As dores menstruais, ou dismenorreia, são dores pélvicas que atingem a região abdominal inferior. Podem ser cíclicas ou recorrentes e, de acordo com a intensidade dos sintomas, são também uma causa importante de absentismo escolar ou laboral.
São a queixa ginecológica mais comum em mulheres jovens, com uma alta prevalência. As dores podem vir acompanhadas de inchaço abdominal, mamário, enjoos, entre outros sintomas.
Dores menstruais: principais causas
Alguns autores acreditam que haja maior libertação de prostaglandinas (sinas químicos produzidos pelas células) no fluxo menstrual, o que causa contração uterina e dor.
Existe uma relação entre a ocorrência e gravidade das dores menstruais e alguns fatores. Vamos descobrir.
Idade
Mulheres jovens tem mais queixas de dores menstruais.
As características do ciclo menstrual
Mulheres com o ciclo irregular têm mais dores menstruais do que as que possuem um ciclo regular, de 28 dias.
Tabagismo
O tabaco está relacionado a um aumento de queixas de dores menstruais.
Consumo de álcool
O consumo de álcool também aparece como fator de aumento nas dores menstruais.
Stress e a ansiedade
O stress e a ansiedade tem sido apontados como agravantes nas dores menstruais.
DIU (dispositivo intrauterino)
A presença de DIU (dispositivo intrauterino) não medicamentoso para contracepção também pode ser um potencial causador da dor menstrual.
Origem das dores menstruais
Dismenorreia primária (não há doença pélvica)
Inicia-se com os ciclos ovulatórios (cerca de seis a 12 meses após a primeira menstruação). Aparece geralmente umas horas antes ou no início do fluxo menstrual e é mais intensa nos primeiros dois ou três dias do fluxo. Por norma, causa náuseas, vómitos e diarreia.
Dismenorreia secundária (existe doença pélvica)
Tem um início mais tardio, geralmente após a terceira década de vida. A dor persiste durante todos os dias do fluxo menstrual e frequentemente estão presentes outros sintomas ginecológicos, tais como dor na relação sexual ou menorragias.
Dores menstruais: diagnóstico
O diagnóstico das dores menstruais é fundamentalmente clínico. Como na própria descrição da doença, é baseado na presença de cólica no baixo ventre durante a menstruação.
O objetivo é comprovar se a dor menstrual é primária ou secundária, o que se confirma por meio de um anamnese cuidadosa, exame físico geral e exames complementares.
Na anamnese, deve-se atentar para a idade da paciente, adolescentes têm um quadro mais doloroso do que o da mulher adulta. Deve-se ter atenção ao início da sintomatologia e da duração.
O exame físico é importante para diferenciar dismenorreia primária da dismenorreria secundária. O toque vaginal só deve ser realizado se a paciente já mantém atividade sexual, e o retal somente em necessidades. Na secundária, o exame físico é muito útil, pois pode diagnosticar diversas patologias que causam o aumento do útero.
Tratamento das dores menstruais
O tratamento das dores menstruais pode ser realizado em dois momentos, ou seja, durante a crise ou profilaxia. Na crise, constitui tratamento sintomático, de emergência, visando remover ou aliviar a dor.
Nos casos de dismenorreia primária, o tratamento tem caráter profilático, desde terapia de apoio até o tratamento cirúrgico.
Algumas medidas profiláticas e terapêuticas podem auxiliar.
Exercício físico
Considerado um alívio para o desconforto menstrual pelo aumento da dilatação dos vasos sanguíneos. Se realizado de forma regular e moderada, alivia a dor, pois ocorre libertação de endorfinas, melhorando o fluxo sanguíneo pélvico, que age como analgésico específico.
Medidas gerais
Uma bolsa de água quente, um bom banho morno e massagens para relaxar também aliviam a dor.
Dieta Alimentar
Modificações dietéticas específicas podem contribuir para a redução dos sintomas associados à dismenorreia, como a diminuição do sal e de açúcar refinado 7 a 10 dias antes da menstruação, o que pode diminuir retenção de líquidos.
Algumas mulheres com dismenorreia primária relatam uma redução na sintomatologia ao passarem de uma dieta rica em gorduras para uma baixa taxa de gorduras.
Anticonceptivo oral
Se a paciente tiver vida sexual ativa e deseja contracepção, o anticonceptivo oral (ACO) pode ser indicado. O uso de anticonceptivo na população feminina em geral pode tratar a dismenorreia, chegando a quase 90% de melhora. Os ACO inibem a ovulação e, com isso, ocorre diminuição de prostaglandinas no útero, redução do fluxo menstrual e alívio da dor.
No tratamento para a dismenorreia secundária, o mais eficaz é identificar a causa, usar analgésicos ou anti-inflamatórios não hormonais (AINH) para alívio da dor.