O stress não é agradável para ninguém e ninguém gosta de viver episódios de ansiedade, mas quando as patologias ansiosas se tornam recorrentes na nossa vida podem representar um grande perigo para a nossa saúde.
As perturbações de ansiedade podem afetar-nos física e emocionalmente, mais do que aquilo que imaginamos. Vamos tentar perceber, em específico, como o stress afeta o nosso cérebro e como podemos evitá-lo.
O que é a ansiedade?
A ansiedade é uma normal experiência emocional humana, é uma espécie de sistema de alarme destinado a proteger-nos.
Todos nós já nos sentimos mais ou menos ansiosos, especialmente quando estamos diante de mudanças e situações novas.
A ansiedade é um estado mental de medo ou apreensão, resultado da antecipação de uma situação potencialmente desagradável, ou da perceção de que se está em perigo, a ser ameaçado, ou de que se estará vulnerável ao ambiente e às outras pessoas. Este estado mental surge acompanhado de sintomas físicos de tensão.
Dentro de certos limites, a ansiedade é útil e benéfica, mas pode tornar-se patológica e atingir níveis extremos.
A ansiedade é patológica quando atinge níveis elevados face à situação que a provoca, quando não existe razão específica para estarmos ansiosos, ou quando prejudica o funcionamento saudável em diferentes áreas da nossa vida.
O que se passa no nosso corpo quando sentimos ansiedade?
Quando estamos ansiosos o sistema nervoso simpático, responsável por controlar a nossa atividade corporal, é ativado: o fluxo sanguíneo aumenta para as extremidades do corpo (mãos e pernas) e diminui para os órgãos internos, levando a uma variedade de sensações (ritmo cardíaco acelerado; tonturas; dificuldade em respirar).
A nível físico, uma situação de grande ansiedade pode provocar os seguintes sintomas:
- Palpitações;
- Batimento cardíaco ou ritmo cardíaco acelerado;
- Sensação de aperto, desconforto ou dor no peito;
- Boca seca;
- Dificuldade em respirar;
- Sensação de sufoco;
- Palidez;
- Entorpecimento ou formigueiros;
- Dores de cabeça;
- Sensação de cansaço;
- Dificuldade em engolir ou sensação de inchaço na garganta;
- Sensação de inquietação;
- Náuseas ou mal-estar abdominal;
- Calores ou calafrios;
- Tensão muscular e dores musculares;
- Sensação de tontura, de desequilíbrio, de desmaio;
- Suor excessivo;
- Tremores, espasmos musculares.
Estas sensações não são perigosas, mas sim respostas normais à ansiedade.
Quando a pessoa é capaz de resolver a situação que está a causar o stress, o sistema nervoso parassimpático é ativado: diminui o ritmo cardíaco e respiratório e o organismo volta ao estado de repouso.
A ansiedade também ativa as nossas emoções, podendo incluir sentimentos de tristeza, culpa, vergonha, cólera, curiosidade, ou excitação.
Como o stress afeta o nosso cérebro?
Sente-se assoberbado, irritado e mal-humorado? Não consegue dormir bem e esquece-se de pequenas coisas? Provavelmente está stressado.
Como já vimos, o stress faz parte da vida de todos nós, mas quando se torna crónico pode trazer imensas consequências negativas à nossa saúde, nomeadamente ao nosso funcionamento cerebral.
Vamos então perceber como o stress afeta o nosso cérebro!
Já há muito que se sabe que o stress afeta imensas áreas, desde o sistema imunológico ao sistema cardiovascular. Mais recentemente têm sido divulgados estudos sobre como o stress afeta o nosso cérebro a vários níveis. Têm mostrado que a exposição prolongada ao stress provoca mudanças químicas e estruturais em várias regiões cerebrais.
O stress crónico pode ter consequências ao nível do tamanho do cérebro, da sua estrutura e do seu funcionamento. Quando o nosso cérebro deteta uma situação de grande stress é ativado e liberta uma hormona chamada cortisol, que estimula o nosso corpo para agir imediatamente. Contudo, altos níveis de cortisol durante longos períodos de tempo causam danos no nosso cérebro.
Estes danos parecem situar-se ao nível das áreas cerebrais responsáveis pela memória, aprendizagem e capacidade de controlar a ansiedade.
Mais ainda, a exposição ao stress pode precipitar ou agravar muitas doenças mentais, como é o caso da esquizofrenia, doença de alzheimer e depressão.
Altere os seus hábitos de vida!
O tratamento das perturbações de ansiedade pode conjugar o uso de psicofármacos com a psicoterapia, de forma a tratar a ansiedade do ponto de vista biológico, mas também a promover a resolução de conflitos internos.
Para além dos tratamentos prescritos e acompanhados por profissionais de saúde mental qualificados, há importantes hábitos de vida que o podem proteger do stress patológico:
- Seja organizado: a falta de organização e de planificação são causadoras de stress; estabeleça um programa de tarefas a cumprir e prioridades;
- Comunique: não guarde para si os seus pensamentos e os seus problemas; falar com alguém ajuda a esclarecer e desdramatizar a situação; em caso de conflito com alguém não adie o momento de conversar e esclarecer a situação;
- Durma bem: uma boa higiene do sono é fundamental;
- Pratique exercício físico;
- Relaxe: pratique exercícios de relaxamento; experimente fazer uma massagem a si mesmo, por exemplo, no couro cabeludo;
- Seja feliz: dedique momentos do seu dia a atividades e tarefas que lhe tragam prazer e o deixem relaxado;
- Controle o seu stress: antes que ele o controle a si!