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O que são conversas difíceis? São aquelas em que temos que dar notícias desagradáveis, discutir um assunto delicado ou falar sobre algo que correu mal ou precisa mudar. De alguma forma, todos tememos estas conversas. Mas, e quando temos que ter estas conversas difíceis com crianças?
Porque é que as conversas difíceis são tão duras de enfrentar?
As conversas difíceis tendem a provocar ansiedade só de pensar nelas. Causam apreensão, ocupam o pensamento e podem surgir na nossa mente de forma intrusiva, quando menos esperamos, distraindo-nos dos restantes assuntos do dia-a-dia.
Esta ansiedade e esta tensão são naturais na medida em que as conversas difíceis tendem a trazer à tona assuntos delicados, que causam desconforto e que nos deixam receosos com a reação da outra pessoa.
Por temer as conversas difíceis que causam grande desconforto e possíveis conflitos, estas acabam por ser adiadas. E, quando falamos de conversas difíceis com crianças, o desafio é ainda maior. No entanto, evitar/adiar não resolve a situação, apenas tende a piora-la. Vamos então tentar ajudar a lidar com conversas difíceis.
Conversas difíceis com crianças
Por mais que educadores, pais e professores tentem manter as crianças seguras e longe de problemas, situações mais desagradáveis e coisas más, por vezes, acontecem.
Perigos variados, situações de violência, tragédias inesperadas, todas estas situações criam a necessidade dos adultos terem conversas difíceis com crianças, para que estas entendam o que se passa.
Assim, por mais que os adultos tentem a todo o custo evitar tópicos difíceis, as crianças percebem quando algo triste/negativo acontece. Quando algo de menos bom acontece na vida de uma criança, se os adultos não falarem sobre isso, as crianças podem interpretar de forma errada esse silêncio ou não serem capazes de atribuir um sentido aquilo que descobriram ou sentiram.
Conversas difíceis com crianças mostram que os adultos estão disponíveis para as apoiar. Como é natural, estas conversas devem sempre ser adaptadas à linguagem e nível de desenvolvimento das crianças, garantindo que estas se sentem seguras e protegidas.
Como lidar com as conversas difíceis com crianças?
6 dicas infalíveis
As crises surgem quando menos esperamos. Situações difíceis, eventos embaraçosos, tragédias inesperadas. Cabe aos adultos orientar os mais pequenos nestes momentos, evitando que sintam ansiedade, agitação, tristeza.
Como guiar conversas difíceis com crianças? Não existe uma fórmula mágica, mas estas dicas, que deixamos de seguida, podem ser um ponto de partida importante.
Preparar a conversa
Sempre que possível, é vantajoso preparar as conversas difíceis com crianças, bem como alertar a criança de que a conversa vai acontecer (“Precisamos conversar sobre o que aconteceu, por isso, mais logo vamos guardar um bocadinho de tempo para falar com calma”).
Tal não significa que situações de ressentimento, raiva ou frustração sejam arrastadas durante dias. As conversas difíceis devem ser planeadas e pensadas, mas devem acontecer pouco tempo depois das situações que lhe dão origem surgirem.
Encontrar o momento ideal
O momento ideal é aquele onde prevalece a calma e onde as crianças se sentem o centro das atenções.
Ouvir atentamente
Importa abordar a conversa de forma honesta, demonstrando vontade genuína na resolução dos problemas. É igualmente importante tentar perceber aquilo que as crianças já sabem acerca do tópico da conversa (“O que é que já ouviste sobre isto?”).
Abordar a conversa com honestidade
Importa abordar as conversas difíceis com crianças com franqueza. Se a resposta é “não sei”, não tenha receio de o dizer. (“Porque é que as coisas más acontecem? Não sei”).
As verdades e os factos devem ser expostos com a cautela e a um nível adequados à idade e fase do desenvolvimento das crianças. Importa que estas consigam entender o que se passa e que os detalhes desnecessários sejam guardados pelos adultos.
Conversas difíceis com crianças muito pequenas requerem uma preparação e um cuidado especial. Abordar o tópico da morte pode ser especialmente desafiante e podem ser necessárias diversas justificações (“significa não sentir mais nada, não ter fome, nem sede, dor ou medo”; “significa que não vamos voltar a ver essa pessoa mas que vamos guardar as memórias no nosso coração”).
Validar e partilhar sentimentos
As crianças vêm os pais e restantes adultos de referência como modelos a seguir. Assim sendo, importa que perante situações difíceis, os adultos validem os sentimentos dos mais novos e reconheçam perante eles os seus próprios sentimentos.
Transmitir confiança
Esta talvez seja a dica mais importante. Acima de tudo, o importante é que, no final de uma conversa difícil, as crianças se sintam ainda mais amadas, tranquilas e seguras, com a certeza que os adultos irão sempre cuidar delas.