Share the post "Crianças com necessidades especiais: vamos falar deste tema?"
A maioria das pessoas não imagina o quanto podemos aprender com as crianças com necessidades especiais. Estamos tão presos à perfeição e aos aspetos materiais da vida que nos esquecemos de observar a riqueza oculta em cada pessoa e de apreciar o quanto a diversidade é enriquecedora.
Naturalmente que nem tudo é um mar de rosas e que as famílias com crianças com necessidades especiais têm intensos desafios pela frente, mas o importante é nunca esquecer que é possível ser feliz na diferença.
Crianças com necessidades especiais
Todas as crianças são diferentes e especiais. Cada criança tem o seu próprio ritmo de desenvolvimento e as suas próprias necessidades educativas, que devem ser respeitadas. O que acontece é que algumas delas, dadas as características que apresentam, se tornam muito diferentes dos seus pares.
O termo necessidades educativas especiais refere-se ao desfasamento entre o nível de comportamento ou de realização que a criança apresenta e o que dela seria esperado em função da idade.
Este conceito aplica-se a todas as crianças que apresentam risco de défice cognitivo (por exemplo, deficiência mental), motor (por exemplo, paralisia cerebral), emocional (por exemplo, psicoses), comportamental ou do desenvolvimento, bem como a todas as crianças que necessitam de serviços de saúde específicos por tempo indeterminado.
São consideradas crianças com necessidades especiais todas as que apresentam as seguintes necessidades:
- problemas motores;
- dificuldades de aprendizagem;
- cegos-surdos;
- deficiência mental;
- deficiência auditiva;
- perturbações emocionais graves;
- problemas de comunicação;
- deficiência visual;
- multideficiência;
- dotados e sobredotados;
- autismo;
- traumatismo craniano;
- outros problemas de saúde.
Crianças com necessidades especiais: desafio para toda a família
Em algum momento, todas as famílias estão sujeitas a algum tipo de alteração na sua dinâmica. De repente pode ocorrer uma crise inesperada, como por exemplo o nascimento de uma criança portadora de um qualquer tipo de necessidade especial.
Receber a notícia de que um filho é portador de necessidades educativas especiais não é fácil. É preciso enfrentar a realidade da perda do bebé idealizado e a existência de um bebé diferente. É uma tarefa árdua e dolorosa para a família.
A família precisa de tempo para fazer o luto da criança idealizada e exteriorizar os seus sentimentos. É através deste processo que a família vai ganhar maior consciência da realidade e aceitar a condição da criança.
Após a fase inicial de impacto vivido pela família, a existência de uma criança com necessidades especiais irá continuar a exigir novas organizações no sistema familiar, para que este consiga responder eficazmente às necessidades da criança. Assim, estas famílias deparam-se diariamente com um sem número de situações e desafios com os quais podem ter grandes dificuldades em lidar.
Muitas vezes, estes pais não têm qualquer tipo de apoio psicológico e, à medida que a criança cresce, outras preocupações surgem, nomeadamente quando se aproxima a idade escolar. Os pais procuram as melhores creches e as melhores escolas mas veem-se confrontados com novas dificuldades: nem sempre a organização escolar está preparada para receber adequadamente crianças com necessidades especiais.
Apesar de todas estas contrariedades e desafios, os pais de crianças com necessidades especiais podem encontrar dentro de si habilidades para reaprenderem a ser uma família feliz.
Escola e Família: trabalho de equipa
O trabalho colaborativo entre os docentes, as famílias, os psicólogos e os restantes elementos da equipa que acompanha a criança é essencial. Cada técnico, com a sua especialidade, ajudará a família e a criança nas seguintes áreas de intervenção:
- estimulação sensorial (por exemplo, reagir a estímulos visuais);
- motricidade (por exemplo, controlar a postura);
- atividades da vida diária (por exemplo, alimentação; vestir; higiene);
- comunicação;
- relações interpessoais (por exemplo, reagir ao contacto físico com outra pessoa);
- cognição (por exemplo, adquirir noções de tamanho, cor e forma);
- ocupação (por exemplo, realizar trabalhos em madeira);
- tempos livres.