Farmacêutica Cátia Rocha
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16 Fev, 2018 - 16:13

A dor é intensa? Saiba como avaliar e comunicar a sua dor!

Farmacêutica Cátia Rocha

Avaliar a dor é o ponto de partida para o controlo eficaz da mesma, sendo essencial uma avaliação clínica completa.

A dor é intensa? Saiba como avaliar e comunicar a sua dor!

É importante saber comunicar a sua dor, para que os profissionais de saúde saibam como avaliá-la corretamente. Uma dor não identificada não poderá ser tratada e a sua não quantificação impede uma avaliação das necessidades de intervenção ou da eficácia dos tratamentos.

Atualmente, o tratamento da dor é reconhecido pelas autoridades nacionais como prioritário. De acordo com a Direção-Geral da Saúde, “o controlo eficaz da dor é um dever dos profissionais de saúde, um direito dos doentes e um passo fundamental para a efetiva humanização das unidades de saúde”. Além das complicações médicas, a dor não tratada tem graves implicações socioeconómicas, como o absentismo ou o aumento dos tempos de internamento.

Além da dor propriamente dita, um dos principais problemas prende-se com o facto de a dor crónica ser, à partida, invisível para as outras pessoas. Por esse motivo, o exame clínico e a avaliação do doente com dor crónica requerem uma análise detalhada, que também deve explorar o percurso de tratamento da dor e incluir uma avaliação detalhada dos fatores psicossociais.

Para facilitar a descrição da dor, no novo site dor.com.pt encontra um Código Visual da Dor, que facilita a comunicação do doente com a equipa médica.

AVALIAR A DOR: 4 ESCALAS EXISTENTES

Fique a conhecer visualmente todas as escalas que se seguem na plataforma dor.com.pt.

1. ESCALA VISUAL ANALÓGICA

A Escala Visual Analógica consiste numa linha horizontal ou vertical, com 10 centímetros de comprimento, que tem assinalada numa extremidade a classificação “Sem Dor” e na outra a classificação “Dor Máxima”.

O doente terá de fazer uma cruz ou um traço perpendicular à linha no ponto que representa a intensidade da sua dor. Posteriormente, mede-se em centímetros a distância entre o início da linha (que corresponde a zero) e o local assinalado, obtendo-se uma classificação numérica.

2 e 3. ESCALA QUALITATIVA e NUMÉRICA

Na Escala Qualitativa solicita-se ao doente que faça a avaliação da dor por intensidade de acordo com os seguintes adjetivos: “Sem Dor”; “Dor Ligeira”; “Dor Moderada”; “Dor Intensa”; “Dor Máxima”.

A Escala Numérica consiste numa régua dividida em onze partes iguais, numeradas sucessivamente de 0 a 10. Pretende-se que o doente faça a equivalência entre a intensidade da sua dor e uma classificação numérica, sendo que 0 corresponde à classificação “Sem Dor” e 10 à classificação “Dor Máxima” (dor de intensidade máxima imaginável).

4. ESCALA DE FACES

Na Escala de Faces é solicitado ao doente que classifique a intensidade da sua dor de acordo com mímica representada em cada face desenhada, sendo que à expressão de felicidade corresponde a classificação “Sem Dor” e à expressão de máxima tristeza corresponde a classificação “Dor Máxima”

Esta escala é particularmente útil em crianças que não têm capacidade para explicar a sua dor e com recurso ao desenho das desenhos das faces, assinalam qual a que mais se assemelha ao seu estado atual.

É também essencial que o profissional de saúde assegure a compreensão das escalas de auto­‑relato pela pessoa, cuidador principal/família, após ensino, para também elas, saberem como avaliar a dor.

Dicas para comunicar a sua dor ao médico

paciente com dor e medico

1. Valorize a sua dor

A dor não controlada tem consequências imediatas e a longo prazo pelo que deve ser prevenida. A avaliação é fundamental para o controlo da dor. Fale com o seu médico.

2. Fale mas também escute

A comunicação é uma via dois sentidos, por isso é importante escutar ativamente o que o seu médico lhe disser. Isso ajuda, inclusive, a evitar possíveis mal-entendidos, tão naturais ao processo de comunicação.

Pontos importantes a focar na consulta médica

  • Evolução: Há quanto tempo tem a dor? É contínua ou vai e vem?
  • Localização: Onde é que dói? Descreva muito bem o local da dor? A dor irradia?
  • Qualidade: Como descreve a sua dor? Procure palavras que possam descrever melhor, ajudando o médico a avaliar a dor. Compare com palavras como moedeira, queimadura, facada, formigueiro, etc.
  • Intensidade: Qual a intensidade da dor? A utilização das 4 escalas pode ser muito útil neste caso.
  • Sintomas associados: Que outros sintomas acompanham a sua dor? Qual a sua intensidade? Identificar outros sintomas que acompanham a dor, tais como: obstipação, fadiga, náusea, insónia, perda de apetite.

Fique a conhecer mais conselhos práticos para controlar a dor na nova plataforma dor.com.pt.

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