Share the post "Controlar os filhos: o que os pais devem e não devem fazer"
São as atitudes dos pais que determinam a forma como os filhos se comportam. Cientes desta grande responsabilidade, muitos pais desesperam sem saber qual a melhor forma de controlar os filhos.
De facto, as atitudes dos pais, enquanto principais educadores, têm uma enorme influência no desenvolvimento das suas crianças. Contribuem para a formação da personalidade e dos padrões de relações que as crianças irão estabelecer pela vida fora.
Os pais são, indiscutivelmente, os grandes modelos de aprendizagem dos filhos. Mas os pais não nascem ensinados, nem existem fórmulas perfeitas que resultam em todas as crianças. Daí que, por vezes, controlar os filhos, extinguir os maus comportamentos e potenciar os bons, seja uma grande dor de cabeça para muitos adultos.
Ao longo deste artigo vamos tentar esclarecer os pais acerca da importância da educação familiar e das práticas educativas positivas.
Atitudes que promovem os problemas de comportamento
Se é pai/mãe e sente dificuldades em controlar os seus filhos verifique se não está a utilizar erradamente alguma destas práticas parentais negativas que se seguem:
- Impor muitas regras de uma só vez;
- Utilizar frequentemente a punição como forma de controlo comportamental: não valorizando o diálogo, a autonomia e as opiniões da criança;
- Não se envolver na tarefa de educar os filhos: estar apenas preocupado com as suas próprias vivências;
- Ser pouco afetivo e pouco exigente;
- Recorrer à ameaça e punição física para obrigar as crianças a agirem corretamente;
- Recorrer a recompensas extras ou subornos para aliciar a criança a adotar bons comportamentos;
- Misturar castigos com afeto;
- Fazer ameaças e não cumprir;
- Ser inconsistente nas práticas parentais que aplica;
- Ceder às birras de forma sistemática.
Como controlar os filhos: promover bons comportamentos
As práticas parentais positivas podem proteger e potenciar o desenvolvimento da sua criança:
- Mesmo que esteja cansado após um dia de trabalho, reserve algum tempo para conversar com o seu filho;
- Preste atenção aos bons comportamentos da sua criança: garanta-lhe uma consequência positiva sempre que fizer ou tentar fazer alguma coisa boa; elogios; carinhos; atividades em família;
- Estes reforços positivos devem ser corretamente aplicados; imediatamente após o comportamento; não devem ser combinados com críticas;
- Seja constantemente afetuoso;
- Esclareça o seu filho acerca das regras a cumprir: explique as regras de forma sucinta e concreta; certifique-se de que o seu filho compreendeu as regras e o que espera dele;
- Aprenda a controlar os seus sentimentos negativos: não deixe que a sua impaciência e ansiedade afetem a sua criança;
- Encoraje o desenvolvimento de competências sociais;
- Seja um modelo de comportamento;
- Incentivo ao desenvolvimento da autonomia: como, por exemplo, a capacidade de fazer escolhas;
- Minimize as discussões e agressões entre os familiares;
- Não seja autoritário nem punitivo;
- Explique ao seu filho os efeitos que os seus comportamentos podem provocar nos outros: os maus comportamentos prejudicam a magoam as outras pessoas;
- Mostre ao seu filho que tem o poder de fazer felizes as pessoas que o rodeiam: sendo agradável e generoso;
- Dê muito amor, segurança e carinhos: a criança deve perceber que quando surgem problemas pode contar com os pais;
- Valorize as competências do seu filho: não apenas as competências escolares, mas todas as áreas da vida em que seja competente;
- Crie momentos familiares que favoreçam a troca de afetos e o diálogo.
Em suma…
O ideal passa por estabelecer expectativas razoáveis e padrões realistas, sem nunca esquecer os ingredientes mais importantes: muito amor, muito diálogo e muita atenção.
Educar uma criança não é um processo simples nem linear, muito menos é igual para todas as famílias. Os pais devem, juntos dos seus filhos, negociar e encontrar o melhor caminho, ajustado à sua realidade familiar.