Produzida naturalmente no nosso corpo (fígado, rim e pâncreas), a creatina é uma combinação de aminácidos que ajuda a fornecer energia ás células do nosso corpo, particularmente as do cérebro e músculos, ambos tecidos que têm elevadas exigências de energia.
Ao longo deste artigo vamos referir os principais usos e benefícios da creatina e ainda os efeitos colaterais deste componente que tem vindo a ganhar força no entre os desportistas e não só.
Os aminoácidos que a compõem são a arginina, a glicina e a metionina, sendo que faz parte de cerca de 1% do volume total de sangue humano.
Encontra-se naturalmente presente em alimentos como a carne vermelha e o frango e ainda em certos peixes, como é o caso do salmão, atum e arenque.
No entanto, a forma mais popular surge sob a forma de suplementos em pó, comprimidos ou cápsulas.
Potenciais benefícios da creatina
Apesar de ser muito associada aos atletas, a creatina não é consumida só por este grupo de pessoas.
Algumas evidências indicam que também pode ser uma excelente aliada no desenvolvimento cognitivo e no tratamento de patologias neurodegenerativas.
1. Osteoartrite
É uma doença degenerativa nas articulações que resulta na degradação da cartilagem. A suplementação com creatina ajuda a melhorar os sintomas da rigidez própria desta doença, ao contribuir para o aumento da força e ainda promove uma melhor qualidade de vida.
2. Parkinson
A doença de Parkinson é uma doença que afeta os movimentos corporais, levando a tremores e rigidez, lentificação dos movimentos e tremores.
A creatina parece ser benéfica sobre esta doença, uma vez que ajuda a melhorar a função muscular e a mobilidade, retardando o avanço da doença.
3. Depressão
A creatina pode ajudar a aliviar os sintomas da depressão e ansiedade, uma vez que está associada a um aumento dos níveis de fosfocreatina no cérebro, fazendo-o trabalhar mais facilmente.
A suplementação com creatina, principalmente em mulheres, parece melhorar significativamente as condições depressivas.
4. Distrofia muscular
A distrofia muscular, caracterizada pela perda de força muscular, também beneficia deste suplemento.
A creatina aumenta a força muscular em pessoas que sofrem desta patologia, e o tratamento a curto e médio prazo parece ser eficaz e bem tolerado pelos pacientes.
5. Performance desportiva
É do conhecimento da maioria das pessoas que a creatina está relacionada com a melhoria da performance atlética, sendo um dos suplementos mais utilizados quando o objetivo é melhorar a eficácia no treino de alta intensidade.
A creatina ajuda a fornecer energia ao organismo durante a prática de atividade física, sendo mais eficaz em exercícios intensos de curta duração. Além de melhorar a velocidade e força, também reduz a fadiga e favorece o desenvolvimento muscular.
A suplementação com o objetivo de melhorar a performance desportiva poderá ser feito antes ou depois do treino, contudo não existe um consenso sobre a melhor altura de fazer esta suplementação.
O ideal será saber qual o método que melhor se adapta a cada individuo, considerando as rotinas diárias e as especificidades de cada um.
Que precauções?
Apesar de a creatina não ser um medicamento, é aconselhável procurar um profissional de saúde antes de iniciar qualquer tipo de suplementação de modo a saber se existem interações com medicamentos e que efeitos colaterais poderão surgir.
A creatina não é nenhum “veneno”, mas existem doses recomendadas e doses que não devem ser ultrapassadas.
Alguns dos efeitos colaterais da suplementação de creatina são:
- Ganho de peso;
- Cãibras musculares;
- Tensão arterial elevada;
- Dores no estômago;
- Diarreia;
- Tonturas;
- Disfunção hepática;
- Insuficiência renal.
Indivíduos com problemas de fígado ou problemas nos rins não devem tomar este tipo de suplementos, uma vez que poderão surgir interações com medicamentos específicos dessas doenças, além de aumentarem o risco de dano nestes órgãos.