, a aplicação pode ainda ser estática ou dinâmica, associada ou não a outras técnicas reabilitantes, como a massagem, pressoterapia ou alongamentos músculo-tendinosos.
Quais são os benefícios concretos da crioterapia depois de um treino?
A nível desportivo, este método é especialmente útil em três aspetos:
2. Aceleração da recuperação após o esforço físico, reduzindo a sensação de fadiga, potenciando o desempenho subsequente e reduzindo as dores musculares.
3. Adicionalmente, tem vindo a ser provado – como já referimos, com alguma contestação – que o recurso a câmaras de frio antes do treino pode levar a picos de performance, além de reduzir a dor resultante dos exercícios.
Para que se perceba o porquê de tais resultados, importa explicar quais os efeitos biológicos deste arrefecimento dos tecidos:
- Provoca a vasoconstrição, limitando o aparecimento de sangue nos tecidos e, consequentemente reduzindo eventuais edemas e hemorragias;
- Leva à desaceleração do metabolismo celular, minimizando a destruição resultante de qualquer lesão;
- Assegura um efeito analgésico, bloqueando os recetores responsáveis pela transmissão de dor.
A crioterapia tem alguma contraindicação?
Apesar de a maioria das pessoas poder recorrer a este método, a crioterapia deve ser evitada nas seguintes situações:
- Zonas com isquemia – alteração da circulação sanguínea
- Zonas particularmente sensíveis
- Feridas abertas
- Hipersensibilidade ao frio
- Fenómeno de Raynaud
- Patologia cardiovascular descompensada
Conclusão
Podemos afirmar que, quando combinada com outros métodos de recuperação adequados (noites bem dormidas, dieta equilibrada, alongamentos, etc.), a crioterapia é útil, eficaz e não apresenta efeitos secundários negativos. Esta é a opinião da maioria dos profissionais ligados ao mundo desportivo.
No entanto, tal como nas restantes terapias físicas, importa que se cumpram as necessárias medidas de segurança, recorrendo sempre a profissionais devidamente credenciados.