É uma doença crónica cada vez mais frequente, por isso importa conhecer os seus sinais. Na realidade, os sintomas da diabetes são semelhantes entre quem apresenta o tipo 1 e o tipo 2.
Todos os tipos de diabetes apresentam em comum o excesso de glicose (açúcar) no sangue. Isto ocorre porque o organismo não consegue transferir a glicose do sangue para dentro das células do corpo, gerando os principais sintomas iniciais do diabetes e as complicações em longo prazo.
A diabetes é caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue, a hiperglicemia. A hiperglicemia (açúcar elevado no sangue) deve-se em alguns casos à insuficiente produção de insulina, noutros à insuficiente ação da insulina e, frequentemente, à combinação destes dois factores.
7 sintomas da diabetes: os mais relatados
Também conhecida como síndrome dos 4 “P”, estes são os sintomas mais comuns da diabetes:
Síndrome dos 4 “P”
- Poliúria: muitas idas a casa de banho para urinar.
- Polifagia: muita fome.
- Polidipsia: muita sede.
- Perda de peso: algumas pessoas passam a perder peso, sem alterações nos hábitos alimentares.
Visão embaciada
O aumento do açúcar no sangue pode fazer com que o cristalino do olho sofra e fique inchado, o que altera a sua “transparência” e deixa a visão desfocada.
Infeções genitais por leveduras
Com a diabetes, vem também algumas infeções, principalmente aquelas causadas por fungos, como a candidíase.
Fadiga
Os açúcares do sangue não conseguem ser transformados em energia, então o doente acaba por se sentir prostrado.
Deficiente capacidade de cicatrização
A cicatrização também fica prejudicada, sempre que um diabético se magoa, tem mais dificuldade em estar curado.
Dores de cabeça, náuseas e vómito
A quantidade de açúcar presente na corrente sanguínea pode levar a esses sintomas.
Formigueiro nas mãos e pés
Pode vir acompanhado de inchaço.
Sintomas da diabetes nas crianças e jovens
Por norma, crianças e jovens são afetados pela diabetes tipo 1, que aparece de maneira súbita e os sintomas são muito nítidos:
- urinar muito (por vezes, pode voltar a urinar na cama);
- ter muita sede;
- emagrecer rapidamente;
- grande fadiga com dores musculares;
- dores de cabeça, náuseas e vómitos.
Quaisquer dos outros sintomas da diabetes já referidos podem também estar presentes. Perante estes sintomas, o diagnóstico deve ser rápido, seguido do início do tratamento com insulina. Recorde-se que, se não o fizer, a pessoa com diabetes entra em Coma Diabético e corre perigo de vida.
Sintomas da diabetes no adulto
A grande maioria dos adultos com diabetes após os 35 anos, apresenta a do tipo 2. Nos adultos, os sintomas só aparecem quando a glicemia está muito elevada e, habitualmente, de modo mais lento que nas crianças ou jovens. Contudo, o açúcar elevado vai provocando os seus estragos mesmo sem se dar por isso. E é essa a razão pela qual, às vezes, já podem existir complicações (nos olhos, por exemplo) quando se descobre a diabetes.
Diagnóstico
Estes são os testes sanguíneos comuns utilizados para diagnosticar diabetes:
- teste de hemoglobina glicada (HbA1c):Mede a média de açúcar no sangue nos últimos 2 a 3 meses;
- teste de glicose plasmática em jejum (FPG):Testa os níveis de glicose em jejum. Para o fazer, deve estar em jejum de, no mínimo, 8 horas;
- teste oral de tolerância à glicose (OGTT):Testa a resposta do seu corpo à glicose. Para este teste, terá de ingerir composto doce. Os seus níveis de açúcar no sangue são testados antes e depois de beber. O teste demora em média, 4 horas.
Tipos de Diabetes
Diabetes Tipo 1
Também conhecida como Diabetes Insulino-Dependente é a mais rara (a sua forma juvenil não chega a 10% do total) e atinge na maioria das vezes crianças ou jovens, podendo também aparecer em adultos e até em idosos. Na Diabetes Tipo 1, as células ß do pâncreas deixam de produzir insulina, pois existe uma destruição maciça destas células produtoras de insulina. As causas da diabetes tipo 1 não são, ainda, plenamente conhecidas.
Contudo, sabe-se que é o próprio sistema de defesa do organismo (sistema imunitário) da pessoa com Diabetes, que ataca e destrói as suas células b.
Estas pessoas necessitam de terapêutica com insulina para toda a vida porque o pâncreas deixa de a poder fabricar. A causa desta diabetes é, pois, a falta de insulina e não está diretamente relacionada com hábitos de vida ou de alimentação errados, ao contrário do que acontece na diabetes Tipo 2.
Diabetes tipo 2
É, sem dúvida, o tipo mais comum de diabetes. É causada por um desequilíbrio no metabolismo da insulina.
A diabetes tipo 2 tem como principais factores de risco a obesidade, o sedentarismo e a predisposição genética.
Na diabetes tipo 2 existe um défice de insulina e resistência à insulina. Isto significa que é necessária uma maior quantidade de insulina para a mesma quantidade de glicose no sangue. Por isso, as pessoas com maior resistência à insulina podem, numa fase inicial, apresentar valores mais elevados de insulina e valores de glicose normais. À medida que o tempo passa, o organismo vai tendo maior dificuldade em compensar este desequilíbrio e os níveis de glicose sobem.
Embora tenha uma forte componente hereditária, este tipo de diabetes pode ser prevenido controlando os factores de risco modificáveis.
Diabetes Gestacional
A Diabetes Gestacional é a que ocorre durante a gravidez. Esta forma de diabetes surge em grávidas que não tinham diabetes antes da gravidez e, habitualmente, desaparece quando esta termina.
Contudo, quase metade destas grávidas com diabetes virão a ser, mais tarde, pessoas com diabetes do tipo 2 se não forem tomadas medidas de prevenção.
A Diabetes Gestacional ocorre em cerca de 1 em cada 20 grávidas e, se não for detetada, a gravidez pode complicar-se para a mãe e para a criança. São vulgares os bebés com mais de 4 Kg à nascença e a necessidade de cesariana na altura do parto. Podem, por exemplo ocorrer abortos espontâneos.
Existem outros tipos de diabetes além do Tipo 1, Tipo 2 e Gestacional, mas estes não são frequentes.
Prevenção dos sintomas da diabetes
A melhor forma de prevenir a diabetes é a prática de hábitos de vida saudáveis:
- comer diariamente verduras, legumes e, pelo menos, três porções de frutas;
- reduzir o consumo de sal, açúcar e gorduras;
- parar de fumar;
- praticar exercícios físicos regularmente (pelo menos 30 minutos todos os dias);
- manter o controlo do peso.
1. Sociedade Portuguesa de Diabetologia. Disponível em https://www.spd.pt/index.php/notcias-topmenu-19/711-standards-ada-2018
2. Associação protetora dos diabéticos de Portugal. Disponível em https://apdp.pt/diabetes/abc-da-diabetes/